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Edições Anteriores 328 Indisciplina – Uma Forma de Aprendizagem
Indisciplina – Uma Forma de Aprendizagem PDF Imprimir E-mail
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Escrito por CLAUDIO MARCIO   
Sáb, 27 de Julho de 2013 14:37

RESUMO

 

Este artigo lança um olhar sobre a indisciplina como uma forma de aprendizagem: aluno-professor-família-escola, perpassando pela sociedade. Pesquisamos se a indisciplina pode ser trabalhada em sala de aula como potencial criativo e construtivo. Focamo-nos nas habilidades e competências do educando. Pode a indisciplina sinalizar: o descontentamento com a metodologia do educador, com o espaço escolar, com a relação familiar e a maneira que seu saber é ignorado pela escola. Por meio de pesquisas bibliográficas de diferentes estudiosos: Foucault, Vygotsky, Stirner, Wallon, Celso Antunes, Celso Vasconcelos, Julio Groppa Aquino, Paulo Freire, Renato Alves, Emile Durkheim e entrevistas, procuramos compreender como essa aprendizagem é possível.

 

Palavras Chave: Indisciplina/ Estrutura Escolar/ Participação Familiar

 

Indiscipline - A Way of Learning

Abstract

This article shows the indiscipline as a way of learning: teacher-student-family-school, passing by society. Searching about if the indiscipline can be worked in the classroom as a creative and constructive potential. We focused on the skills and abilities of the student. The indiscipline can show us a signal of: dissatisfaction with the methodology of the educator, with the school, with family’s relationship and the way that student’s knowledge is ignored by the school. According to literature searches of different scholars: Foucault, Vygotsky, Stirner, Wallon, Celso Antunes, Celso Vasconcelos, Julio Groppa, Aquino, Paulo Freire, Renato Alves, Emile Durkheim and interviews, we try to understand how this learning is possible.

Keywords: Indiscipline / School’s Structure / Family’s Participation



  1. 1. INTRODUÇÃO

O objetivo ao escrever sobre o tema Indisciplina é compreender o potencial criativo e construtivo da mesma e se é possível utilizá-la de forma relacional para aprendizagem: aluno-professor-família-escola, ou seja, a participação conjunta nesse processo para o benefício do educando. Esse interesse surgiu, após assistir algumas aulas e, posteriormente, ouvir os educadores de uma escola situada em São João de Meriti, RJ, onde atuei inicialmente como estagiário e depois fui contratado para lecionar a disciplina Educação Religiosa no 2º semestre de 2012. Constatei que as frases se repetiam na sala dos professores, numa tentativa de justificar: notas baixas, recuperações, falta de aprendizado e a mínima atenção as aulas. Os educadores diziam: “Eles [os alunos] não querem nada, os pais não vêm à escola para saber como estão os filhos”; apontando a indisciplina como fator inibidor do aprendizado, um empecilho à prática docente oriunda de uma má formação/educação familiar. Entretanto, Segundo Antunes (2011, p. 19): “A Indisciplina quase sempre emana de três focos: A escola e sua estrutura, o professor e sua conduta e o aluno e sua bagunça [...]”.

A indisciplina supracitada, sob a ótica docente, despeja todo o peso da responsabilidade sobre o educando e sua família, pois o que está em questão é o comportamento inadequado em sala de aula, o desrespeito à figura do mestre que deseja e tem o objetivo de fazer uma exposição da matéria no quadro ou em slide, a fim de que o aluno “aprenda” o que foi “ensinado”.

Tínhamos uma ideia clara sobre o que queríamos escrever. No entanto, a clareza de qualquer ideia, somente é, de fato, evidenciada, após uma pesquisa e confrontação de ideias convergentes e divergentes. Sendo assim, nossa proposta inicial era combater a indisciplina, ou seja, pesquisar instrumentos que possibilitassem, ao educador, a confrontação da indisciplina em sala de aula. Mas, havia algo que não sabíamos, e após pesquisar em livros, em sala de aula, na sala dos professores e em entrevistas, constatamos que, não tínhamos um simples elemento, importante e modificador de nossa proposta inicial: o conhecimento do conceito de indisciplina e de disciplina visto pelo próprio olhar do educador, ouvindo depoimentos, lendo sobre experiências e teorias sobre a educação.

Pudemos comprovar que, enquanto o professor se dedica à sua exposição, os estudantes falam o tempo todo, parecendo não considerar a presença do professor em sala de aula. Conversas, as mais diversas. Mas, por que tanta conversa paralela, se o objetivo do aluno é ir para escola aprender? Por qual (is) motivo (s) os alunos não prestam atenção na aula? O Que pode o educador fazer diante deste cenário aparentemente caótico e desanimador? Estas atitudes dos alunos sugerem uma total completa indisciplina? Não seria o caso de aplicarmos punições severas como no passado?

 

A partir das reflexões acima, passamos a considerar o seguinte: A (s) Indisciplina (s) que ocorre (m) em sala de aula parece (m) ser uma forma de resistência do aluno às metodologias aplicadas. Uma sinalização aos professores e à escola, que as metodologias não estão acompanhando as transformações socioculturais e cognitivas, nem as modificações tecnológicas e de comunicabilidade da atualidade.

