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Univali recebe pinguins resgatados em praias de SC PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Revista Gestão Universitária   
Seg, 15 de Julho de 2013 15:15

Laboratório da Univali atua na recuperação de aves e mamíferos marinhos

 

Penha/SC - O Estado de Santa Catarina recebe, todos os anos, visitantes do extremo sul da América do Sul. São os pinguins. Aves, procedentes do sul da Patagônia, que durante essa época do ano deslocam-se para a região sul-sudeste do litoral brasileiro direcionados pelas correntes das Malvinas e tempestades oceânicas. A maior parte destas aves são jovens excedentes de populações que realizam este deslocamento procurando alimentos. Apenas esse ano, cinco pinguins já passaram por tratamento no Laboratório de Reabilitação de Aves Marinhas do Centro de Ciência Tecnológica da Terra e do Mar (CTTMar), da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) no município de Penha. No momento, um deles ainda está em recuperação.

 

Gilberto Caetano Manzoni, coordenador do laboratório, explica que o animal recebido pelo laboratório está em boas condições de saúde e que, provavelmente, apenas se perdeu do bando. Se a recuperação ocorrer de acordo com o previsto eles devem ser encaminhados para a sede da Policia Ambiental, em Florianópolis. Essa, no entanto, não é a realidade da maioria das aves que chegam ao Estado, conta  o pesquisador. Ele explica que, na incrível jornada dessas aves, algumas, sofrem com a contaminação por óleo, que os compromete tanto interna como externamente: “O óleo danifica a função de impermeabilidade das penas fazendo com que a água alcance a pele do animal. Consequentemente as aves sentem frio pela queda da temperatura corporal. Nesse momento ele sai da água para se aquecer”, diz.

 

O metabolismo de nosso visitante aumenta para manter a temperatura corporal que é de, em média 40°C. Isso faz com que ele gaste muita energia. Sem alimento, ele ficará desidratado e emagrecerá. A camada de gordura ficará menos espessa e a musculatura de natação atrofiará incapacitando o nado e até mesmo a flutuação na superfície da água. Nessas condições, o animal está condenado a morte. É nesse momento que moradores da região ou órgãos ambientais, ao encontrarem o visitante, entram em contato com o Laboratório de Reabilitação de Aves Marinhas do CTTMar/Univali que, desde 1994, atua no município de Penha. Esse laboratório é responsável pelo monitoramento das ocorrências e recuperação das aves marinhas debilitadas que ocorrem na região.

 

Gilberto conta que, após a recuperação, as aves são liberadas sob condição de estarem absolutamente sadios, selvagens e aptos para desenvolver suas atividades normalmente: "Outro padrão que se observa para a liberação é se o animal apresentou,  no mínimo,  um ganho de peso de 10% em relação ao seu estado inicial", salienta. O professor explica, ainda, que a recuperação destes animais acontece no combate imediato aos efeitos primários, como stress, hipotermia, desidratação, problemas gastrointestinais pela intoxicação por meio da ingestão do óleo e outras substâncias prejudiciais e lesões causadas por capturas acidentais em redes de pesca: "Cada animal é um caso diferente, e sempre existirão fatores que modificarão os protocolos existentes. Estas tarefas são grandes desafios que merecem todo o nosso esforço e dedicação, pois o nosso empenho e obtenção de conhecimento é uma alternativa de sobrevivência a estas espécies", defende o pesquisador.

 

Estrelas, mas não os únicos visitantes

Apesar de ganharem mais visibilidade, os pinguins não são os únicos hóspedes do laboratório. A costa catarinense é privilegiada por apresentar uma grande diversidade de ecossistemas. Entre as espécies de aves mais comuns presentes na região da Penha, durante todo o ano, estão gaivotas, trinta réis, atobás e tesourões.

 

Manzoni explica que as gaivotas são aves que interagem com o homem, principalmente em locais onde existe a pesca, por receberem alimento com uma mais frequência, criando uma relação de dependência quanto a alimentação.  Por outro lado, durante o verão, aumenta a quantidade de alimento disponível nas praias: "O problema é que muitas vezes estes alimentos encontra-se em estágio de deterioração, aumentando  com isso a probabilidade de enfermidades nas aves em decorrência da ingestão de alimentos contaminados", aponta o pesquisador.

 

Além desses, o laboratório já recebeu tartarugas, leões e lobos marinhos. A ocorrência desses animais proporciona o monitoramento das espécies na região e principalmente sua recuperação, acondicionando os mesmos a retornarem ao seu habitat da forma mais rápida possível, suprindo a expectativa da comunidade local assim como dos turistas que vem a esta região. O serviço é totalmente mantido com recursos institucionais e conta com o apoio de muitos voluntários. No local há um auditório de 60 lugares, destinado a realização de palestras com a finalidade de promover educação ambiental para escolas e comunidade.

 

Também está disponível tanque com abastecimento de água do mar filtrada e áreas de cativeiro para alimentação e tratamento das aves debilitadas. Além disso a estrutura conta com  um laboratório para a realização dos procedimentos terapêuticos, coleta de parâmetros biométricos despetrolização, enxágue, secagem de animais oleados. “Tudo isso para que nossos visitantes possam voltar para casa, em boas condições”, afirma o diretor do CTTMar/Univali, professor João Luiz Baptista de Carvalho.

 

Ele diz ainda que muitas vezes os pesquisadores se perguntam por que estão tentando salvar animais que a natureza escolheu para morrer e sobre o papel da Universidade no processo de seleção natural tentando recuperar seres frágeis e doentes: “Não haveria outra razão para nós, pesquisadores conscientes do processo evolutivo, agirmos dessa forma senão pela necessidade de conscientização da população pela preservação do ambiente marinho”, pontuou o professor. Para Carvalho, trazer para a Univali a responsabilidade da cura e recuperação destes seres simpáticos à maioria das pessoas traz esperanças quanto a recuperação do meio ambiente: “É isso que permite-nos gritar ao mundo, de forma otimista, que somos capazes, e devemos, de cuidar melhor do nosso planeta.  E que estamos apenas fazendo a nossa parte”, conclui o diretor.

 

Mais informações: (47) 3345-5980/9989-5316, com Gilberto Manzoni, coordenador do Laboratório de Recuperação de Mamíferos e Aves Marinhas do CTTMar/Univali.

 

 

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