A gestão pública apresenta princípios que a fazem diferente da gestão privada, especialmente no que diz respeito à questões de ordem ética. Do ponto de vista prático obedecem a princípios comuns como os da economicidade, racionalidade e legalidade. Há outros, entretanto que são peculiares a cada modelo. Em relação a gestão pública há princípios éticos que necessitam ser observados como publicidade, moralidade e eticidade. Em relação a escola pública, estes princípios se tornam ainda mais visíveis e relevantes, pois para uma grande maioria da população, se constitui na única esperança concreta de viabilizar seu futuro. Administrar uma escola pública, neste contexto, significa também administrar esperanças e projetos que poderão transformar vidas.

Esta transformação terá por sua vez, um reflexo no futuro do conjunto da sociedade, tendo em vista que uma formação de qualidade gera sujeitos atentos a cuidados com o meio ambiente, com qualidade de vida e com o bem-estar de todos, entre outras coisas.

Assim o cuidado com o patrimônio e com os recursos que financiam a escola pública requer um compromisso da gestão com a utilização de recursos e principalmente uma preocupação em reverter em resultados, cada centavo aplicado. Estes resultados se caracterizam pela qualidade de ensino e especialmente da aprendizagem. Estas preocupações se alicerçam em princípios éticos derivados do comprometimento de gestores em favor da qualidade do que ocorre no espaço escolar.

Os princípios a que nos referimos derivam também do comprometimento do gestor da escola pública com a comunidade em que se insere, percebendo as suas mazelas e demandas. Assim, o exercício da gestão da escola pública, é também um exercício de sensibilidade e solidariedade para com as fragilidades de cada comunidade. Por outro lado é também uma prática de atenção ao que a própria comunidade pode oferecer valorizando e aprimorando talentos e habilidades.

Por esta razão é importante que as esferas financiadoras das escolas públicas consolidem o processo de descentralização de recursos para que cada instituição possa atender a sua comunidade de forma democrática e cidadã. Assim a gestão da escola pública não se resume apenas ao gerenciamento de recursos, servidores ou patrimônio, mas de esperanças.

Envolvem-se diferentes segmentos com suas ideologias, concepções e opiniões convergentes e divergentes. Mais do que discutir ética, democracia, cidadania e outros princípios, a gestão poderá e deverá expor de forma prática, as implicações cotidianas destes princípios. A gestão da escola pública, portanto constitui-se num espaço coletivo de tomada de decisões partindo da preocupação em garantir a qualidade de seu trabalho.

Promover o bem comum e a formação ética dos cidadãos requer gestores, educadores e famílias em constante diálogo, construindo propósitos coletivos, com transparência e comprometimento social. É, pois um desafio a ser assumido coletivamente para que a comunidade se perceba presente na gestão da escola pública.