É como se estivessem em jogo elementos valorativos sobre autoridade e conhecimento que se enfrentam através de papéis sociais vivenciados por professor–aluno–escola. O aluno, que tem potencial, que aprende muitas coisas e participa de muitas atividades, pela indisciplina se expressa: “Para que serve isto que você fala? Como posso aplicar isto em meu dia a dia? Você não entende o que eu passo como pode querer ter autoridade sobre o que devo ou não aprender/fazer?”.

Os questionamentos apresentados acima, não ocorriam nas décadas de 70 e 80, com o advento da Internet, o processo de comunicação/informação se tornou acessível e veloz, permitindo aos alunos conhecerem outras realidades e ao mesmo tempo refletirem sobre a própria condição social.

Assim, a metodologia organizada para a construção desta reflexão sobre o teor criativo da indisciplina, partiu do pressuposto que a pesquisa bibliográfica seria capaz de nos esclarecer sobre esse potencial de construção de saberes.

Outro instrumento que favoreceu à nossa busca por informações foi a entrevista semiestruturada, pois conforme nos esclarece Manzini (1990/1991, p. 154, apud, Manzini, 2004, p. 58-59),

a entrevista semi-estruturada está focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma padronização de alternativas.

Realizamos assim a entrevista com dois professores que lecionam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental buscando uma melhor compreensão da indisciplina e o que de fato estaria por trás dela: um potencial positivo

Os professores Romário Silveira Machado e Abner Lopes, com mais de dez anos de Magistério, atuam em escolas municipais da Baixada Fluminense, RJ e se deparam cotidianamente com esta realidade: a indisciplina escolar.

Tivemos como apoio a entrevista e na pesquisa bibliográfica, buscamos desta forma, nas leituras de autores como Foucault, Vygotsky, Stirner, Wallon, Celso Antunes, Celso Vasconcelos, Julio Groppa Aquino, Paulo Freire, Renato Alves, Emile Durkheim, o embasamento teórico que respaldasse as argumentações e reflexões propostas.

Mas como é possível utilizar o potencial da indisciplina em benefício do aprendizado e do desenvolvimento para uma visão democrática e cidadã?

 

  1. 2. DISCIPLINA E INDISCIPLINA

2.1. Um Olhar Sobre a Disciplina

Segundo o Novo Dicionário Aurélio - Ferreira (1999):

[Do lat. disciplina.]. S. f.: 1. Regime de ordem imposta ou livremente consentida. 2. Ordem que convém ao funcionamento regular duma organização (militar, escolar, etc.). 3. Relações de subordinação do aluno ao mestre ou ao instrutor. 4. Observância de preceitos ou normas. 5. Submissão a um regulamento. 6. Ensino, instrução, educação.

A disciplina propõe leis, ordens, regras que regem as ações das pessoas, isto parece bem simples, no entanto, a desobediência a essas regras, implica na infração, insubordinação ou indisciplina. A questão que procuramos avaliar é a seguinte: Toda a quebra de disciplina deve ser vista como má? Toda disciplina é essencialmente boa e/ou perfeita?

 

A geração da década de 70 lutou contra a disciplina rígida e punitiva, ou seja, a disciplina que castiga. O senso comum estabelece uma relação entre disciplina e castigo: punição. Sendo assim, disciplinar alguém sempre foi considerado como castigar ou corrigir. Mas, insistindo nessa reflexão proponho a seguinte avaliação: a disciplina pode ser nociva, quando ela impede o indivíduo de exercer seu livre arbítrio, sua potencialidade crítica, sua capacidade de questionar e propor suas ideias, ainda que as mesmas sejam diferentes da ideia da maioria das pessoas; quando a disciplina formata e cerceia o pensar, ela se coloca como ditadora. É esse ponto da disciplina que devemos ter cuidado ao exercer a aplicação das regras, pois punir é mais fácil do que permitir a mudança de paradigmas.

Nosso trabalho se propõe ao contexto educacional, embora sua aplicação atinja todas as esferas do relacionamento do educando. Por isso, entendemos que a disciplina deve ser aplicada como elemento de construção e permissão à desconstrução de paradigmas, sem quebrar regras que infrinjam as leis, porém que proporcionem ao educando um senso crítico e participativo na convivência social e transformadora.

Como nos propõe Antunes (2007, p. 89), acreditamos que seja uma das melhores maneiras de vislumbrarmos e aplicarmos a disciplina em sala de aula:

A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como ‘produto’ de debate, reflexão, estudo de caso e análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem mando ou sobre sociedades oprimidas [...].

Não podemos ficar indiferentes à visão de Durkheim (2007, p. 6), pois ele considera que “toda educação consiste num esforço contínuo para impor à criança maneiras de ver, de sentir e de agir às quais ela não teria chegado espontaneamente [...]”. Sendo assim, conforme já exposto, não desconsideramos a necessidade da disciplina, ela é benéfica e necessária, porém o que não concordamos é que a disciplina esteja embasada/direcionada, exclusivamente, ao castigo/punição. Conforme expõe Foucault (1987, p. 164):

Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar as “disciplinas”. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação [...].

