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A Controvérsia do Programa de Avaliação da Alfabetização - (PROALFA) PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Marlucia Machado de Miranda   
Qua, 10 de Setembro de 2008 21:00
A Controvérsia do Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA)
Desde 2005, o Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA), passou a ser parte do sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública de Minas Gerais. É uma avaliação em larga escala, universal, aplicada nas três primeiras séries do Ensino Fundamental: 2º ano, 3º ano, e 4º ano, através de amostra ou do censo escolar.

Verifica os níveis de leitura e escrita alcançados pelos alunos e indica a necessidade de intervenções para a correção dos problemas pedagógicos das redes municipais e estaduais.

Os alunos matriculados nestes anos são avaliados anualmente e em Língua Portuguesa, através de um caderno de teste com múltiplas questões, que contemplam os conhecimentos, competências e habilidades específicas em leitura e escrita.

Por ser um programa específico de diagnóstico, voltado à localização dos níveis de alfabetização, nós supervisores acreditamos que o aluno seja capaz de resolver por ele próprio às questões propostas no teste, por estarem habituados as avaliações internas que a Escola realiza desde o 1º ano de escolaridade. Essas avaliações também priorizam o nível de aprendizagem em leitura escrita dos alunos.

No entanto no momento de aplicação do teste do PROALFA, acontece a mediação do professor, que lê os enunciados dos itens, interferindo assim na autonomia e no ritmo de cada um.

Espera-se que o aluno com 8 anos, estando no 3º ano, já está apto a resolver sozinho o teste, pois o desenvolvimento e pensamento crítico precisa estar presente na ação educativa.

Sendo o enunciado para os alunos, corremos o risco de facilitar a compreensão para tom da voz usada, os gestos, o olhar, alterando assim o desempenho de cada um e o resultado da Escola, e mais ainda retiramos a capacidade de cada um de pensar e agir, desrespeitando assim o ritmo, a inteligência e o saber que todos nós possuímos.

Por que então interferir na maneira cruel e autoritária na aplicação destes testes? Por que então respeitar o aluno, com seus limites, suas dificuldades e sua emoção?

Se não prepararmos desde cedo nossos alunos para a cidade cidadã, porque ensinar leitura na Escola.

Fica claramente definida a controvérsia deste programa. Se por um lado realiza o diagnóstico da realidade da escola, por outro produz um pseudo resultado que não clareia as necessidades de aprendizagem existentes.

Jamais poderemos aceitar didaticamente que qualquer modalidade avaliativa, precisa ser mediada pelo professor. Entendemos que a avaliação é um processo de construção ao conhecimento, é não um facilitador de desempenho escolar.

O momento avaliativo é único e peculiar, onde o aluno possa demonstrar tudo que aprendeu suas dúvidas e possíveis carências educativas. Por que aplicar uma avaliação que não produz com fidelidade o desempenho da Escola, já que em outros programas avaliativos como o PROEB (Programa de Avaliação da Rede Pública em Educação Básica), A PROVA BRASIL, O ENEN (Exame Nacional do Ensino Médio), e todas as avaliações da vida, que não são realizadas com a ajuda do professor.

É urgente repensarmos este programa quanto à maneira que é aplicado, e verdadeiramente olhá-lo com os olhos pedagógicos e autênticos.

Do que adianta a Escola obter um pseudo desempenho neste programa e em outros, que não possuem a mediação do professor, obter resultados diferenciados. É valiosíssimo avaliar os níveis de leitura e escrita dos alunos, mas ler os comandos dos testes é bloquear toda a capacidade que possuímos.

Por isso precisamos deixar que o aluno por ele próprio seja capaz de demonstrar o nível de leitura e escrita que possui e levantarmos com exatidão a necessidade de intervenções pedagógicas. Só assim estaremos contribuindo com uma educação de qualidade, onde todos sejam capazes de ler qualquer material impresso, seja avaliação ou atividade de aula, na direção de uma formação cidadã voltada para nosso aluno, caminharemos na direção do respeito à diversidade e a capacidade de pensar existente dentro de nós.

 
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