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Edições Anteriores 129 O legado educacional
O legado educacional PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Inácio José Feitosa Neto   
Qua, 28 de Fevereiro de 2007 21:00

Bill Gates, o gênio da informática mundial, detentor de um faturamento anual de 44 bilhões de dólares, decidiu dar uma guinada em sua vida: irá se afastar da Microsoft em 2008. Ao analisar o caso concreto, verificamos que a decisão de Gates deve ser levada em consideração pelos gestores das instituições de ensino superiores privadas brasileiras.

Lembremos que a programação da saída de Gates da Microsoft anunciada por ele próprio em junho desse ano pegou os principais analistas financeiros de surpresa. O jovem bilionário de 51 anos informou que passaria a dedicar seu tempo e sua inteligência a favor da humanidade, na busca da cura da Aids e no combate à miséria africana. Esse posicionamento social do líder americano demonstra o exercício da consciência humanitária, algo ainda não presente na mentalidade de nossos empresários. Fato que é lamentável.

Sobre o foco do "Bussines", a atitude de Gates é sem dúvida um ato de coragem e de perspicácia empresarial. Ele teve maturidade suficiente para reconhecer o momento certo para se afastar da liderança dos seus negócios.
Gates na verdade abriu mão da direção direta de seus negócios, muito mais devido à preocupação com a concorrência, como por exemplo, a do "Google", formada por jovens criativos e audaciosos, do que pelo desejo de se dedicar ao ócio criativo de Domenico de Masi.

Na educação, estamos diante de um caso bem interessante. O tema educação superior como atividade empresarial é recente no Brasil. Ainda estamos acostumados com instituições educacionais geridas com o amadorismo familiar e com discursos ultrapassados dos publicistas que querem discutir se a educação é livre à iniciativa privada, mesmo que o debate já esteja encerrado desde a Constituição Federal de 1988.

Somente com o advento da LDB de 1996 é que tivemos a expansão desse segmento. Porém, nossos gestores educacionais não estão atentos a uma outra questão atual: quem sucederá o Mantenedor? O fundador da instituição de ensino familiar?

Continuo dizendo que no mundo empresarial não há espaço para amadorismo, isso é fato. É preciso termos muita habilidade e humildade para sabermos o momento certo de transferir a liderança de uma empresa. Poucos empresários educacionais se preocupam com a sucessão de seus negócios; não planejam suas ações; deixam-se levar pelo mito grego do narcisismo, onde o formoso varão, que por considerar-se coberto de perfeições, acha-se apaixonado por si mesmo, de tal forma que não tem olhos nem ouvidos para ninguém mais, além de si mesmo. Resultado final: ficam perdidos no tempo e no espaço.

Conhecemos empresas tradicionais que sobrevivem à primeira geração dos fundadores, quando conseguem ter sucesso em suas atividades. Já em relação à educação, a história é outra. Nesse segmento empresarial, há possibilidade dos negócios seguirem adiante por anos e anos para quem estiver preparado para administrar o legado. Podemos perguntar quantas instituições de ensino conhecemos com mais de 50 ou 100 anos? E aí teremos vários exemplos a dar, principalmente em outros países. O mesmo não acontecendo com as atividades comerciais típicas.

A governança corporativa poderá auxiliar nossos empresários educacionais na solução dessa demanda contemporânea, mas antes de tudo os mantenedores das instituições de ensino privadas precisam ter a humildade e a coragem de Bill Gates para saberem o momento certo de anunciarem o novo comando que darão às suas empresas de ensino e às suas vidas.

 
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