Stirner (2001, Apud Oliveira, 2011), ressalta a questão da disciplina que formata, impedindo ao discente de construir saberes e se indisciplinar:

(Os locais de ensino) não se contentam, ao contrário, com formar pessoas de bom senso; não visam, para dizer a verdade, a formar pessoas ouvindo a voz da razão. [...] Em pedagogia, como em outros campos, a liberdade não pode expressar-se, nossa faculdade de oposição não pode exprimir-se; exigem apenas a submissão. O único objetivo é adestrar à forma e à matéria: do estábulo dos humanistas não saem senão letrados, do estábulo dos realistas, só cidadãos utilizáveis e, em ambos os casos, nada além de indivíduos submissos. Sufocam pela força nossa saudável tendência à indisciplina e impedem ao mesmo tempo o Saber de desenvolver-se em Vontade livre.

A disciplina deve orientar às regras, às leis e ao bem comum, a fim de conduzir ao benefício permanente do educando e da sociedade. Então, precisamos seguir a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que em seu art. 2º no item Dos Princípios e Fins da Educação Nacional nos diz: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” O senso comum nos diz que a educação vem de casa, a lei, ratifica esse senso comum e posiciona o Estado como coparticipante dessa educação, numa perspectiva Liberal Clássica de garantia de direitos básicos.

A disciplina é imprescindível no processo de ensino aprendizagem e deve promover junto ao educando o exercício de sua cidadania, não podando seu senso crítico, mas direcionando-o para um viver em sociedade.

A cidadania, não pode ser negligenciada no processo de ensino/aprendizagem, e, se estou formando/informando um cidadão, para que ele seja participante do processo político da cidade, não podemos impor-lhe nosso conteúdo, sem mostrar-lhe sua eficiência, eficácia e efetividade – Para que serve esse ensino? Como o aluno poderá aplicá-lo em sua vida e comunidade? – em sua convivência intra e interpessoal, intervenção social e ambiental?

 

A partir do entendimento do exposto acima, a disciplina torna-se agradável e necessária, pois não é vista como um instrumento apenas para punir, mas para apontar o caminho de regras que possibilitam melhor relação em sociedade, ainda que as penalidades façam parte dessa relação social; é possível ter disciplina, aplicar a disciplina, sem ter apenas o viés de um adestramento, de um vigiar ou de um punir - Foucault (1987).

Citamos mais uma vez Stirner[1]:

Todavia, a educação deve ser pessoal, mestre do Saber e guardar constantemente no espírito esse caráter essencial do Saber: não ser em nenhum caso objeto de posse, mas ser o próprio Eu. Numa palavra, não se deve inculcar o Saber, mas conduzir o indivíduo a seu pleno desenvolvimento; a pedagogia não pode mais partir da ideia de civilizar, mas da ideia de desenvolver pessoas livres, caracteres soberanos. É preciso, então, cessar de enfraquecer a Vontade, até o presente, sempre tão brutalmente oprimida. E porquanto não se enfraquece o desejo de saber, por que enfraquecer o desejo de querer? Visto que um é nutrido, que o outro também o seja. A teimosia e a indisciplina da criança têm tantos direitos quanto seu desejo de saber.

A indisciplina apresentada por Stirner precisa ser recuperada em nossa forma de educar, visando não uma formatação do indivíduo, mas à condução da descoberta do mundo, a partir de sua realidade, permitindo-lhe ser crítico do saber aprendido, contestador das circunstâncias vivenciadas, e, capaz de utilizar essa indisciplina como instrumento de desenvolvimento de suas potencialidades, na construção de saberes e, na constituição de pessoas capazes de exercer sua cidadania em sala de aula. Não digamos ao aluno: “sente-se, cale-se, você está errado...”, mas lhe proporcionemos a utilização desse potencial questionador, como direito de interação na aula, revendo o próprio plano de aula (que deve ser flexível no processo de construção de saberes), não “engessando” o aprendizado, porém respeitando o saber do aluno. Certamente, é algo que poderemos considerar ao entrar em sala de aula: Os saberes dos educandos, o que vivenciam e como canalizam essas múltiplas realidades em prol de seu aprendizado.

 

2.2. Um Olhar Sobre a Indisciplina

Galileu Galilei não considerou o que a igreja dizia como sendo a regra que não pode ser questionada, mas propôs uma visão científica e correta, porém que era uma grave indisciplina contra o sistema, Isaac Newton não foi um brilhante aluno, segundo os moldes da educação de sua época, no entanto, sua capacidade criativa e inventiva, considerada fora do padrão da disciplina escolar, o permitiu se tornar um gênio. O que dizer de Freud? Um Neurologista pervertido, por não aceitar o que em sua época era o politicamente aceitável: crianças não tem sexualidade, ele, contrariando – se indisciplinando – os parâmetros da psicologia e da sociedade médica, propõe o absurdo da Psicanálise e torna-se o pai de uma nova visão da psique. Citamos Albert Einstein que tinha desprezo a decoreba e era considerado arrogante pelo sistema, por conta disso, porém essas questões, não lhe impediram de ser um grande aprendiz e cientista, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1921.

