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Escrito por Antonio Cruz Vasques   
Qua, 09 de Agosto de 2006 21:00

No final deste ano 65.000 jovens cearenses concluirão o ensino médio. Pelo menos 48.000 o farão no ensino médio público, 55% dos quais com idades superiores a 18 anos, sendo que. 74% com conhecimento crítico em Matemática. Todos receberão um certificado de conclusão que de nada servirá para seus ingressos no mercado de trabalho. Foram três anos (ou mais, já que 55% dos egressos da rede pública estão com mais de 18 anos, ou fora da faixa normal) enfrentando um currículo dissociado da realidade. Neste ponto a educação pública pode ser comparada à privada: inutilidade dos conhecimentos adquiridos para que exerçam de imediato uma profissão.

Para os oriundos do ensino privado o caminho natural será prestar vestibular, preferencialmente nas instituições públicas. Após 4 anos ou mais terão uma profissão e, provavelmente, irão engrossar as estatísticas de desemprego, mas isto é assunto para outro artigo. Parte daquela pequena parcela que conseguiu aprender alguma coisa no ensino público tentará ingressar nas dezenas de instituições privadas existentes (são exatamente 47 entre interior e capital), já que muito provavelmente não conseguirão aprovação nos vestibulares da UFC, CEFET, nas Faculdades de Tecnologia Centec e nas três universidades públicas estaduais, UECE, UVA e URCA. Os demais irão disputar as vagas menos nobres e com menor remuneração do mercado de trabalho excludente e cada vez mais exigente.

Este é o quadro da tragédia educacional vivenciada pelo jovem cidadão cearense! E, também dos outros estados! Como transformar esta triste realidade, que a todos envergonha, menos a uma classe política sem nenhum compromisso com a educação, com honrosas exceções, dentre elas o deputado federal Ariosto Holanda.? A resposta é uma só: através do ensino médio profissionalizante.

Trata-se, inicialmente, em curto prazo, de priorizar a formação de técnico de nível médio nas 20 áreas profissionais que o MEC definiu através das Diretrizes Curriculares da Educação Profissional de Nível Técnico pela Resolução CEB nº. 4, de 4/12/1999, atualizada pela Resolução CEB nº1 de 3/2/2005. Por essas resoluções haveria articulação entre o ensino médio e o ensino técnico.

Posteriormente, em médio e longo prazos, a extinção do atual ensino médio com a sua substituição por uma verdadeira educação profissional técnica de nível médio. As reações contrárias serão muitas, principalmente das grandes corporações educacionais privadas, que terão que investir em laboratórios e instalações previstas para a oferta da maioria dos cursos. Caberia ao gestor público definir as áreas profissionais prioritárias para a formação dos profissionais demandados pela sociedade.

Far-se-ia, com a adoção dessas medidas, uma verdadeira revolução educacional! Alguns estados já estão dando seus primeiros, e tímidos, passos nesta direção. No Estado de Santa Catarina foram definidos 29 diferentes tipos de cursos a serem ministrados nas 29 regiões administrativas para a implantação do modelo inicial proposto.

Somente com a extinção desse ensino médio elitista e inútil poder-se-á ofertar educação que realmente dê ao jovem cidadão todas as condições para sua inserção no mercado de trabalho.

 

Autor deste artigo: Antonio Cruz Vasques - participante desde Sex, 27 de Fevereiro de 2004.

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