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Escrito por Ivone Boechat   
Ter, 22 de Maio de 2012 00:00

Na organização social adotada pela grandiosa maioria das nações do mundo inteiro, quando o poderoso opressor tem o comando de tudo, ter títulos, diplomas, pós e doutorado e ainda ter competência, desempenho, saúde, disposição e vontade significa absolutamente que o oprimido é apenas MAIS UM.

MAIS UM chega com seu currículo, ganha a concorrência do emprego, estufa o peito de tanto elogio, toma posse e fica. Imagina-se importante, desdobra-se em horas extras, procura agradar em tudo e agrada mesmo. É campeão de honestidade, só que não enxerga que é e será sempre MAIS UM.

 

MAIS UM passa a vida inteira trabalhando como se estivesse conquistado amizade, consideração e simpatia do opressor e, justamente, na hora em que sente o frágil corpo dando os primeiros sinais de cansaço e não consegue mais corresponder ao desafio desumano que lhe impõem, ousa questionar atenção, mas descobre finalmente que é apenas MAIS UM.

Começa a dura batalha entre o ego ferido de sonhador retumbante com a dura realidade, porque aí vêm as chantagens:

- Não, você não  pode nos deixar, você é importantíssimo para nós, jamais poderemos perdê-lo.

Imediatamente, providências são tomadas para que se melhorem as refeições servidas na empresa, mais ar refrigerado, poltrona macia e giratória, banheiros esplendorosos, vale transporte.

- Afinal de contas, um bom empregado dá lucro nos negócios, vamos investir no seu conforto. Assim ele passará anos e anos metido aqui dentro e nem vai lembrar de mais nada.

MAIS UM fica feliz, porque pensa que estão descobrindo seus valores e nem vê que a máquina morrível de seu corpo foi aquecida para produzir mais. O salário continua o mesmo, a

cobrança é cada vez maior, entre sorrisos e abraços, no corredor. Comprometido com tantas “gentilezas”, afunda-se com a terrível carga, esgota-se.

O tempo passa e as riquezas amontoam-se. É poderio, “onipotência”, exploração e quem é pobre fica mais pobre. Nas reuniões esporádicas da diretoria, acumulam-se reclamações, reclamam de tudo e como ninguém é de ferro, partem os principais para a Europa, vão descansar do stress.

MAIS UM parte para o cemitério. Foi realmente descansar e nunca mais saber que, de agora em diante, ele é contado somente como MENOS UM.

Ivone Boechat

 

Autor deste artigo: Ivone Boechat - participante desde Seg, 24 de Outubro de 2011.

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