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Colunas Wille Muriel Cardoso Gestão Educacional - Como transformar uma situação de ameaça em uma grande oportunidade
Gestão Educacional - Como transformar uma situação de ameaça em uma grande oportunidade PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Wille Muriel   
Ter, 27 de Janeiro de 2004 21:00


Qual é o nosso negócio? Essa é a pergunta que toda Instituição de Ensino Superior deveria fazer em primeiro lugar.

Diante das orientações administrativas impostas quase diariamente pelos órgãos de fiscalização e controle do governo, da prática cada vez mais persistente da inadimplência, da expansão da oferta de Instituições concorrentes, da invasão de grandes marcas, como lidar com as inevitáveis distorções das políticas de longo prazo? Como administrar numa situação de caos sem desviar-se dos princípios éticos e sem deixar-se seduzir pelo canto da sereia exaltado por aqueles que preferem o caminho mais curto da cópia inconseqüente ou da fraude nunca assumida de propagar o que não pode cumprir?

É hora de fazer nosso mea culpa, se desejamos mesmo enriquecer a perspectiva deste debate em prol de um resgate que se afigura, talvez, impraticável, uma missão quase impossível... Para que serve a graduação? Para assegurar o emprego? Pelo menos é isso que andamos divulgando por aí. Se perguntar não ofende, há outro jeito de angariar alunos?

Então, seríamos agenciadores de empregos! Estaríamos formando profissionais para o mercado de trabalho! Seria este o nosso "negócio". E a razão da existência de uma Instituição de Ensino seria, portanto, a possibilidade de empregar seus egressos!

Afinal, não é isso que vemos nos out-doors que exibem executivos de sucesso, formados na Instituição X ou Y, buscando induzir mentes menos avisadas, por ocuparem cargos de direção nas principais empresas? Temos que vender o sucesso! O conhecimento é subjacente, algo que aparece apenas quando argüido por mentes inquiridoras, atualmente, pouco apropriado para a "academia".

E não estaria no fato de termos abandonado nossa missão fundamental de fornecer serviços educacionais e de produzir, reconstruir e disseminar o conhecimento a razão do afastamento dos alunos da nossa Instituição?

Por outro lado, não podemos nos descuidar dos problemas "práticos" do dia-a-dia: Como captar alunos? Como manter e "fidelizar" os alunos que temos? Como reduzir os índices de inadimplência e de evasão? Como expandir vagas antes que outros o façam?... Mas onde estariam as respostas para tais questões? Em nossas ações operacionais? Em uma nova campanha publicitária às vésperas do nosso processo seletivo?

Estamos perdendo a essência da nossa missão. Como educadores, agimos como maus administradores. Parecemos despreparados para competir. Praticamos a política do "é tudo ou nada" em nossas gestões emocionais. Ora somos mineiramente desconfiados, ora somos excessivamente inseguros... Nesse descompasso, a tendência é obedecer às dinâmicas do mercado educacional, embora estarrecidos com as novas estatísticas e, especialmente, com a concentração da oferta nas mãos das grandes Instituições universitárias. Terrível ameaça ao nosso "negócio"!

À vista de toda a argumentação até aqui exposta, convém reiterar: é preciso cuidar do nosso empreendimento! Mas não apenas como administradores de empresas, e nem como educadores idealistas. É preciso utilizar os conhecimentos dessas áreas e reconstruí-los para uma gestão eficaz das Instituições de Ensino: Como trabalhar a nossa marca de maneira apropriada? Qual é o recurso de que dispomos para fazer isso? E no caso de não dispormos de recursos, quais seriam as opções viáveis? Onde está o nosso aluno? O que ele quer? Como ele pode perceber o serviço que estamos lhe oferecendo? Por que ele optaria pela nossa IES? Quais são os "clientes" da escola que constrói conhecimento? Como buscar a "lealdade" perante esse público? Quando o aluno é "cliente" e quando ele é um "agente" neste processo? Qual é a sua responsabilidade na formação de um bom profissional para o mercado? Até onde vai a nossa responsabilidade? Quais seriam as limitações da IES para empregá-lo? O que podemos fazer para romper esses limites? Como gerir um empreendimento viável no cenário atual, conhecendo riscos e possibilidades, fraquezas e oportunidades?

Para os gestores de Instituições de Ensino Superior fica a convocação: Vamos construir o conhecimento necessário para desenvolver nossas organizações a partir da análise das principais questões e de sua resolução, aplicando os instrumentos de gestão realmente eficazes em uma IES. E vamos formalizá-lo! Como? Escrevendo dissertações e teses, publicando livros, freqüentando cursos de especialização e mestrados voltados para gestores educacionais, participando e proferindo palestras, analisando cases e exemplos de fracasso e sucesso, enfim, profissionalizando a nossa gestão, sem perder a essência do nosso "negócio".

E, finalmente, um recado aos alunos: não acreditem em promessas de emprego implícitas em propagandas falaciosas. O papel fundamental de uma Instituição de Ensino Superior não é empregá-lo, questão que, aliás, extrapola - e muito - a sua atribuição, mas, sim, oferecer-lhe os conhecimentos necessários para que possa exercer o seu direito de decidir sobre o seu destino profissional.

 
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