A indisciplina não tem apenas características negativas, de bagunça e desordem, mas é capaz de construir saberes e desenvolver talentos, quando a mesma é sublimada e direcionada pelo educador – facilitador desse processo de aprendizagem – que propõe o conteúdo escolar e permite ao educando aceitar ou não o que lhe é ensinado, ouvindo os motivos dessa aceitação ou rejeição, iniciando assim, o aprendizado, não por memorização de conteúdos, mas por confrontação de saberes: de sua convivência familiar/comunitária e o currículo escolar.

 

  1. 3. EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO – Educação de casa e Instrução da Escola

Qual a diferença entre educar e instruir? Os pais educam ou instruem? Os professores instruem ou educam?

Tendo o entendimento da função da escola, podemos compreender a importância da família no aprendizado do educando e o papel do professor, na transformação do comportamento do aluno.

Educação e Instrução, segundo O Novo Dicionário Aurélio - Ferreira (1999):

Educação: 1. Ato ou efeito de educar (-se). 2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. Instrução: 1. Ato ou efeito de instruir (-se). 2. Ensino. 3. Conhecimentos adquiridos; cultura, saber, erudição.

Tanto educar, quanto instruir faz parte da responsabilidade de pais e professores, ou seja, a educação que vem de casa precisa ser trabalhada na escola, e a instrução que se aprende na escola, deve ser vivenciada em casa. O educar e o instruir começam em casa com os pais e/ou responsáveis, continuam na escola com os professores no processo de transformação do comportamento, por intermédio da educação escolar.

Na relação: casa/escola e pais/professores torna-se necessário haver uma dialética, ou seja, as contraposições existentes entre essas instituições devem ser conversadas, não podem ser ignoradas, buscando-se um entendimento, entre o que se é ensinado em casa e na escola. Conforme nos propõe Aquino (1996, p. 46):

[...] a estruturação escolar não poderá ser pensada apartada da familiar. Em verdade, são elas as duas instituições responsáveis pelo que se denomina educação num sentido amplo. Só que o processo educacional depende da articulação destes dois âmbitos institucionais que não se justapõem.

O aluno é educado e instruído tanto em casa quanto na escola. A educação e a instrução se completam, não são antagônicas. A educação que vem de casa é importante para ser trabalhada pela instrução escolar. O aluno chega à sala de aula com um modelo mental, ou seja, “[...]uma representação interna de informações que corresponde analogamente com aquilo que está sendo representado.” Moreira, (1997, p. 3), do conhecimento passado pela sua família, por exemplo, se um aluno foi instruído a jamais falar com estranhos, ele pode considerar todos, em sala de aula, como estranhos e ter um comportamento resignado, se foi educado a sentar somente no chão, terá dificuldades em sentar-se na carteira. Ao observar e procurar compreender se o comportamento de seus alunos, está associado à sua educação familiar, o professor desenvolverá seu trabalho, respeitando as diferenças de cultura, religião, regionalização, etc. Ou seja, conhecerá cada aluno, será perceptível ao seu modo de ser e estar no mundo, ajudando-o a construir e desconstruir saberes, orientando-o sobre a ideia de pertencimento[2], como bem expõe Pereira (2007, p. 7):

A importância do pertencimento nas relações pedagógicas foi ressaltada com Vygotsky não em um, mas, em cinco sentidos: o ético valoriza a capacidade humana de sentir e refletir sobre as sensações e sua importância no processo de aprendizagem; o social valoriza os aspectos íntimos e pessoais da vida humana e sua representação na sociedade; o político está na intencionalidade da ação pedagógica quanto ao reconhecimento do pertencimento individual e social de si e do outro e da autonomia humana interdependente; o estético valoriza a criatividade que, ampliada nas relações humanas, potencializa as mudanças e transformações das situações de desenraizamento e/ou de sofrimento, causadas pela identidade de não-pertencimento e o educativo, presente nos processos de conscientização, de se ter uma postura e de intencionalizar a ação, valoriza a participação e a corresponsabilidade no destino de si, do outro e da humanidade.

 

  1. 4. INDISCIPLINA ESCOLAR – Origens e Consequências

Mas qual a razão da indisciplina escolar? Se existe realmente um viés construtor por trás da indisciplina do aluno, por que razão a escola não consegue aproveitar essa indisciplina na construção de saberes?

A escola de cem anos atrás não é a mesma de nossos dias, a sociedade mudou e o aluno de hoje, interage de forma diferente que o aluno de cem anos atrás. Em outras palavras, o que o aluno espera da escola e o que a escola espera do aluno?

