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Lenha na Lareira das Vagas* |
Escrito por Roney Signorini |
Qua, 13 de Junho de 2012 00:00 |
Prof. Roney Signorini Na edição de VEJA, dia 21 de janeiro/12, como sempre, o economista Gustavo Ioschpe brindou os leitores com excelente artigo tratando do corte de vagas em instituições de ensino superior como sendo crime de lesa-pátria.
O articulista, solta os cachorros no ex-ministro por ter cortado 50 mil vagas em cursos universitários, das quais 30 mil na área da saúde, atribuindo a medida como pretensão do MEC em elevar a qualidade do sistema, sob argumento que melhores instituições cresçam ao adicionar as vagas subtraídas das condenadas. Vaga é um espaço como os também existentes em currais, galinheiros, estábulos e estacionamentos. Isso justifica que 73% das vagas cortadas dentre as 50 mil (36.500) eram ociosas. Mas por que, em quais cursos, desde quando, onde ( regiões )? Quais motivos levaram a essa ociosidade? Talvez a irrealidade local, valor das mensalidades, saturação na empregabilidade, despreparo institucional (laboratórios, biblioteca, inexistência de práticas e estágios), carência de corpo docente? Afinal, há muitas perguntas sem respostas.
A questão mais importante é saber e responsabilizar quem administrou tais vagas, ou seja, elas foram solicitadas e anuídas pelo Conselho Nacional de Educação, na postulação da abertura dos cursos, sem avaliação aprofundada ? A análise foi levada às últimas consequências, não de quem as ocuparia, mas de quem proporia o curso/conteúdos/currículo, etc. etc., para dar consecução mínima de empregabilidade, última instância do consumidor do serviço educacional na graduação ? E que a utilização delas corresponderia atitude responsável para responder à avaliação do SINAES ? Afinal, quem é o responsável pela extinção das vagas? O aluno/consumidor/cliente, o CNE que permitiu a abertura do curso com um exagero de vagas, a Coordenação do curso, o corpo docente a quem se atribuiu aulas, o Mantenedor descuidado (crédulo e ingênuo ), aos avaliadores in loco ? Como é que fica? Sobrou para o alunado, para o mercado de trabalho, Tenho particular interpretação, muito pessoal, sobre a questão VAGAS e, de certa forma, partilhando-as com o articulista Ioschpe. O maior, único e exclusivo interessado na criação ou extinção de OPORTUNIDADES (LEIA-SE DE TRABALHO) é o consumidor de tal serviço, mas nem por isso deixando o MEC de exercer o poder fiscalizatório legal. O cliente decide entre ingressar, continuar, parar, transferir-se e concluir o curso. Continuam as avaliações e publicadas na mídia. O aluno resolve. Quer democracia maior e melhor? Sócrates está sorrindo no Panteão. Só para provocar, não é que o articulista tem lá sua razão ao alfinetar o Ministro perguntando, por isonomia e equidade, por que também não suprimir vagas da educação básica a se empregar o mesmo critério de escolas ruins na avaliação e desempenho ? O PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos)está com a palavra.
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