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Edições Anteriores 150 Alfabetizar Letrando: a caminho da cidadania
Alfabetizar Letrando: a caminho da cidadania PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Sônia Regina da Silva   
Qui, 24 de Janeiro de 2008 21:00
A educação é, com certeza, um dos fatores mais importantes para a construção de uma sociedade democrática, desenvolvida e sociamente justa. É condição básica e direito fundamental da cidadania.

Reconhecida como elemento impulsionador do desenvolvimento econômico e social, a educação, desde a segunda metade do século passado, passou a ser considerada fator estratégico nos processos de planejamento dos diferentes países. Seu elevado retorno social e individual, demonstrado pelos estudos de então, manifestou-se, na prática, nas conquistas realizadas em todos os países que, sistemática e continuamente, investiram na educação de qualidade de sua população.

A manutenção de sistemas públicos de ensino, especialmente na educação básica, com padrões de qualidade legalmente definidos e efetivamente praticados, tem sido a marca dos países que lograram dar o salto em direção ao desenvolvimento, ultrapassando as barreiras das desigualdades, dos desequilíbrios internos e das injustiças sociais.

Em países que alcançaram os mais avançados patamares do desenvolvimento econômico e social, são fortes e bem estabelecidas as raízes das escolas mantidas e fiscalizadas pelas comunidades locais. Há, nesses casos, o exercício de responsabilidade efetiva das famílias na garantia da qualidade do ensino oferecido às suas crianças, por meio da participação nos Colegiados Escolares e, essencialmente, na gestão participativa das escolas.

Daí nosso esforço na valorização da educação como sendo a única via pela qual podemos firmar e afirmar a modernidade para nossos povos. Um povo sem acesso à educação é um povo desrespeitado, sem amor a si próprio, desprezado por aqueles que o condenam a viver na ignorância da sua história e de seus direitos.

A educação como ato crítico radical, de conhecer para transformar, será a única garantia de valorização do ser humano.

Hoje, iniciado novo século e milênio, observado o espetáculo do mundo atual, parece lícito afirmar que, dificilmente a humanidade será capaz de se transformar sem a intervenção de propostas educativas que consigam penetrar em profundidade, e não em extensão o espírito das novas gerações, dos diferentes povos, em todos os lugares.

O domínio da língua, nas diferentes vertentes da palavra escrita e falada, da leitura e da oralidade, é crucial nos mais variados domínios da vida individual e coletiva. Não há cidadania nem competência profissional plenas sem um domínio robusto da língua portuguesa. É uma responsabilidade central de a escola pública garantir aos futuros cidadãos e profissionais do País, o acesso aos bens e recursos lingüísticos, cognitivos e culturais que o domínio do Português confere.
O aparecimento do termo Letramento ao lado do termo Alfabetização se justifica devido às mudanças na maneira de considerar o significado do acesso à leitura e à escrita em nosso país – da mera aquisição da “tecnologia” do ler e do escrever à inserção nas práticas sociais de leitura e escrita.

Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar “alfabetos”, é a aprendizagem da técnica, domínio do código convencional da leitura e da escrita, e das relações fonerma/grafema, do uso dos instrumentos com os quais se escreve.

Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa literacy que designa o estado ou condição daquele que não só sabe ler e escrever, mas também faz uso competente e freqüente da leitura e da escrita.

Há uma diferença entre alfabetização e letramento: um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, que vive em estado de letramento, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e escrita.

À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um número cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita, um fenômeno se evidencia: a escola tem que resgatar a sua função social no processo de leitura e escrita – não basta apenas aprender a ler e a escrever. As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não necessariamente, incorporam as práticas da leitura e da escrita, não adquirem competência para usar a leitura e a escrita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita: não lêem livros, jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimento, um formulário, sentem dificuldade para escrever um simples telegrama, uma carta, não conseguem encontrar informações num catálogo telefônico, numa conta de luz, numa bula de remédio...

Esse novo fenômeno exige da escola a produção e a socialização do conhecimento sobre a alfabetização, leitura, escrita, o letramento, o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura.

Há que se estabelecer uma estreita relação entre escolarização e letramento, em consonância com aquilo que é importante para as pessoas em sua vida diária.

A escolarização é a principal responsável nas sociedades contemporâneas, por promover e garantir o letramento. O letramento é no contexto escolar um processo mais que um produto e, conseqüente, a escola estaria avaliando de maneira progressiva a aquisição de habilidades, de conhecimentos, de usos sociais e culturais da leitura e da escrita.

Nesse contexto, a escola não estaria mais despida de sua função social, ou seja, formar o aluno capaz de usar a leitura e a escrita como um meio de tomar consciência da realidade e poder transformá-la para o legítimo exercício de sua cidadania.
 

Autor deste artigo: Sônia Regina da Silva - participante desde Qui, 15 de Novembro de 2007.

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