Login
Sugestões
Rede Mebox!
Usuários on line
A educação de Dilma Rousseff |
Escrito por Revista Gestão Universitária |
Sex, 09 de Agosto de 2013 12:05 |
Vinicius Torres Freire - Folha de São Paulo - 09/08/2013 - São Paulo, SP Na primeira vez em que reuniu seus ministros, 13 dias depois de tomar posse, Dilma Rousseff acreditava que o Brasil cresceria em média 5,9% ao ano, um ritmo 50% mais rápido que o dos anos Lula. Os economistas do governo diziam, com a anuência da presidente, que o crescimento seria de 5% em 2011, 5,5% em 2012 e 6,5% em cada ano do biênio final do mandato. A inflação cairia até chegar a 4,5% em 2012. Não haveria mais `ajuste fiscal` (redução do deficit das contas do governo), mas `consolidação fiscal`, pois o `ajuste clássico` provocaria desemprego e baixa dos investimentos. Haveria `racionalização das despesas e aumento da eficiência do gasto público`. Em setembro, com o caldo daquele ano de 2011 entornado, a presidente e seus economistas não mais previam, mas se davam a meta de fazer o paÃs crescer 4% ao ano. O governo pouparia o equivalente a 3,1% do PIB das suas receitas. O paÃs cresceu 2,7% em 2011, 0,9% em 2012 e deve crescer algo entre 1,8% e 2,7% neste 2013. O deficit aumentou, a inflação foi maior. Não importa o `erro de previsão` nem o fracasso em acertar o alvo. Interessam as ideias que embasavam prognósticos e diagnósticos, além das subsequentes decisões tomadas a princÃpio para `corrigir rumos` e, a seguir, para salvar a todo custo e desesperadamente a face polÃtica. O governo assumiu com a ideia de que a Brasil estava pronto para crescer no ritmo mais rápido de sua história. Eram desnecessárias mudanças institucionais (leis, rearranjos do Estado, da intervenção na economia etc.), entre outras. Quando se frustrou o crescimento previsto, aumentou-se cada vez mais o gasto público direto e indireto (com a estatização parcial do crédito bancário, via endividamento para a capitalização de bancos públicos). Ansioso, depois desesperado, o governo atacou com estÃmulos desordenados ao consumo, como um time de futebol fraco e pueril que parte em massa para o ataque a fim de virar o jogo, levando goleada infame. Nova frustração do `estÃmulo ao crescimento` suscitou a desconversa derrotada de que o importante mesmo é o desemprego em recorde de baixa e o povo satisfeito. De mãos quase atadas, pois não tem como manejar o gasto público e os juros sobem, dada a inflação persistente, o governo agora limita o diálogo público a queixas sobre o pessimismo de seus crÃticos ou inimigos. O que terá aprendido Dilma Rousseff? Não revê o seu curso apenas porque está emparedada pela eleição próxima, a qual poderia perder se mexesse a fundo na economia? Sua mudez e isolamento são apenas uma estratégia de evitar conversas perigosas para sua reeleição? Ou teimosa e iludida acredita que foi vÃtima dos azares de um mundo conturbando e do pessimismo de adversários? Candidata, vai ainda tentar manter as aparências e evitar qualquer conversa racional sobre mudanças para o paÃs? Se eleita, enfim vai apresentar um programa de mudanças, uma conversa adulta e informada sobre as insuficiências da economia, dos problemas da administração pública e dos conflitos polÃticos que precisam ser resolvidos (com perdas e danos para alguns)? O que dirá Dilma Rousseff sobre um segundo mandato? O primeiro, acabou.
|