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Edições Anteriores 106 A formação técnica do professor
A formação técnica do professor PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Josué Pereira De Sousa   
Qua, 02 de Agosto de 2006 21:00

Temos observado que a prática pedagógica da grande maioria dos professores caracteriza-se pelo amadorismo. Muitos a executam inspirados no comportamento de professores que marcaram a sua trajetória escolar. Outros acham que basta ter experiência, habilidades necessárias para o magistério, bom censo e boa vontade em querer acertar.

Todos esses fatores são importantes. No entanto sozinhos eles não determinam um desempenho profissional satisfatório. O professor precisa adquirir competência técnica, que se caracteriza pelo domínio do conteúdo e da teoria pedagógica. É preciso dar aula, realizar planejamento, incentivar o aluno, controlar a disciplina, dominar o conteúdo, relacionar a melhor maneira de transmiti-lo, acompanhar a aprendizagem, ter boa relação pedagógica, etc.

Na verdade, os desafios a que o professor se submete são enormes, o que vai exigir muita competência de sua parte. No seu cotidiano de sala de aula, o professor normalmente enfrenta classes numerosas, espaço físico inadequado, problemas de evasão e repetência, material de apoio insuficiente, acervo bibliográfico insatisfatório.

Isto sem falar em todos os problemas que os alunos trazem como subnutrição, condições precárias de vida, defasagem cultural, grande passividade, agressividade, alienação e falta de interesse, entre todos.

Todos nós sabemos que a escola é muito mais determinada que determinante. Ela é síntese de múltiplas determinações sociais. Da mesma forma o aluno que ela recebe. É verdade que, por mais fácil racionalizar a deficiência da escola, lançando a culpa apenas nas causas fora de seus muros. O professor, na verdade, precisa reconhecer a especialidade da escola e sua responsabilidade no equacionamento desses problemas.

Existe um espaço, especificamente escolar, que pode e deve ser trabalhado. È neste espaço que deve haver um momento de superação e uma proposta de ação. È aí que o nosso compromisso com a eficiência do ensino deve fazer-se presente. O fracasso escolar tem muito a ver com o que a escola e os professores fazem ou deixam de fazer. Há uma série de determinantes intra-escolares que gera ou mantém esse fracasso e sobre os quais o educador pode ter uma ação mais direta. Embora cientes de que os problemas advindos dos fatores extra-escolares poderão minimizar as causas do processo de repetência e evasão escolar.

É fundamental que os educadores aprendam a trabalhar com esta escola precária que aí está, e carente, despreparada e desfavorecida que vamos trabalhar. È nesta escola precária que vamos atuar. Pelo menos, enquanto profundas modificações sociais não se realizem. Mudamos de profissão ou buscamos alternativas válidas de trabalho.

O desafio é ensinar para que o aluno aprenda, apesar de tudo. Lamentações não resolvem o problema. Cansamos de estudar que o aluno não tem interesse, é despreparado, não sabe raciocinar, que a escola não oferece condições ao trabalho e por aí afora. No entanto, o preparo do professor e modo de operar a escola nunca é questionado. Há professores que não dominam o seu conteúdo, que não tem manejo de classe, desconhecem os princípios elementares da teoria pedagógica, não estabelecem bom relacionamento com os alunos, não conseguem despertar e manter o interesse e tem pouca capacidade de comunicação.

Candau diz que nas escolas "estão presentes profissionais que planejam e, contudo não executam e nem avaliam; profissionais que executam, sem ter planejado e que não vão avaliar; profissionais que vão avaliar sem ter planejado ou executado".

O que temos observado é que os planejamentos de ensino constituem um ritual obrigatório, formal, sem qualquer ligação com o real. Os objetivos, métodos, técnicas e avaliação são aprendidos nos cursos de formação do magistério como coisas externas e desnecessárias ao processo de ensinar e aprender.

Na realidade a escola não está servindo nem a classe dominante, nem à classe dominada, na medida em que as duas precisam de competência: a primeira para continuar dominando e a segunda para se libertar. O ato pedagógico não se dá ao acaso. Ele exige trabalho sério, consciente, crítico e criativo. O professor é um trabalhador como qualquer outro profissional e precisa preparar-se para exercer a sua profissão. O professor deve adquirir o hábito de repensar, reavaliar o seu desempenho e redefini-lo, continuamente, em direção à melhor qualificação. Sua reciclagem, teórica e prática, deve ser um processo contínuo e ininterruptamente perseguido. Nenhum profissional pode dizer que está, em algum momento, adequadamente preparado.

Pensamos como Neidson Rodrigues: "Há de se lembrar que a preparação técnica, a ampliação do conhecimento e a atualização exigem um exercício freqüente e diário por parte do educador e do sistema no qual ele está inserido. Mas, necessariamente, exigem vontade, desejo, carência do profissional professor".


 

Autor deste artigo: Josué Pereira De Sousa - participante desde Ter, 25 de Julho de 2006.

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