A Escola somente poderá transformar a realidade onde está inserida quando identificar-se, entender o seu papel, enquanto organismo e não mais somente como instituição. Uma mudança que, partindo do autoconhecimento funcional, permitirá que seus atores: professores, alunos, pais, funcionários, direção e comunidade, revejam seus papéis. Como um todo integral, que não pode ficar de um lado, enquanto existem outros de outro lado, sua existência, eficiência, eficácia e efetividade transformadora, não estão mais pautadas, em sua competência em propor um currículo que acrescente algo ao não-saber de seus alunos, mas sim, num currículo que seja capaz de entender a si mesma, enquanto instituição e organismo que se adapta ao meio, troca informações, propõe mudanças. Atualiza-se, jamais se acomoda e intervém na política ambiental e social, deixando de ser fria e distante, para tornar-se viva, pulsante, necessária, desejada e indispensável ao meio social, pois cumprirá o papel de facilitadora das relações interpessoais.

O conflito de saberes torna-se frequente e originador da indisciplina, pois as perspectivas não são congruentes, tendo de um lado o representante da escola: o professor e do outro lado o representante da comunidade: o aluno. O que perpassa, pela cabeça do professor e do aluno, a partir desse encontro é um conflito de interesses. Em que o educador quer transmitir o conteúdo de sua disciplina e o educando não consegue entender o propósito desse conteúdo, as consequências são as mais diversas, culminando em um desencontro entre o sistema teórico docente e a prática discente. Os parâmetros escolares colidem com os do meio social, onde o educando está inserido.

Segundo Vasconcelos (1997, p. 245), “Muitos problemas de indisciplina têm origem na questão do desrespeito.” Expressado por parte dos alunos – entram e saem da sala sem pedir licença, conversam diversos assuntos paralelos, violência contra colegas, não fazem os exercícios propostos e ignoram a autoridade do professor – e dissimulado por parte dos professores – que ao rotular seus alunos acabam inviabilizando o processo de ensino aprendizagem.        Então a indisciplina parece também surgir da confrontação entre discente e docente. Saberes que deveriam ser integralizados, enfrentam-se, impedindo o processo de aprendizagem de ocorrer. Uma disputa de poderes, onde quem sabe mais, nem sempre sai ganhando, e, quem sabe menos, não se importa em perder ou ganhar, quer mesmo é provocar o confronto. Eis então as consequências da indisciplina: não aprendizado, violência, stress e um caos, cujas dimensões atingem a escola, a comunidade, a família e a sociedade como um todo.

Em meio a essa turbulência, seria possível ao professor dar aula a quem não quer aprender? Disciplinar a quem não quer ser disciplinado? Esse é o papel do educador de nosso século: Disciplinador? É o que refletiremos no próximo tópico.

 

  1. 5. O PAPEL DO EDUCADOR – Finalidade e Atuação

Qual é o papel do educador em pleno século XXI? Um disciplinador? Um amigo de seus alunos? Um transmissor de informações? Quando nem o professor consegue responder a esses questionamentos, algo de muito desagradável passa a acontecer em sala de aula: Disciplinas que são ministradas sem um foco/finalidade. A atuação do educador torna-se pífia, e, em alguns casos: efêmera.

Segundo Freire (2011, p. 24), “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” Então o papel do educador pode ser entendido como um facilitador, alguém que prepara o terreno para o desenvolvimento do saber. Freire (2011, p.25) continua:

“Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém [...]”

Eis aí a atuação conjunta, um tem a necessidade de aprender, o outro identifica essa necessidade e supre-a, à medida que essa necessidade começa a ser suprida, o educando constata o que ela pode lhe proporcionar; isto faz brotar o desejo pelo aprendizado, e mais uma vez a atuação do educador se faz necessária e imprescindível, nos esclarece Teresa Cristina, Aquino (1996, p. 94) que Vygotsky “[...] chama a atenção também para o importante papel mediador exercido por outras pessoas nos processos de formação dos conhecimentos, habilidades de raciocínio e procedimentos comportamentais de cada sujeito.” é nessa aproximação – ZDP[3] – Zona de Desenvolvimento Proximal, que ocorre a interação de saberes. Por isto ensinar não é transferir conteúdo, mas é um inter-relacionamento entre o educador e o educando, uma cumplicidade que deve ocorrer no cenário educacional e continuado em sua comunidade.

Muitos educadores não conseguem entender que o seu papel é comunicar-se com seus alunos, e que, a comunicação não ocorre apenas com palavras, mas de outras formas. Sérgio Miranda (1999, p. 32), esclarece-nos que “[...] o conteúdo é fundamental, mas se não for bem colocado não atinge o ouvinte, e em vão terá sido gasto o seu verbo”. Miranda (1999, p. 32-3) demonstra que existem três elementos para uma boa comunicação,

O Conteúdo (ou a palavra) representa 7% dessa influência [...] alguns professores, advogados, padres, pastores, etc. [...] que foram famosos no passado pelo conhecimento e pela erudição que possuíam, hoje não conseguem atrair nem convencer plateia alguma, pois lhes falta os principais componentes da influência: O Tom De Voz, que representa 38% dessa influência e a Fisiologia (linguagem do corpo), que aparece como principal fator, com 55%.

