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Edições Anteriores 277 A construção do relatório de pesquisa: o percurso a trilhar
A construção do relatório de pesquisa: o percurso a trilhar PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Luiz Carlos dos Santos   
Qui, 16 de Junho de 2011 00:00

A conclusão de uma pesquisa, pode ensejar, dentre outras produções do conhecimento, tanto a redação de um artigo, para publicação em uma revista ou em outro tipo de periódico, a exemplo de anais de eventos técnico-científicos, culturais, artísticos ou literários, quanto  uma monografia, exigida em alguns cursos de graduação ou pós-graduação (lato sensu); acrescentem-se também, dissertações em cursos de natureza stricto sensu (mestrado acadêmico e mestrado profissional) ou teses no doutorado. Após a conclusão citada na inicial, chega o momento da sistematização dos trabalhos, com a finalidade de elaborar o Relatório de Pesquisa.



O Relatório de Pesquisa é a descrição de um fato, fenômeno ou ocorrência investigada. Portanto, difere de um Projeto, porque este é um intento, um plano, que pode ou não ser executado. De pronto, tem-se aqui uma característica fundamental, a qual será levada a termo quando da redação do mencionado relatório: o tempo do verbo será sempre o passado, enquanto que no projeto utiliza-se o futuro. De acordo com as normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e de regulamentos internos de Instituições de Ensino Superior (IES), para construção de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), o relatório de uma investigação compõe-se de três partes: pré-textuais, textuais e pós-textuais (NBRs 14724:2011 e 6022:2003).

Saliente-se, no entanto, que os regulamentos, regimentos ou instruções internas, elaborados pelas IES devem ter o propósito de aclarar aspectos das NBRs da ABNT, preencher lacunas das mesmas ou, ainda, disciplinar uma produção para a qual não exista normativa específica da mencionada associação científica, a exemplo de memorial,  atualmente muito requerido em processos seletivos, principalmente em Universidades. Porém, os balizamentos internos das Faculdades, Centros Universitários ou Universidades nunca devem disciplinar algo já explícito/regulado nas NBRs da ABNT ou em desacordo com estas.

Para além dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, na construção do Relatório de Pesquisa, o pesquisador ou iniciante na produção científica deve atentar para os estilos da língua culta: clareza e simplicidade; precisão; concisão; objetividade; perfeita concordância nominal e verbal; perfeito uso do tempo (passado) e pessoa (3ª) do verbo; correta pontuação; utilização de parágrafos curtos; dentre outros aspectos. Deve evitar jargões, linguagem coloquial, prolixidade, pleonasmos, cacofonia, repetição constante e contínua de termos (usar sinônimos e antônimos). Em suma, o texto do mencionado relatório elaborado numa linguagem culta irreparável, deve ser uma peça digna e consentânea de uma produção técnico-científica, cultural, artística ou literária.

Frise-se que o Relatório de Pesquisa é a materialização um trabalho que demandou: seleção de referenciais teóricos; leitura de fontes de pesquisa; elaboração de resumos; construção de técnicas de pesquisa de campo; aplicação de instrumentos de investigação; análise e interpretação de resultados, entre outras etapas, e seu produto poderá ser utilizado na solução de problemas, na intervenção de processos, técnicas e procedimentos; no aprimoramento de políticas públicas; na gestão de organizações etc. Poderá gerar inovações (tecnológicas e/ou sociais); enfim, resultar em marcas, patentes, desenho industrial, dentre outros. Consequentemente, a redação do relatório deve ser instigante, convidativa, prazerosa; não algo enfadonho.

Convém lembrar que, de acordo com outros textos produzidos por este autor, já publicados neste blog, muita atenção exige do pesquisador ou iniciante na pesquisa científica: na Introdução da parte textual (edição nº 275); no desenvolvimento dos capítulos ou seções, com sua impecável fundamentação teórica (edição nº 268); e, na conclusão (edição nº 271).

Diante do exposto, sintetiza-se este escrito asseverando que o relatório de uma determinada produção, para que atenda aos rigores técnico-cientificos, deve estar assentado na tríade: pleno domínio do conteúdo específico (lastro epistemológico - que elucida a problemática e o alcance dos objetivos do estudo); metodologia (conjunto de métodos, técnicas e procedimentos - descrição do caminho trilhado); e, aspectos de normalização (NBRs da ABNT, incluindo-se os estilos da língua culta - que disciplinam a construção do texto).

Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 - informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
_______. NBR 15287 - informação e documentação - projeto de pesquisa - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
_______. NBR 6028 - informação e documentação - resumos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
_______. NBR 6022 - informação e documentação - artigo técnico-científico - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
_______. NBR 6024 - informação e documentação - numeração progressiva de um documento escrito - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
_______. NBR 6027 - informação e documentação - sumário - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
_______. NBR 10520 - informação e documentação - citações - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
_______. NBR 6023 - informação e documentação - referências - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
LEIGH, Andrew. Como fazer propostas e relatórios; tradução Márcia Cruz Nóboa Leme. São Paulo: Nobel, 2000.
SANTOS, Ednalva Maria Marinho dos et al. O texto científico: diretrizes para elaboração e apresentação. 3. ed. atual. Salvador: UNYAHNA/Quarteto, 2003.
SANTOS, Luiz Carlos dos. Tópicos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa Científica [...]. Salvador: Quarteto, 2007.
______. Artigo Técnico-Científico: por que elaborá-lo? Salvador: EDUNEB, 2004.

 
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