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Escrito por Maria Salete Genovez   
Qua, 20 de Setembro de 2006 21:00

"A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele." (FREIRE, 1984, p.22).

A redação de trabalhos acadêmicos objetiva, além da organização e sistematização de idéias e assuntos abordados a divulgação dos resultados obtidos através de estudos/pesquisas.

Todo texto é composto de introdução, desenvolvimento e conclusão e sua redação deve obedecer a algumas regras. Entre elas, segundo Andrade (2003), destacam-se:

* objetividade - a redação de trabalhos acadêmicos exige utilização de linguagem científica, isto é, linguagem informativa, técnica. A linguagem denotativa evita interpretações equivocadas.

* impessoalidade - o emprego do pronome 'se' (ex: realizou-se.... buscou-se...) e formas verbais que tendem à impessoalidade (ex: os resultados obtidos...) são procedimentos que contribuem para a objetividade do trabalho.
É importante redobrar a atenção para se evitar a mistura das formas pronominais: o impessoal "se", em uma frase ou parágrafo e pronomes pessoais "eu", "nós" em frases ou parágrafos subseqüentes;

* estilo - o texto deve primar pela simplicidade tendo por base a norma culta de linguagem. O uso de vocabulário rebuscado não é sinônimo de "ciência", portanto deve-se evitar os termos eruditos ou em desuso assim como o excesso de adjetivos, termos de gíria ou repetições próximas, tanto de palavras como de expressões.

* clareza e concisão - as idéias devem ser expostas de maneira clara e precisa; o parágrafo deve apresentar uma idéia principal em torno da qual as idéias secundárias e os detalhes importantes deverão gravitar; aconselha-se também o uso de frases curtas e simples, assim como o emprego de vocabulário adequado. Um período longo pode gerar texto confuso e comprometer o entendimento do texto.

Barrass (1986) prescreve uma série de oito normas de como se deve escrever um trabalho científico:

1 explicação elaborada de conformidade com a compreensão e a necessidade do leitor, para quem é destinado o trabalho;
2 clareza de raciocínio na aplicação do método científico, na coleta, na elaboração dos dados e na construção do corpo de conhecimentos;
3 inteireza de cada idéia, de cada pensamento e de toda a teoria construída;
4 imparcialidade na explicitação dos pressupostos, na adoção da metodologia adequada e na objetividade da descrição e interpretação dos dados. Demo (1985) denomina tal procedimento de neutralidade científica;
5 ordem lógica na organização de todos os componentes da teoria científica;
6 acuidade em todos os procedimentos do trabalho científico, sobretudo, no registro das observações, na precisão das mensurações, na discussão dos resultados e no emprego da terminologia adotada na redação do trabalho;
7 objetividade do trabalho construído com base na prova, na argumentação e no referencial teórico consolidado;
8 simplicidade no escrever, tornando o texto objetivo e compreensível.

É importante ressaltar que escrever textos acadêmicos implica em obedecer às determinações contidas em documentos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) tanto no que se refere à estrutura quanto aos aspectos formais e de conteúdo.

Além de ajudar o profissional a analisar a vida, a refletir sobre sua prática, escrever textos acadêmicos possibilita a socialização de experiências bem sucedidas que poderão contribuir para melhoria da prática de outras pessoas.

Escrever realmente é um ato solitário, mas se o hábito for adquirido logo no início da formação acadêmica, tem grandes chances de se perpetuar pela vida afora.

REFERÊNCIAS: ANDRADE, Maria Margarida de Andrade. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
BARRASS, Robert. Os cientistas precisam escrever. São Paulo: T.A. Queiroz, 1986.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 7.ed. São Paulo: Cortez, 1984.

 

Autor deste artigo: Maria Salete Genovez - participante desde Qua, 09 de Agosto de 2006.

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