Fica mais claro compreender que o papel do professor e sua atuação devem ser harmônicos com o ritmo de seus alunos. Não consiste apenas em estar preparado para dar o conteúdo, mas sim, ter um tom de voz audível e claro, sem ruídos e uma fisiologia que permita ao educando interpretar o que ele realmente quer dizer. Ou seja, é preciso estar em harmonia com seus alunos, para poder ajudá-los.

Em entrevista realizada com o professor Romário, em relação ao que pensa sobre indisciplina, foi possível perceber que há um consenso sobre a necessidade do professor rever a sua prática, pois o aluno nem sempre está interessado no conteúdo ensinado; se faz necessário então que o educador busque outra prática, outro caminho para captar a atenção daquele aluno.

Algo marcante nessa entrevista é quando o professor chama o aluno de cliente, afirmando que o não conhecimento do professor da clientela com a qual trabalha, compromete todo o processo de ensino-aprendizagem, impedindo-lhe de ter êxito, pois desconhece a comunidade, o público alvo: seus alunos.

“Agora uma outra questão importantíssima é ele conhecer a clientela com a qual ele está trabalhando. Eu tenho experiências, converso muito sobre Sindicato, então converso muito com professores que dominam tudo isso, mas não conhecem, eles não têm êxito no seu trabalho, pois eles não conhecem a comunidade, não conhecem a clientela, não conhecem os alunos com os quais está trabalhando”.

O aluno nem sempre quer aprender o que o professor ensina, o que fazer? Trabalhar o conteúdo a partir da realidade que o aluno traz de casa, da sua família e comunidade, por exemplo, a violência urbana, a falta d’água, a discriminação, o preconceito, a dificuldade financeira, isto permite ao educando tornar-se crítico dessa realidade, ter argumentos e ferramentas para confrontá-la, sendo assim, ao aprender matemática saberá como usá-la na economia doméstica, a língua portuguesa para saber se posicionar e reivindicar seus direitos, a geografia para conhecer e interferir positivamente em sua demografia, a história para saber como as coisas ocorreram, uma aula assim, não imposta, mas mediada e direcionada pelo educador, torna-se dinâmica e capaz de produzir interesse nos educandos. Nas palavras do professor entrevistado:

“Muitas vezes aqueles objetivos que ele traz que é o que tá na grade curricular que ele deve seguir, não é aquele que o aluno quer aprender. A riqueza que o aluno traz de casa, traz da cultura, traz da favela, traz da comunidade, que pode ser trabalhado. O professor muitas vezes não está preparado para aproveitar o que o aluno traz e trabalhar esses conteúdos”

Quando o educador faz o seu papel e atua conforme se faz necessário, algo mais deve ocorrer para que o aprendizado continue e seja expandido, pois o educando não está sendo ensinado apenas para fazer provas, mas sim para o exercício da cidadania.

Outra questão que, enquanto educador, não se pode ignorar é o quantitativo em sala de aula, conforme nos expõe o professor Abner:

Numa turma de 35 alunos eu fico impossibilitado de fazer um círculo, por exemplo, porque não tem condições, com 35 alunos dentro de uma sala de aula, o sistema faz com que você vai seguindo as regras dele, que é botar os alunos um atrás do outro, que é manter os alunos todos calados ao mesmo tempo, como se fosse algo obrigatório, eu acho que em vez dos alunos ficarem calados simplesmente, eles precisam ter uma atividade que eles se envolvam mais nela, aí eles vão se manter, eu não digo calados, mas conversando entre si, sabendo que estão conversando com o seu grupo e não discutindo.

Em relação ao exposto acima, percebemos que o sistema muitas vezes não possibilita ao educador uma estrutura para desenvolver sua aula, porém, suas habilidades e competências, seu embasamento didático o faz ser não um disciplinador, mas sim seguir um caminho que lhe possibilite lidar com esse tipo de indisciplina e gerar uma aula produtiva, participativa e frutífera.

Mas para lidar com a indisciplina, a fim de compreendê-la e potencializá-la entra em cena a família do educando, que pode, deve e precisa contribuir para a continuidade, manutenção e ampliação do processo de aprendizagem.

 

 

  1. 6. PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA – Contribuição e Importância

A base da educação inicia-se em família, sua continuidade permanece na família, tendo a escola o papel de organizar e direcionar os alunos, em prol da construção e manutenção de sua cidadania, e a participação da família é imprescindível no processo ensino/aprendizagem.

