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Edições Anteriores 262 O nivelamento do ensino superior, causas e reflexos
O nivelamento do ensino superior, causas e reflexos PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Angelica Bocca Rossi   
Ter, 01 de Março de 2011 17:10

As Instituições de Ensino Superior – IES estão sendo obrigadas a oferecer programas de Nivelamento como parte do processo de Atendimento ao Discente. Mas, antes de falarmos sobre o “dever” de as IES oferecerem o tal Nivelamento, vamos pensar nas causas. Pra começar poderíamos refletir um pouco sobre o propósito do vestibular. Após algumas pesquisas concluo que o chamado vestibular (palavra referenciada de vestíbulo, pequeno espaço entre a rua e a porta de entra de um prédio) foi criado por Decreto do governo do Marechal Hermes da Fonseca em 1911 com o intuito de selecionar alunos para as vagas nas faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia e na Faculdade de Direito de São Paulo, pois, até então, o acesso era restrito aos alunos aprovados nos cursos preparatórios ou nos exames de madureza realizado no final do ensino médio.



Então vejamos, se o vestibular foi criado para selecionar os melhores para cursarem o ensino superior por uma questão de falta de vagas e excesso de candidatos, como se explica hoje um processo seletivo nas IES particulares, uma vez que, o número de vagas são maiores que o número de candidatos? Esta é outra questão para ser muito discutida... Vamos considerar esta seleção ainda válida em relação às Instituições públicas, pois, até os dias de hoje, a quantidade de candidatos é sempre maior do que o número de vagas oferecidas e, os candidatos, em sua maioria, são egressos da rede particular de ensino que, se empenha muitíssimo para aprovar o maior número de alunos nas Instituições de Ensino Superior Públicas. Isso, de alguma forma, depõe contra o próprio sistema público de ensino no nível básico.

Agora vamos pensar sobre o “vestibular”, para as IES particulares, que acabam sendo as mais prejudicadas em todo o processo. Estas recebem e atendem alunos oriundos do ensino público, que, diga-se de passagem, está terrivelmente ruim. Eu diria que estão fazendo todo tipo de experiência com a rede pública de ensino e acaba sempre assim: “se não der certo, a gente muda no ano que vem”. Dessa forma, as IES particulares são obrigadas a oferecer aos alunos ingressantes, um programa de nivelamento que atenda às necessidades primordiais dos alunos para que esses possam acompanhar as suas turmas, mas, o que se quer é que o ensino superior particular preencha a lacuna deixada pelo ensino básico público, suprindo as necessidades dos alunos que não sabem escrever, não sabem ler, não sabem interpretar e muitas vezes não são capazes de calcular o valor da mensalidade se receberem um desconto de 5% ou 10%. Resta às particulares, organizar um horário especial, disponibilizar um profissional preparado e um local apropriado para atender esses alunos de forma que não se sintam rejeitados e com isso deixem de estudar por não conseguirem acompanhar a turma, uma das maiores causas de evasão no ensino superior brasileiro.

Realmente não precisamos encontrar os nomes dos culpados, mas, que tal identificarmos as causas. Já conhecemos bem os efeitos e se nos unirmos para acabar com as desculpas, quem sabe... Que tal uma avaliação periódica, por ciclo nas séries iniciais e outra nas séries finais no ensino fundamental e em todas as séries do ensino médio? Porém, antes das avaliações, seria muito bom a elaboração de um programa para cada período do ensino básico, onde os conteúdos fossem selecionados por profissionais preparados, assim como as metodologias fossem estudadas e preparadas pelos docentes que irão ministrar os conteúdos e que houvesse um programa de capacitação continuada para os professores de educação básica, afinal, professor é profissional também, não pode ser excluído do processo de aprendizagem continuada como acontece em todas as outras profissões. Com este investimento na educação o ENEM faria real sentido.

Contudo, concordo que existem muitos alunos que não são capazes de acompanhar as suas turmas no mesmo nível, ai então cabe sim um programa de nivelamento. Neste caso seria ideal e de responsabilidade de todas as Instituições de Ensino Superior, públicas ou privadas o oferecimento desse programa, para nivelar a turma toda, desta forma o ENADE se justificaria.

 
Comentários (1)
1 Sex, 04 de Março de 2011 09:29
Jeferson Rodrigues do Carmo
As suas ideias vão no caminho certo, Angelica. E os meios de se atingir os melhores resultados já são conhecidos e a muito tempo. A Coreia do Sul, desde a década de 80 do milênio passado e o Chile mais recentemente, para ficar apenas com 2 exemplos, concentram os investimentos públicos direcionados à educação no ensino básico (Fundamental e Médio). Estes países investiram pesado na infraestrutura e, principalmente, na valorização dos professores. E valorizar neste caso não se resume em aumentar os salários. O que se fez foi adotar uma política de carreira docente, baseada na "meritocracia", ou seja, o foco é a evolução dos indicadores de desempenho dos alunos nas avaliações. Mas, nem tudo está tão ruim que não possa piorar. O nosso deputado "Tiririca" é um dos indicados para integrar a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal.
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