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Edições Anteriores 95 Inclusão digital começa na escola
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Escrito por Verginia Aparecida Mariani   
Qua, 17 de Maio de 2006 21:00

Vivemos no terceiro milênio, ápice da globalização, a qual se resume na quebra de fronteiras culturais, políticas, econômicas e sociais. Na concepção do próprio homem, o fenômeno principal desta nova era é, sem dúvida, a tecnologia.

Desde o início da revolução tecnológica, vivemos uma ruptura de paradigmas em vários setores, e o impacto dessas inovações é sentido especialmente na área da educação, tornando necessário, portanto romper com as barreiras existentes entre a tecnologia e a educação, elevando assim a escola ao patamar de instituição realmente capaz de promover a inclusão social do indivíduo. (...) as escolas são lugares públicos onde os estudantes aprendem o conhecimento e a habilidades para viver em uma democracia autêntica (GIROUX, 1997).

Com o compromisso de colaborar com a transformação social, o Centro Integrado e Apoio Profissional (CIAP) propôs um projeto inovador, na intenção de implementar a alfabetização digital, ou seja, levar o educando a ter domínio sobre os recursos computacionais, tendo como trajetória os conteúdos escolares.

Para a nova educação que se propõe, muito mais importante que repassar conhecimento é desenvolver no aluno a capacidade de instruir-se. Isso redefine o papel da escola, atribuindo-lhe outros objetivos, entre os quais estimular e aprofundar as habilidades cognitivas do aluno, incentivar sua capacidade de discernir e de trabalhar com processos lógicos e sistêmicos que lhe permitam correlacionar as informações obtidas de modo a distinguir o que de fato é relevante, encorajá-lo a buscar seus valores e os da comunidade que o cerca e a refletir sobre eles, alem de desenvolver suas habilidades de comunicação.

Na elaboração do projeto, adotou-se uma pedagogia progressista e a metodologia fundamentou-se na tendência pedagógica crítico-social dos conteúdos. Segundo BERHENS (1996), o objetivo do método é alicerçar o desenvolvimento dos conteúdos privilegiando a aquisição dos saberes que atendem as exigências que o mundo tecnológico impõe aos indivíduos para uma participação positiva na sociedade, pretendendo conectar todos os pontos que ligam a alfabetização digital, os conteúdos da educação básica e os fenômenos culturais, sociais e políticos que interferem no desenvolvimento do aluno.

Para a sistematização de um programa curricular cujo enfoque principal é a informática, analisou-se a integração das funções motrizes e mentais envolvidas no desenvolvimento infantil e no reconhecimento do individuo como sujeito histórico, objetivando assim favorecer a assimilação de conteúdos ao longo de seu processo de ensino-aprendizagem.

Os conteúdos trabalhados foram divididos em módulos, e para sua criação foram analisados o Pacote Office e o aplicativo Paint do sistema operacional Windows, adequando-os as fases de desenvolvimento infantil desde a fase escolar Pré III até a 4ª. Série do Ensino Fundamental.

Durante esse período, existiu intercâmbio pedagógico com dezessete profissionais da comunidade escolar de duas escolas, uma municipal e uma particular, para que houvesse contextualização dos conteúdos curriculares nas aulas de informática.

O Projeto Piloto Tecnogenios teve duração de três meses, e cada turma teve doze aulas, uma vez por semana, com duração de uma hora. O projeto contou com a participação de 124 alunos.

Para avaliação, buscou-se uma modalidade que fosse de encontro com a proposta de contextualizar o ensino da informática com os conteúdos formais da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Donde se optou por ter como base uma teoria pedagógica crítica, emergente e que compreendesse a avaliação como um processo formativo, contínuo de construir e reconstruir os conteúdos, objetivando a efetivação da aprendizagem num processo dialético, de forma a permitir, quando necessário, dos objetivos planejados, dos conteúdos, das estratégias e das metodologias, instrumentalizando o cidadão para a apropriação de conhecimentos que extrapolem para situações análogas.

Devido aos recursos existentes no computador, que permitiram uma melhor visualização das atividades envolvidas, foi necessário oferecer ao aluno informações oportunas e on-line para que desenvolvessem suas atividades. Os recursos computacionais ofereceram uma retro alimentação à situação de ensino: segundo PIAGET (1987), o feedback é necessário a aprendizagem.

A avaliação do projeto realizou-se confrontando as condições de aprendizagem do aluno anteriormente, durante e ao término da implantação do projeto. Por meio de reuniões e da aplicação de um questionário aos professores e coordenadores das escolas ao final do projeto, colheram-se os seguintes relatos:

"Percebemos que alunos introvertidos, com dificuldades de aprendizagem, apresentaram uma melhora significativa no relacionamento, desempenho e auto-estima/confiança".

"O projeto foi muito importante porque favoreceu os alunos que não tinham acesso à informática e ajudou os que já tinham base a desenvolverem o social intelectual e até a auto-estima".

Nos relatos colhidos, foi unânime a afirmação de que os alunos melhoram seu desempenho de aprendizagem e auto-estima.

Vivemos um momento especial da história da humanidade. Grandes transformações estão ocorrendo em todo o planeta, com grande velocidade e difícil dimensionamento; num mundo que corre com esta velocidade, com transformações que não esperam amanhecer o dia para serem anunciadas, excluídos sociais ficam cada vez mais distantes da informação e do conhecimento. Países subdesenvolvidos ficam cada vez mais distantes de países que dominam as tecnologias da informação. Se o combate à exclusão digital for ignorado, no futuro o mundo poderá estar dividido entre os "ricos em informação" e os "pobres em informação". Neste momento, poderá ser tarde demais para tentar a reversão do quadro; é necessário que se faça algo para isso, (...) reconhecer as escolas como esferas públicas e democráticas nas quais professores e alunos trabalhem juntos para forjar uma nova visão emancipadora da comunidade e da sociedade (GIROUX, 1997).

 
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