Segundo um provérbio africano, “É preciso toda uma aldeia para educar uma criança”, não podemos lançar sobre a família a exclusividade da educação, ou tão pouco à escola a responsabilidade da instrução. O que deve ser feito então: família e escola, pais e educadores devem coparticipar deste processo de construção de saberes, numa cumplicidade, onde cada instituição complementa a outra. Alves (2006, p.23) recomenda aos pais e professores: “[...] nunca perguntem a um aluno se ele já estudou, mas, sim, se ele sabe estudar.” A contribuição da família está em averiguar se seu (sua) filho (a) sabe estudar. Isto independe de formação acadêmica. É uma educação que começa em casa, é ampliada na escola e continuada na relação familiar. Mas como os pais ou responsáveis pela criança podem contribuir quando não têm uma formação? A resposta está na relação escola e família, como nos propõe o Manifesto dos Pioneiros de 1932:

Por isto, o Estado, longe de prescindir da família, deve assentar o trabalho da educação no apoio que ela dá à escola e na colaboração efetiva entre pais e professores, entre os quais, nessa obra profundamente social, tem o dever de restabelecer a confiança e estreitar as relações, associando e pondo a serviço da obra comum essas duas forças sociais - a família e a escola, que operavam de todo indiferentes, senão em direções diversas e às vezes opostas.

A proposta deste manifesto é uma interação entre as duas forças. Ou seja, a família não tem que saber ensinar como o professor, ou tão pouco a escola saber educar como a família, ambos precisam se conhecer e se ajudar, a fim de alguém em comum: o educando. O profissional recebe o apoio da família, cuja importância é imprescindível no processo de ensino aprendizagem. Conforme nos propõe Freire (2005, p. 79), “o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa [...] os homens se educam em comunhão.” E essa comunhão, esse educar, somente será pleno quando a família participar dentro e fora da escola. Os muros são derrubados. Muros que impedem a família de participar da educação de seus filhos, por entenderem que não são capazes de contribuir em sua educação formal, muros que impedem a escola de participar da educação de seus alunos, por entenderem que não podem interferir em sua educação familiar.

Como nos esclarece Lima (2009)

Tanto a família quanto a escola devem viabilizar relações pautadas na afetividade e no adequado desempenho de papéis. As crianças ao viverem ora como aluno, ora como filho, aprendem as normas sociais e éticas e compreendem o seu lugar no mundo. Se os adultos se eximirem da sua tarefa educativa, a criança encontrará dificuldades na construção do ser “sujeito” e dificilmente entenderá o mundo e seu funcionamento. O que uma família tem que fazer nenhuma escola consegue substituir, por melhor que seja; o que a escola tem que fazer as famílias não conseguem, mesmo sendo educadoras. A família tem o papel de acolher a criança e promover individuação e pertencimento. No convívio diário, nas conversas, na forma de proceder diante das rotinas do dia a dia é que a criança compreende os mitos, as crenças, os ritos de sua família, assim como a forma deles de viver e conviver.

A família, pais e/ou responsáveis podem contribuir no aprendizado de seus filhos (as), a escola precisa desenvolver uma metodologia participativa, interativa e integralizadora, pois afinal de contas quem sairá ganhando é o educando e a sociedade em geral.

 

  1. 7. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES – A Indisciplina é Empecilho a Aprendizagem?

A indisciplina pode ser canalizada ao aprendizado, de forma criativa e contemporânea esse potencial pode, perfeitamente, ser utilizado para construção de saberes, mudança de paradigmas e transformação social.         Não se pode sufocar o discente que, ao descobrir o mundo faz como o cientista que grita feito um louco quando descobre um invento, uma nova teoria ou lei: eureca[4]! As descobertas diárias e contínuas do educando precisam ser contadas, expostas, compartilhadas. Eles estão aprendendo e também querem ensinar. A indisciplina não é, portanto, um empecilho ao aprendizado, é um anúncio, um sinal de uma aprendizagem que não se limita ao contexto de sala de aula, que é dinâmico, imanente ao educando e que transcende à formatação institucional.

O professor Abner nos diz o seguinte em sua experiência, “Indisciplina é uma questão que a gente precisa analisar bem, até porque o fato da criança gritar ou o fato da criança fazer uma bagunça, isto não vem a ser diretamente uma indisciplina, até porque ela está expressando os seus sentimentos.” O professor utiliza a música em suas aulas, a fim de permitir aos educandos expressarem-se enquanto aprendem, ou a aprenderem enquanto se expressam. O professor se utiliza de músicas para trabalhar questões de comportamento, relacionamento, limpeza e higiene pessoal, também trabalha com poemas, ao invés de recorrer a um texto já existente do livro ele prefere trabalhar textos musicais.

Diante do exposto não devemos então cercear a expressividade do educando, pois por intermédio dela, fala ao mundo sobre o que sente e o que é capaz de realizar. “Conforme as ideias de Wallon, a escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa.” (Ferrari, 2013).

A indisciplina precisa ser trabalhada em sala de aula, pois estamos considerando não uma perversidade destruidora, mas um potencial de competências e habilidades do aluno, que, por não ter condições adequadas ao seu desenvolvimento, busca outros caminhos para sua manifestação, confrontando assim as normas formatadoras da Instituição.

