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O ENSINO DE ORTOGRAFIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES |
Escrito por Kelma Gomes Mendonça Ghelli |
Sex, 15 de Fevereiro de 2013 00:00 |
O objetivo do presente texto é refletir sobre as atividades de produção e correção de textos espontâneos produzidos pelas crianças. Muitas pessoas vêem a ortografia como uma imposição inútil. Sabemos, pois, que esta é uma convenção, algo que se define socialmente. Ela é uma norma, uma convenção social. Tudo em ortografia é feito de um acordo social, é arbitraria. Não há como esperar que nossos alunos descubram sozinhos, a escrita correta das palavras. Assim, incorporar a norma ortográfica é consequentemente um longo processo para quem se apropriou da escrita alfabética. O ensino sistemático de ortografia não pode se transformar em “freio” às oportunidades de a criança apropriar-se da linguagem escrita pela leitura e composição de textos reais.
Muitos professores continuam decidindo a aprovação ou reprovação de seus alunos com base no seu rendimento ortográfico. Escrever, segundo a norma é assim, uma exigência que a sociedade continuará fazendo aos usuários da escrita em suas vidas diárias, fora do espaço escolar. Um olhar sobre o que acontece em determinadas práticas de sala de aula revela muitas vezes que, na escola o aluno não escreve para ser lido, mas para cumprir uma tarefa escolar, ou seja, ser corrigido. O aluno sabe que não há continuidade do processo. E se o texto do aluno é o resultado de um conjunto de saberes, podemos de forma compreensível, entender que os conhecimentos linguísticos que os alunos possuem influenciam fortemente os textos produzidos. Podemos perceber, em diferentes situações e práticas escolares, uma grande preocupação dos professores em assinalar os problemas gramaticais e ortográficos nos textos dos alunos. Cabe ao professor, saber encontrar na diversidade dos textos produzidos uma forma adequada de recebê-los e transformá-los em diagnóstico para o seu planejamento. Norteia neste trabalho a concepção de texto, exposta por Geraldi (1991). Para o autor é importante o locutor ter o que dizer, ter motivos para dizer o que se tem a dizer, para quem dizer... A escola constitui-se pois, no espaço privilegiado para a construção de propostas de compreensão. Há, que se considerar, também que o processo de apropriação de habilidades textuais constitui-se num movimento gradual e não-linear. É importante que a criança entenda o significado da revisão, não como uma tarefa mecânica, como o “passar a limpo”. Tornar o texto do aluno como objeto de discussão coletiva, a fim de que os colegas sugiram alterações. Outra possibilidade é propor atividades em dupla, colocando como parceiro dessa menina um colega mais experiente. Dessa forma, a revisão textual pode ser utilizada como uma estratégia, metodológica, tanto individual quanto coletiva e como um instrumento que auxilia na reflexão sobre o que dizer e como dizer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANCI, Eglê Pontes. Pedagogia da alfabetização: da oralidade à escrita. São Paulo: Cortez, 1999. MORAIS, Artur Gomes. Ortografia: Ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 2003. VAL, Maria da Graça Costa. Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto – o sujeito-autor. Belo Horizonte: Autêntica / CEALE / FAE / UFMG, 2005.
Prof. MSc. Kelma Gomes Mendonça Ghelli Coordenadora de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação e Extensão Fundação Carmelitana Mário Palmério – FUCAMP (Monte Carmelo-MG)
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