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A Escola Aberta Para As Diferenças PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Cássia Ravena Mulin de Assis Medel   
Qui, 17 de Janeiro de 2008 21:00
Nos dias de hoje, a escola deve receber e acolher todas as crianças, independentemente da raça, cor, credo ou sua origem cultural ou socioeconômica, deficiências ou diferenças.

De acordo com a Declaração de Salamanca ( 1994, p.5 )“ o princípio fundamental da ESCOLA INCLUSIVA é o de que TODAS AS CRIANÇAS devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE A TODOS através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontrados dentro da escola.”

A inclusão de pessoas com necessidades especiais é uma exigência da sociedade moderna. A inclusão cresce a cada ano e, com ela, o desafio de garantir uma educação de qualidade para todos. Para tal, faz-se necessário capacitar os professores e equipar as escolas. O Ministério da Educação iniciou em agosto de 2005, a distribuição de 40 mil livros em braille. Esta ação está beneficiando 3343 alunos em 1244 escolas públicas e especializadas, sem fins lucrativos de todo o país.

Para atender a demanda, o MEC, por meio de convênio com a Fundação Dorina Nowill, está investindo R$ 1,6 milhão na produção de títulos em braille de Matemática, Português, História, Geografia e Ciências, segundo informações fornecidas pela Folha Dirigida /Suplemento do Professor, 15 de outubro de 2005, p. 7.

A partir de 2007, as editoras que fornecerão ao MEC terão de entregar as matrizes dos livros didáticos em braille. “Com isso, os alunos com deficiência visual poderão Ter acesso aos mesmos livros que seus colegas”, destacou o ministro da Educação Fernando Haddad, por ocasião da inauguração do novo parque gráfico do Instituto Benjamin Constant, no dia 15 de agosto de 2005.

Na escola inclusiva, os alunos aprendem a conviver com a diferença e se tornam cidadãos solidários. Para que isso se torne realidade em cada sala de aula, a participação do professor, segundo Meire Cavalcante, é essencial.

Infelizmente, por falta de informação ou omissão de pais, de educadores e do poder público, milhares de crianças ainda vivem escondidas em casa ou isoladas em instituições especializadas- situação que priva as crianças com ou sem deficiência de conviver com a diversidade. O motivo principal de estarem na escola é que lá vão encontrar um espaço genuinamente democrático, onde irão partilhar o conhecimento e a experiência com o diferente, tenha ele a estatura, a cor, os cabelos, o corpo, o pensamento e as necessidades e diferenças que tiver. Por isso, quem vive a inclusão sabe que está participando de algo revolucionário. Todos os alunos têm a ganhar com a inclusão.

As noções de “normalidade” e de “diferença” são o resultado de relações sociais e de produções discursivas. Elas configuram-se como criações que envolvem relações que buscam classificar, assegurar e marcar posições do sujeito na sociedade, dividindo o mundo entre “nós” e “eles”, entre o “normal” e o “anormal”.

A exclusão gera efeitos terríveis. Ela afeta a auto-estima e a identidade, produzindo um sentimento de menosvalia nos indivíduos excluídos. Ao mesmo tempo, produz efeitos sociais, econômicos, culturais e políticos, uma vez que reafirma as desigualdades e as injustiças sociais, auxiliando na formação de cidadãos de “segunda classe” ( CARVALHO, 2003 ).

Nesse sentido, a inclusão escolar tem como principal compromisso a formação da cidadania a partir de uma escola pública de qualidade para TODOS os alunos. E neste caso, é preciso pensar que incluir é muito mais do que Ter acesso `a escola. Incluir significa uma inserção total e incondicional de TODOS, e de TODOS OS SEUS ASPECTOS ( sociais, culturais e pessoais ). Exige para tanto, uma ruptura de paradigmas, conceitos e preconceitos cristalizados e transformações na escola ( ideológicas, pedagógicas, filosóficas e estruturais) e nos educadores ( WERNECK, 1997 ).

A inclusão escolar não deve ser confundida com caridade, assistencialismo ou benevolência. Ela constitui-se em um direito de TODOS, e é um dever da escola e dos educadores firmar esse compromisso por meio da promoção e criação de currículos, de práticas e espaços inclusivos que permitam o desenvolvimento de ações que contribuam para a remoção de barreiras na aprendizagem e para a formação de uma sociedade verdadeiramente democrática.

“A inclusão é sobre cada aspecto do trabalho na escola. É sobre cada lição. É sobre crianças juntas em um playground. É sobre o como as pessoas se comportam em um encontro de trabalho e como professores trabalham juntos. É sobre o que acontece quando os pais vêm à escola pela primeira vez. É sobre a tessitura de novos olhares. É sobre se esta construção é acessível ou não para crianças e adultos com deficiências. É sobre cada um dos aspectos de nossas vidas... Não é algo que você faz quando você vai para o trabalho – é sobre viver e sobre sua vida e como você quer que as crianças nas escolas vivam as suas vidas aprendendo JUNTAS”. ( BOOTH & BLACK – HAWKINS, 2001 ).
 
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