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Edições Anteriores 304 BREVES REFLEXÕES SOBRE O PENSAMENTO DE JEAN JACQUES ROUSSEAU NO TRICENTENÁRIO DE SEU NASCIMENTO.
BREVES REFLEXÕES SOBRE O PENSAMENTO DE JEAN JACQUES ROUSSEAU NO TRICENTENÁRIO DE SEU NASCIMENTO. PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Celso Luis Levada   
Qua, 25 de Julho de 2012 00:00

Celso Luis Levada

Miriam de Magalhães O. Levada

Maria de Lourdes Pimentel Pizarro

RESUMO

 

Este artigo mostra, através de uma pesquisa bibliográfica, a vida de Rousseau e como seus pensamentos influenciaram o século XVIII, além de uma pequena apresentação dos princípios do Liberalismo. São referenciados alguns aspectos e fatos de sua vida, relatado em suas obras, que são eficazes na educação dos jovens.

Palavras chaves: Educação, liberalismo, contrato social

 

ABSTRACT

This article uses a bibliographic search to describe the life of Rousseau. We intend to show how his thoughts influenced the eighteenth century. This shall be followed by a short presentation of the principles of liberalism. We refer to some aspects and facts of his life, reported on his works, which are useful in the education of the young people.

 

Keywords: Education, liberalism, social contract

 

INTRODUÇÃO

 

Jean Jacques Rousseau nasceu em Genebra, na Suíça, em 28 de Junho de 1712 e faleceu em 2 de Julho de 1778, com 66 anos de idade. Era filho de um relojoeiro e ficou órfão de mãe muito cedo, sendo criado pelos tios. Com 16 anos, abandonou Genebra e foi para Annecy, Reino da Sardenha, onde passou a viver numa espécie de pensionato para jovens. Aí se converteu ao catolicismo (era protestante de origem) e completou sua formação humanística.

Em 1741, com 29 anos, mudou-se para Paris, onde passou a se manter dando aulas de música e copiando partituras, atividade que exerceria até o fim da vida. Rousseau publicou textos sobre música, inclusive um dicionário especializado, e teatro; compôs duas óperas, sendo que uma delas chegou a ser representada para Luís XV. Seus estudos analisaram o conhecimento da natureza humana através da reconstrução do processo que permitiu o estabelecimento da sociedade.

À escola, segundo Rousseau, cabia o papel do Estado e a mesma não deveria ser religiosa, mas, leiga, estando livre para os sentidos e para a razão de uma educação popular. O processo pedagógico que Rousseau desenvolve, está totalmente relacionado ao conceito de liberdade. Rousseau expõe um modelo de educação para crianças com métodos bem diferentes daqueles tradicionais existentes em sua época.

Embora Rousseau estivesse se preocupado a vida toda com o problema da educação, não se pode dizer que foi um educador, era mais um filósofo, o filósofo iluminista precursor do romantismo do século XIX.

EDUCADOR OU FILÓSOFO?

É possível afirmar que Rousseau provocou uma revolução, ou seja, tirou o professor do centro dos interesses pedagógicos e em seu lugar colocou o aluno. Segundo ARANHA (1996), Rousseau provocou uma revolução copernicana na pedagogia. Assim como Copérnico inverteu o modelo astronômico, retirando a terra do centro, Rousseau centralizou os interesses pedagógicos no aluno, não mais no professor.

Como admirador da natureza, Rousseau quer retomar o contato com as plantas, os animais e fenômenos físicos, além de valorizar a experiência, a educação ativa voltada para a vida, para a ação motora que é a curiosidade.         O desenvolvimento afetivo dos adultos para com as crianças, na França do século XVIII, era algo que necessitava de intervenção.

A visão social da época tinha a criança como um “adulto em miniatura” e as mesmas tinham que começar a trabalhar muito precocemente, até mesmo a se vestirem como adultos, e, consequentemente, participando inclusive das festas que somente adultos participariam.

