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Edições Anteriores 121 Eleição e educação: ideologia ou voto útil
Eleição e educação: ideologia ou voto útil PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Jorge da Silva   
Qui, 16 de Novembro de 2006 21:00

Nos discursos de vários candidatos à eleição de cargos majoritários, bem como aos cargos proporcionais, o que mais foi dado ênfase foi a educação. Contudo, após abertura das urnas verificamos pelos resultados apresentados que o povo brasileiro em sua maioria pratica o voto "útil" e não o voto por ideologia. Alguns estudiosos dirão que quem decide uma eleição é o "povão" e que esta faixa da população é formada por uma maioria de pessoas com baixo poder econômico, escolar e cultural. Em função dessas razões, o cidadão vota de acordo com as promessas ou discursos que atendam ao seu interesse pessoal. Teríamos então neste segmento os candidatos chamados "populistas"

Não vejo o problema voto "útil" como resultado específico de uma determinada camada da população ou como exclusividade das classes sociais D ou E. Entendo o problema do voto útil como um aspecto que permeia o pensamento de uma grande parte do eleitorado brasileiro sobre as vantagens pessoais que poderá auferir com a ascensão ao poder de um determinado candidato. Assim sendo, o problema também alcança a população que compõe as classes A e B.

Isto deixa claro que o problema do eleitor brasileiro é a falta de conhecimento político, é a falta de uma ideologia, é a falta de um processo de educação. Entretanto, nos discursos dos candidatos podemos verificar que ao se referirem a educação, na realidade queriam dizer escolarização, isto é, a necessidade de que todos freqüentem uma escola, que estudem, que permaneça nas instituições escolares o tempo necessário para receberem os ensinamentos da educação básica.

A falta do voto "ideológico" é característica da ausência de "educação", mas de uma educação como processo formador de hábitos e atitudes no indivíduo; processo oferecido pelas instituições que formam a sociedade.

Mas, cabe uma pergunta para reflexão: Até que ponto estas instituições podem desenvolver uma formação ideológica e política do cidadão, seus membros praticam o "voto útil", se permitem que o proselitismo partidário seja o mote político.

Sim, porque o processo político formador da concepção do voto "ideológico" é filosófico e tem por objetivo fazer com que a pessoa tenha capacidade de refletir, sobre o que é desvio de verba pública para atender parecer político ou interesse particular; é discernir e diferenciar fatos e ações.

Que o eleitor possa entender que o voto útil é momentâneo, fisiológico e retira do cidadão aquilo que é o bem maior da democracia: a construção de uma identidade social. Identidade essa que irá mostrar a "cara" de um povo, de uma nação, de um país.

Uma música do cancioneiro nacional diz em um dos seus versos: "Brasil mostra a tua cara" esta cara é desenhada, pintada ou esculpida no processo eleitoral democrático, livre e não obrigatório, onde a formação ideológica e política que só a educação poderá oferecer apresentarão ao mundo a ideologia dominante na sociedade brasileira.

Ao falar em educação penso em um processo mais amplo de formação de hábitos e atitudes, de formação política (polis), ideológica (idéias), filosófica (modo de relacionamento ). Penso ser a educação um processo contínuo ao longo da vida e que a responsabilidade por sua promoção vai além da escola e perpetua-se principalmente pela família, igreja, estado, forças armadas, empresas, clubes e etc...

Contudo, os políticos só falam em investimento na educação no período eleitoral, e o fazem se referindo à escolarização, isto é, ao processo desenvolvido pela escola, a quem cabe a responsabilidade única pela transmissão dos conteúdos de ler, escrever e contar e não como processo amplo de formação do homem, não cabendo a escola ser a única responsável pela sua transmissão.

Assim sendo, a formação do homem brasileiro se torna deficiente, fazendo com que a maioria da população nas eleições de um modo geral pratique o voto útil, aquele que é desprovido de uma ideologia, mas carregado de interesses individuais, onde cabem afirmativas como: darei meu voto àquele que trouxer, mas vantagens para mim.

A educação do homem brasileiro deve privilegiar a escolarização sim, mas principalmente a formação ética e moral, para que a corrupção, o desvio e apropriação indevida do dinheiro público não sejam considerados um ato comum na política. Que o cidadão não aceite e justifique que "os fins justifiquem os meios", esta educação é que precisamos transmitir as novas gerações, para que não tenhamos no futuro uma sociedade escolarizada, mas não educada para o convívio em grupo.


 
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