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Edições Anteriores 94 O homem que sabia de menos
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Escrito por Robspierre Miconi Costa   
Qua, 10 de Maio de 2006 21:00

Em 1956 o inigualável Alfred Hitchcock lançou o filme "O Homem que Sabia Demais" baseado na obra de Charles Bennett e D.B. Wyndham-Lewis, um dos grandes clássicos do Cinema Mundial, onde um homem era caçado por saber demais, então em uma de minhas reflexões sobre a atualidade Brasileira pensei em parafrasear o espírito da obra alienígena, diante do paradoxo vivido pelo Brasil onde um homem que sabia "de menos" não sofreu como o personagem da película supra, e ao revés chegou no mais alto Cargo Político de nossa República, contando dentre outras com a ajuda maciça de nossa sofrida categoria de Professores.

Aliás, diante deste fato chegamos a triste conclusão que nossa Classe é sofrida, e realmente tem de ser, pois esta atitude vai contra ao maior objetivo, senão o único objetivo da Educação, que é formar e capacitar o Cidadão para o bom desempenho de suas funções, seja lá quais forem elas. Poder-se-ia argumentar que eu estou sendo muito minimalista, e que a Educação possui diversas outras finalidades em uma perspectiva mais ampla, porém, a mais imediata e que acaba dando condições ao Cidadão de atingir aos demais objetivos, é sem dúvida alguma o aqui por nós sintetizado.

O Presidente como signatário da Chefia do Poder Executivo Federal que me desculpe, mas apenas com habilidade "política" e boa intenção, e principalmente esta segunda, não se chega a lugar algum, seja em qual ramo do conhecimento ou atividade profissional for, eu particularmente gosto muito de utilizar a título de ilustração o seguinte exemplo: suponhamos que um grande amigo nosso ganhasse a incumbência de comandar uma aeronave 767, sem ser piloto, sendo apenas um Professor como nós, e a partir de então passasse a formar sua tripulação com seus pares, todos sem conhecimentos específicos para levar a termo tal empreitada. Certamente que o resultado desta experiência seria tão desastroso, como o que podemos verificar em nosso País atualmente.

Foram mais de 50 milhões de votos equivocados que valorizaram mais o marketing e as promessas vazias calcadas na oposição fácil do "tá tudo errado", do que a capacidade profissional, formação intelectual e política dos candidatos, e é neste ponto que fica evidenciado o maior pecado por parte de nós Professores, enquanto integrantes de uma elite intelectual, apesar de que em grande parte procuramos fugir desta categorização, como se ela fosse apenas um rótulo ideológico ou partidário, quando na verdade basta recorrer ao dicionário, e dar uma olhadela ao mundo em nosso redor para verificar que sim, somos uma elite enquanto formadores de opinião e condutores da massa faminta por "conhecimento", aqui tomado em sua mais ampla acepção.

A deturpação do termo elite, entretanto, não é nada perto da deturpação sofrida pela política no último quarto de século, hoje não existe verdadeiramente situação e oposição, pois tudo que os "políticos" querem é estar no Poder, e para tanto vendem até a alma (com ou sem nota fiscal), hoje não há mais ideologia ou partidarismo, a única coisa que importa é o poder, se antes importava encontrar um partido que fosse de encontro com as aspirações do Cidadão para o País, hoje se busca é o partido com maiores chances de ser eleito por sua legenda, seja ele qual for.

Haveria um sem número de exemplos para ilustrar o fato, porém, a fim de não alongar por demais nossa fala, basta citar que antigamente, os Políticos defendiam o Interesse Público, e quando algum deles tinha a infelicidade de ser relacionado a interesses de grupos específicos ou de corporações financeiros, era um escândalo que lançava anátema sobre suas carreiras, hoje se fala abertamente em "Bancada Ruralista", "Bancada dos Evangélicos" e tantas outras de forma tão escancarada que ficou sistematizado o atendimento a interesses corporativistas dentro do Congresso Nacional.

Os Colegas que me perdoem, mas como costuma dizer nossa juventude "me inclui fora dessa" mas é que eu não sou eleitor de nosso atual Presidente, por uma decisão consciente, embasada exatamente no fato de que eu enquanto Professor já estudei, e ainda estudo muito exatamente para fazer aquilo a que me proponho da melhor maneira possível, assim, jamais votei e nem votarei em um candidato que é exatamente a antítese deste objetivo, porém, apesar de tudo, ainda me julgo culpado pelo fato, por não conseguir conscientizar meus alunos de tudo isto, é Colegas... a esperança pode até ter vencido o medo, mas ou ela já morreu, ou está em estado gravíssimo no CTI.

Porém, como o ditado popular assevera que a esperança é a última que morre, quem sabe agora é chegada a hora de nascer em nós a Ação e as Atitudes que irão verdadeiramente conduzir nossa Grande Nação para um Estado Democrático de Direito, formada por Cidadãos verdadeiros, cientes e conscientes de seus Direitos e principalmente de seus deveres, coisa que não anda muito em voga.

 

Autor deste artigo: Robspierre Miconi Costa - participante desde Dom, 23 de Abril de 2006.

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