A educação natural se presume na recusa ao intelectualismo, ou seja, a pessoa não se reduz ao intelecto – razão, mas também na razão sensitiva como delimitou Platão em sua teoria do Mundo dos Sentidos. Dentre as críticas atribuídas a Rousseau está a de propor uma educação que não estimula o contato entre os homens.  “O ato pedagógico pode, então ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível intrapessoal como no nível da influência do meio”, sobretudo este com a participação ativa do educando. Conclui-se que a educação de Rousseau constitui um marco para a pedagogia contemporânea, especialmente no que diz respeito aos estatutos da Escola Nova.

O ROMANCE ÉMILE

Na pedagogia de Rousseau, conforme mencionam LORENZON e JORGE (2011), surge a proposta de uma educação natural, visando uma formação autônoma para preparar o homem para o convívio social. Diante destas concepções, emergem inúmeras ferramentas para se refletir sobre as práticas pedagógicas, e a Educação Integral que se almeja. Para CHAVES (2010), Rousseau concebeu uma proposta de educação revolucionária para sua época, primando pelo desenvolvimento de um homem completo, autônomo e moral, pronto para se inserir na sociedade e desempenhar o seu papel, visando o bem comum.

Como caminho para se chegar à sociedade contratual, Rousseau faz uso da Educação e, ao fazê-lo, concebe as raízes da pedagogia moderna, através do projeto de Educação Natural explicitado no Émile, nome dado por Rousseau ao seu aluno fictício, que, juntamente com seu preceptor, percorrem um trajeto educacional de aproximadamente 25 anos, objetivando a formação de um ser humano autônomo, sociável e moral. Rousseau estabelece um método educacional que valoriza o desenvolvimento da criança, tendo em conta a temporalidade e suas necessidades de aprendizagem, considerando o desenvolvimento sensorial, mental e moral do ser humano. No Émile, explicitam-se três fases necessárias à formação do homem, cada qual com aprendizagens específicas, condizentes com a idade, capacidade e necessidade da criança, adolescente ou jovem.

No romance do jovem Émile e seu tutor, o autor demonstra como educar o cidadão ideal. A educação de uma criança deve ser feito fora da vida social.  A criança deve ser criada em um meio rural, em vez de em ambiente urbano, a fim de que ela possa desenvolver em continuidade com a natureza mais que em oposição a ela.

Uma frase marcante de Rousseau diz : "A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de serem homens. Se queremos perturbar essa ordem, produziremos frutos precoces, sem maturidade nem sabor e que não tardarão apodrecer; teremos jovens doutores e velhas crianças".

Rousseau vai se empreender em torno da Educação através de seu personagem fictício, Émile, o qual foi criado para que desde os primeiros dias de vida até a idade adulta tivesse sua educação conduzida por ele. Assim, apesar das críticas devido à educação de Émile, os anseios pedagógicos de Rousseau de fato contribuíram para a construção de um saber pedagógico coletivo e qualitativo, para o pleno desenvolvimento de um processo ensino- aprendizagem com saberes não apenas teórico racional, mas de fato, um saber humanístico.

Portanto, em relação à educação, os pressupostos básicos de Rousseau           eram a crença na bondade natural do homem e a responsabilidade pela origem do mal era atribuído à civilização. Com isso, os objetivos da educação comportavam o desenvolvimento das potencialidades naturais da criança e seu afastamento dos males sociais.

O cerne da pedagogia de Rousseau repousa na idéia de educação natural, por acreditar ser a sociedade promotora de valores artificiais, não colaborando para a formação moral e autônoma do homem. Jean-Jacques Rousseau, diante da sociedade setecentista, era um defensor da liberdade e da formação de um estado igualitário. Neste estado, as interações seriam permeadas por meio de um contrato, tendo em conta o caráter sociável do homem, visando a harmonia do corpo coletivo.

A OBRA CONTRATO SOCIAL

 

A pedagogia de Rousseau tem sido chamada de naturalista. Em Émile, é mostrado como é possível educar para converter a liberdade natural em liberdade civil.