 

  1. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto em nossa pesquisa, poderíamos considerar os aspectos positivos na indisciplina, podendo até ser uma forma de aprendizagem, quando utilizada para fazer o educando refletir sobre um sentimento de pertencimento em seu ambiente, que não se limita a casa, vizinhança, mas se amplia à escola e além da escola, permitindo a esse educando que, ao usar a energia da indisciplina que não aceita a mesmice, o conformismo os parâmetros que engessam o aprendizado, torna-o cidadão crítico, humanitário, autor de sua própria história e, acima de tudo um cidadão planetário (Gadotti, 1998) que, respeitando as diversidades, luta pela igualdade social, pela inclusão das diferenças e prática de uma sustentabilidade social/ambiental, pois o meio ambiente não é constituído apenas por animais, plantas e minerais, mas também por seres humanos que devem aprender a aprender sempre, se indisciplinando, teimando e desconstruindo quaisquer formas de engessamento de saberes.

 

 

  1. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Renato. O Segredo dos Gênios: Manual de orientação para professores e estudantes. Tupã. SP. 2006

ANTUNES, Celso. Diário de um Educador: Temas e Questões Atuais. 2 ed. SP: Papirus, 2007.

______________. Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

AQUINO, Julio Groppa, org. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 16. Ed. – São Paulo: Summus. 1996

BARRETO, Andrea. Eureka – Arquimedes! 2009. Disponível em: http://dicasdeciencias.com/2009/07/28/eureka-arquimedes/. Acesso em: 06 Jun. 2013.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico; tradução Paulo Neves; revisão da tradução Eduardo Brandão. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FERRARI, Márcio. Henri Wallon, o educador integral. 2013. Disponível em:

. Acesso em: 22. Mai. 2013.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio - Século XXI. Editora Nova Fronteira. Versão Eletrônica. Lexikon Informática Ltda. Versão 3.0. 1999.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática Educativa, São Paulo, Paz e Terra. 2011.

_____________. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, Paz e Terra. 2005.

GADOTTI, Moacir. Cidadania Planetária Pontos para a reflexão. Instituto Paulo Freire. Cuiabá. 1998.

LIMA, Liliana Correia de. Interação Família-Escola: Papel da família no processo ensino-aprendizagem, 2009. Disponível em: Disponível em:

. Acesso em: 14 Abr. 2013.

MANZINI, Eduardo José. Entrevista semi-estruturada: Análise de objetivos e de roteiros. Ed. USC, 2004. Disponível em:

http://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/gt3/04.pdf. Acesso: 24 Jun. 2013.

MIRANDA, Sérgio. A eficácia da comunicação. Rio de Janeiro: Qualitymark. Ed. 1999.

MOREIRA, Marco Antonio. Investigações em Ensino de Ciências. Trabalho apresentado no Encontro sobre Teoria e Pesquisa em Ensino de Ciência - Linguagem, Cultura e Cognição. Faculdade de Educação da UFMG, Belo Horizonte, 5 a 7 de março de 1997.

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 1932. História da Educação no Brasil Período da Segunda República. Disponível em:

. Acesso em: 25 Nov. 2012.

PEREIRA, Luiza Percevallis. O Sentido do Pertencimento nas Relações Pedagógicas: Um Olhar Voltado à Experiência de Professores. Dissertação apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação junto à Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Sob orientação da Professora Drª. Ecleide Cunico Furlanetto. Universidade cidade de São Paulo. São Paulo: 2007.

STIRNER, Max. O Falso Princípio Da Nossa Educação. São Paulo: Editora Imaginário. 1ª Ed. 2001, Apud OLIVEIRA, Nelson Jonas Ramos. A Miséria da Nossa Educação. 2011. Disponível em:

http://confrariadosdespertos.blogspot.com.br/2011/01/miseria-de-nossa-educacao.html. Acesso em 30.02013.

VASCONCELOS, Celso. Os Desafios da Indisciplina em Sala de Aula e na Escola. Publicação: Série Ideias n. 28. Pinas: 227-252 São Paulo: FDE, 1997.

 

 


[1] Ibidem

[2] Inferi ser o “pertencimento” um fenômeno pelo qual sou parte do outro, do diferente, do estrangeiro e trago-o em mim, em razão do que construímos nos encontros, nas trocas humanas, nos diálogos, na relação de reciprocidade, de mutualidade da qual nos fala Fazenda, que a “copropriedade” indica que eu me apodero de algo, algo criado na relação. Mas esse empoderamento não expressa uma dominação do outro e, sim, o acolhimento de algo que me foi disponibilizado pelo outro, na relação em que me disponibilizei ou ofertei-lhe algo de mim. Pereira (2007, p. 22)

[3] É a distância entre as práticas que uma criança já domina e as atividades nas quais ela ainda depende de ajuda.

[4] “[...] conta-se que Arquimedes foi para uma banheira relaxar e observou que o volume da água derramada da banheira cheia em que entrara era igual ao volume da parte do seu corpo dentro da água. Ele viu imediatamente como deveria resolver o problema. Sem ao menos se vestir, Arquimedes correu para casa gritando Eureka!” Barreto, 2009.

 

 

Autor deste artigo: CLAUDIO MARCIO - participante desde Sáb, 27 de Julho de 2013.

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