CHEGO APRESSADA

COMO CHEGAM AS GRANDES TEMPESTADES DE VERÃO.

AS COISAS EM VOLTA PARECEM NÃO SE ABALAR.

POUCOS ESTUDANTES PERCEBEM A MINHA CHEGADA.

ÀS VEZES SINTO DESÂNIMO E VONTADE DE IR EMBORA,

TALVEZ, NUNCA MAIS VOLTAR.

OUÇO VOZES, NO MEIO DA CLASSE.

ALGUÉM QUER SE COMUNICAR,

ROMPER COM  ESSE MARASMO

QUE PARECE ATINGIR A TODOS.

POR QUE  ESSE CANSAÇO DA LABUTA

DE QUE PRECISAM

HOMENS E MULHERES?

POR QUE SE PERDEM AS CHANCES

DE DESCOBRIR E COMPREENDER O MUNDO?

VIDA COTIDIANA.

SALA DE AULA COTIDIANA!

MAS AS VOZES E PRESENÇAS SE REVELAM.

VOZES QUE ALENTAM! VOZES QUE DESPERTAM!

E O DIÁLOGO POSSÍVEL VAI ACONTECENDO:

-PROFESSORA, TUDO BEM!

-OLHA, NÃO TERMINEI O TRABALHO,

MAS ESTOU REUNINDO MATERIAL... E VOU FAZER.

-PROFESSORA, EU CONSEGUI NA INTERNET ESSA INFORMAÇÃO...

-PROFESSORA, A SENHORA TINHA RAZÃO...

-E AS COLOCAÇÕES VÃO SURGINDO

COM A FORÇA DE UM FURACÃO,

MAS, SEM DEVASTAÇÃO.

VOZES CAPAZES DE ESTIMULAR, DE QUESTIONAR,

PROBLEMATIZAR, TRANSFORMAR.

E, NO EMBALO DE SABERES,

AS VOZES DOS ESTUDANTES

NÃO QUEREM CALAR,

E SE MISTURAM ÀS MINHAS.

AH! EU JÁ NÃO QUERO IR EMBORA!

A NOSSA  SALA DE AULA!

NÓS CONSTRUIMOS A BELEZA DO FICAR.

Targelia de Souza Albuquerque