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Edições Anteriores 8 Acesso ao Ensino Superior: Utopia e Pilantropia
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Escrito por Antonio Cruz Vasques   
Qua, 14 de Abril de 2004 21:00


A administração petista está perdida no emaranhado de problemas do setor educacional. Muitos exemplos poderiam ser apontados, se espaço houvesse para tal. Iremos nos ater a apenas alguns sinais de falta de experiência em gestão educacional, demonstrados em quase um ano e meio de acesso ao poder.
Sem humildade para reconhecer o que de bom foi implementado pela gestão anterior, destruiu, através de uma Medida Provisória, todo um aparato de avaliação da educação superior. O provão do ex-ministro Paulo Renato foi substituído por um sistema de avaliação de discutível eficácia e de difícil implementação. Foi lançada na poeira dos tempos esquecidos toda uma base de dados que, paulatinamente aperfeiçoada, serviria de pedra axilar para a melhoria da qualidade do ensino.

Já se fala a boca miúda de intervenção descabida no livre mercado da educação superior. As autorizações de cursos seriam concedidas através de editais para aquelas localidades ainda não atendidas pela rede privada de ensino superior. Isto, talvez, porque foram detectadas pela Controladoria Geral da União várias irregularidades na autorização de cursos na gestão anterior.

É o caso do marido traído tirar o sofá da sala adúltera. Como coibir a expansão das instituições privadas, quando o Inep acaba de divulgar os baixíssimos índices de taxa de freqüência no nível superior da população entre 18 e 24 anos? Com uma taxa média de 9,0% o Brasil está entre os últimos países do mundo ocidental. Nossa vizinha Bolívia está próxima dos 25%, a Argentina com mais de 30%!

Segundo o INEP "As diferenças na taxa de atendimento são marcantes até mesmo dentro das próprias regiões. Em São Paulo, 12,6% dos moradores com 18 a 24 anos freqüentam os cursos de graduação, e, em Minas Gerais, 6,8%. Na Região Centro-Oeste, o índice do Distrito Federal (14%) é o dobro do verificado em Mato Grosso (7,1%). No Nordeste, 7% dos jovens de Sergipe e 4,1% dos do Maranhão estão na educação superior.

O maior índice de freqüência à educação superior foi registrado em Santa Catarina, onde 14,2% estão matriculados. A Bahia tem o menor índice: 3,9%. O número de jovens baianos de 18 a 24 anos é o mesmo do Rio de Janeiro, mas no Estado fluminense há três vezes mais matriculados na graduação e pós-graduação."

O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que, até 2008, 30% dos jovens brasileiros teriam de estar na universidade. Isto implica em um contingente de aproximadamente 9 milhões de pessoas. Como pouco mais de 3 milhões estão hoje em universidades e faculdades do País, essa meta é uma mera utopia.

Como pensar nessa interferência indevida no mercado de educação superior com índices tão miseráveis de atendimento à demanda, sabendo-se que a expansão do ensino foi realizada, principalmente a partir de 1999, pelo setor privado? O MEC deveria estar planejando uma expansão do ensino público, tirando as universidades públicas do estágio de sucateamento. Mas como, se até para o pagamento das despesas de manutenção não existem recursos?

Em contrapartida, o ensino privado atravessa uma crise sem precedentes, por excesso de oferta de cursos em áreas de investimentos unitários menores e por má gestão, principalmente nas filantrópicas, a maioria das quais pilantrópicas. Mas, este é assunto para muitos artigos e muito espaço.

 

Autor deste artigo: Antonio Cruz Vasques - participante desde Sex, 27 de Fevereiro de 2004.

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