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Edições Anteriores 324 A Educação e o Samba do Crioulo Doido
A Educação e o Samba do Crioulo Doido PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Wolmer Ricardo Tavares   
Seg, 17 de Junho de 2013 00:00

O Samba do crioulo doido se refere as coisas sem sentido e totalmente sem nexo. Assim tem sido nossa educação pública nas mãos dos políticos despidos da ética e do bom senso, que mandam e desmandam, usando assim o seu poder conquistado através de demagogias e despreparos dos seus eleitores cada vez mais alienados e passivos. Para Souza (2007) essa dominação pode ser legitimada devido a aceitação do poder de mando de alguns sobre outros.


Muitas das vezes nós educadores, nos sentimos verdadeiras cobaias em um laboratório de experiências infundadas, sendo manuseadas por aventureiros de mãos trêmulas e perdidas nas incógnitas sociais, sem saber sequer o resultado que se espera e sem algo palpável que se estruture para uma educação de qualidade.

Esses políticos corruptos e corruptores, embora amparados por educadores pedagogos mercenários, vislumbram seus eleitores com sua falsa oratória, de que tais manipulações eclipsadas por projetos estéreis irão melhorar a educação pública brasileira, e com isso, fazem o denominado por muitos “salgam carne estragada”, ou seja, suas ações fomentarão ainda mais a alienação de seus educandos e a insatisfação dos profissionais de educação.

Essa manifestação induzirá em uma apatia em relação ao sistema e consequentemente em uma permissividade, acatando de bom grado tudo que lhe for imposto, sem ao menos expor sua indignação e lutar por uma educação de qualidade contribuindo com a valorização da profissão de educador.

O interesse próprio está tão arraigado nesses políticos e em seus mercenários que agem sorrateiramente comprometendo toda uma geração. Essa ação silenciosa é fruto de uma cultura permissiva a espera de uma mudança, sem se dar conta de que nada mudará se a sociedade assim não desejar e lutar.

Uma educação de qualidade tem também o intuito de causar mudanças na forma de agir, pensar e ser, por isso, não é de interesse dos envolvidos acima uma educação proativa, uma educação norteadora, transformadora, o que pode ser corroborado por Giles (1983) ao afirmar que o processo educativo leva o educando ao nível da crítica avaliativa, ou seja, os educandos passam a ser mais ativos, autônomos e críticos, rompendo as amarras das manipulações de uma elite dominadora e corruptora. O autor vai além e nos esclarece que esse processo educativo está relacionado com uma educação pela vida e para vida.

Souza (2007) relata ser a educação também um fator de coesão, que está relacionada aos laços de solidariedade social ligando os indivíduos entre si. Para Durkheim apud Souza (2007) a educação é um fato social e exige mais que opiniões para ser apreendida na sua totalidade, e que depende de ciência social com método apropriado e análise rigorosa para ser compreendida na sua complexidade, e não de manipulações com projetos sem cunho social camuflados por interesses próprios. Souza é enfático ao informar que a tarefa da educação é resgatar a cidadania, o que é corroborado por Delors (2001, p.67) quando salienta ser na escola a função de “começar a educação para uma cidadania consciente e ativa” e não uma cidadania tutelada e nem assistida como adverte Demo (2000). Para o autor, a cidadania tutelada nos quer como massa de manobra, submissos e ignorantes e a cidadania assistida, nos faz aceitar apenas a assistência necessária e tem como ideal viver sem assistência.

Para Tomazi (1997) a cidadania tem um significado não só de direitos, mas de deveres em respeitar o direito dos outros e respeitar também o que é público, isto é, o que é de todos, além de respeitar as leis e as normas que regem nossa sociedade.

E assim se vai compondo o samba do crioulo doido. Samba que todos cantam, encantam mas não refletem no seu significado. Assim tem sido a educação. Mandos, desmandos, manipulações, desvios de atenções e aumento da massa de manobra pronta para ser marcada para o sustento dessa elite política cancerígena da sociedade, corroendo o sistema, os sonhos, a dignidade e toda uma perspectiva de um futuro mais promissor.



DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a Descobrir. 6 ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2001, “Relatório para UNESCO da Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI”. p. 1 a 117


DEMO, Pedro. Saber Pensar. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000 – (Guia da Escola Cidadã; v. 6)


GILES, Thomas Ransom. Filosofia da Educação.. São Paulo: EPU, 1983.


SOUZA, João Valdir Alves de,. Introdução a Sociologia da Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.


TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia da Educação. São Paulo: Atual, 1997.


 
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