Para Rousseau, a agricultura era a ocupação mais importante e útil do homem, seguido pela ferraria e carpintaria.

A obra Émile pode ser interpretada como um trabalho complementar ao Contrato Social. No entanto, o eixo de sua pedagogia baseia-se em um paradoxo: para alcançar a socialização plena do indivíduo deve deter ou isolá-lo de sua realidade social (ROUSSEAU, 1983).

Nos meandros políticos que Rousseau expõe, o Contrato Social constitui a primeira essência de uma nova democracia, mas sem dúvida o direcionamento que o mesmo apresenta são os princípios da vontade coletiva para o social que almeja também para o processo educacional.                                              As circunstâncias eram concernentes a um verdadeiro caos social. Não existia segurança jurídica contra atos de prepotência e arrogância da nobreza, muito menos da monarquia. Classes essas que ostentavam privilégios e enxotavam as necessidades da plebe.

O livro descreve com muita precisão sobre assuntos políticos. Como uma teoria política explica, entre outras coisas, a origem e a finalidade dos direitos estaduais e humanos.

A essência da teoria do Contrato Social, observada na formulação proposta por Jean-Jacques Rousseau é: viver em sociedade, os seres humanos concordarem com um contrato social implícito, o que lhes dá certos direitos em troca de dar a liberdade de que estariam disponíveis em um estado de natureza.

O Contrato Social é uma hipótese explicativa da autoridade política e ordem social. Assim, os direitos e deveres dos indivíduos constituem os termos do Contrato Social, enquanto o Estado é a entidade criada para executar o contrato. Para Rousseau, o indivíduo em estado de natureza é bom, mas se corrompe na sociedade e destrói sua liberdade.

O Contrato Social é a prova de que o homem pode preservar a sua integridade enquanto grupo, sendo um ser social e utilizando-se da razão. Ainda hoje, percebe-se a grandeza do ato de doar, tanto é que existe uma vertente contratual exclusiva referente a essa manifestação.

 

 

 

Bibliografia

 

ARANHA, M L de A. Filosofia da Educação, 3 ed. Editora Moderna São Paulo  2006.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1996.

CHAVES, M. A. Mundo Acadêmico, Revista da Faculdade Norte Capixaba de São Mateus, UNISAM v. 2 n. 3 janeiro/junho, 2010, disponível emhttp://www.unisam.edu.br/unisam/publicacoes/mundo_academico/Ed3.pdf, acessado em 10/02/2012

CHAVES, M.A. O olhar pedagógico na concepção Rousseniana, revista Mundo Acadêmico, disponível em http://www.unisam.edu.br/unisam/publicacoes, acessado em 20/12/2011

LORENZON, E. A. e JORGE, L. G. A. A IDEIA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL EM PLATÃO E ROUSSEAU, PERSPECTIVA, Erechim. v.35, n.132, p.7-17, dezembro/2011

Luiz Antônio Cunha Revista Brasileira de Educação 55

Nadime L'Apiccirella Revista Eletrônica de Ciências Número 25, Abril de 2004

PAMPLONA, R.S. O OLHAR ROUSSEAUNIANO SOBRE A INFÂNCIA, disponível em revistas.jatai.ufg.br/index.php/acp/article/.../91, acesso em 21/02/2012

ROLLAND, R. “Os imortais do Pensamento Universal”. O Pensamento Vivo de Rousseau. Projeto Nacional de Propaganda do Livro e Planificação Brasileira de Incentivo Cultural, São Paulo: Universidade de São Paulo, 1981

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Ensaio sobre a origem das línguas. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Discurso sobre as ciências e as artes. Tradução de Lourdes Santos Machado. 3.º Ed. São Paulo. Abril Cultural (Os Pensadores), 1983.

ROUSSEAU, Jean-Jaques. Émile e a Educação. Trad. Sérgio Milliet. Rio de Janeiro, ed. Bertrand Brasil S.A, 1992.

 
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