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Edições Anteriores 286 Algumas lições de democracia do futebol para a educação!
Algumas lições de democracia do futebol para a educação! PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Nilton Bruno Tomelin   
Qua, 14 de Setembro de 2011 00:00

Que a escola é um espaço seletivo e, portanto exclusivo não é nenhuma novidade! A começar, pela idade em que as crianças começam a ser educadas. Algumas começam nos berços a ter contato com estímulos, palavras, letras e significados e uma grande maioria somente após os seis anos. Aos seis anos, algumas serão efetivamente estimuladas, orientadas e instigadas a aprender, outras serão apenas treinadas a repetir, copiar e decorar sem saber para que.

A grande maioria deixa a escola aos catorze anos e uns poucos seguem. No futebol os fatos são diferentes com algumas especificidades. A grande maioria dos meninos (e das meninas) tem contato com uma bola, assim que começa a andar. Muitas vezes aprendem a andar para correr atrás da bola. O mais importante, a bola é redonda para todos! Alguns demonstram talento, treinam, aperfeiçoam a técnica e transformam a brincadeira de criança em profissão. Outros continuam brincando, transformando a brincadeira em hobby.


Esta comparação é muito providencial para falarmos de democracia e oferecermos uma boa lição para a educação. Ambas são excludentes uma vez que, assim como nem todo o estudante vira doutor, a grande maioria dos meninos e meninas não se transforma em craque. Mas a exclusão se dá de forma diferente. Na escola a exclusão se dá pelas condições econômicas, de tal forma que para cada tipo de classe econômica há um tipo de escola. No futebol é pelo talento, pela persistência, pela habilidade. Como a grande maioria dos meninos e meninas que tocam numa bola é pobre, a grande maioria dos craques de futebol também emerge desta classe social.

As condições para virar craque são as mesmas! Já para virar doutor o caminho é outro. Se no futebol, todas as bolas são redondas, na educação elas são quadradas, retangulares e até ocultas. Por mais que se tenha talento, persistência, habilidade, a bola não ajuda! Sem contar, em muitos casos, na falta de habilidade da comissão técnica e dos cartolas. Obviamente ninguém pode dizer que deixou de ser feliz por que descobriu que não poderia vir a ser um craque de futebol. Diante disto, trocou de esporte ou de hobby, e tudo bem! Mas o fracasso e a exclusão da escola podem não permitir uma troca tão fácil.

Estar fora da escola, afasta muitas oportunidades, diminui consideravelmente as chances de tudo ficar bem! Portas se fecham, esperanças se esvaem! A democracia do futebol estabelece que as chances sejam as mesmas para todos e todos têm a liberdade de manifestar seu talento. Já a democracia escolar estabelece que quem puder (financiar) poderá manifestar seu talento, porém do contrário, pouco muda ter ou não talento.

Justo seria, se assim como no futebol, outras possibilidades surgissem. Obviamente, independente das condições das escolas, nem todos os meninos e meninas tem talento para aderir as regras e aos rigores dos métodos de ensino, como ocorre no futebol.  Então é possível dizer que, assim como o futebol, a universidade não é para todos, por exemplo. Mas seria justo, democrático e ético, que todos pudessem ter o direito a uma vida digna, sem necessariamente precisar transpor todas as etapas seletivas da escola.

Assim com é possível ser feliz sem saber jogar futebol, poderia ser possível ser feliz aprendendo coisas diferentes daquilo que se ensina na escola convencional. Uma educação democrática de verdade não pode apenas impor regras, mas estabelecer critérios para que diferentes habilidades possam aflorar em torno de oportunidades iguais.

 

Autor deste artigo: Nilton Bruno Tomelin - participante desde Dom, 08 de Fevereiro de 2009.

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