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Edições Anteriores 259 Um novo educador para um novo tempo: formação e ética no uso das mídias no processo educativo
Um novo educador para um novo tempo: formação e ética no uso das mídias no processo educativo PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Nilton Bruno Tomelin   
Qua, 09 de Fevereiro de 2011 00:00

A evolução do processo de socialização e racionalização do homem caminha a passos largos e rápidos, como nunca visto. Processos e métodos têm multiplicado a velocidade com que saberes e conhecimentos são produzidos e disseminados, estabelecendo novas relações do homem com o conhecimento. Novas demandas surgem como: acessibilidade aos meios de produção e de disseminação de informações; observância de valores e princípios éticos no uso destes meios; inserção das mídias no processo educativo.



Estas discussões se tornam ainda mais significativas, tendo em vista, que o século XXI, em sua primeira década tem se revelado, o tempo das tecnologias no processo educativo. Investimentos na aquisição de equipamentos, na criação de softwares educacionais e na qualificação de profissionais para o seu uso, fazem das mídias um importante aliado na proposição de uma nova forma educar seres humanos. O ingresso dos educadores nos vastos campos do universo midiático virtual lhe exige uma pré-disposição à transformação, convertendo-o num profissional em constante conflito com posturas e metodologias engessadas e retrógradas.

Assim, se na indústria convencional, as tecnologias representaram uma ameaça para os trabalhadores menos qualificados, na educação não é diferente. Porém, se na indústria a preocupação está no aumento da produção, na educação o enfoque é outro. A preocupação está na garantia de que todos tenham acesso à informação de forma equânime e saibam utilizá-la de forma a garantir-lhe qualidade de vida.  Desta forma o educador do século XXI não será um tecnólogo em informática, mas um profissional que estabeleça uma relação ética entre o saber e o educando.

Mesmo diante deste universo efervescente de transformações e inovações é preciso lembrar que ninguém será capaz de substituir a relação entre seres humanos no processo educativo. Ao contrário, as mídias e todas as tecnologias agregadas a elas, servirão para que se tenham ainda mais tempo e motivos para fortalecer estas relações. O simples contato com o saber não significa aprendizagem, ao contrário, pode representar alienação, dominação e até exclusão.

Alienação pelo fato de que a não compreensão do que é disseminado pelas mídias pode distorcer a possibilidade transformadora daquele saber. O simples fato de estar informado, não garante ao sujeito que ele seja capaz utilizar aquela informação a seu favor e para o bem comum. Pode-se afirmar que um alienado informado pode assumir uma postura arrogante e prepotente convencendo de sua suposta superioridade frente aos demais.

A dominação se manifesta quando as informações são repassadas de tal forma que suas verdadeiras intenções permanecem obscuras. O uso de termos, expressões e a manipulação de estratégias de linguagem podem induzir às pessoas a submeter-se ao domínio de quem detêm a possibilidade de “rechear” os ambientes midiáticos de conceitos e idéias reacionárias. É sem dúvida, muito difícil identificar e desfazer este direcionamento, dada a velocidade com que as posturas reacionárias e dominadoras se dissemina.

A exclusão pode se dar pelo simples fato de que um grande contingente de seres humanos simplesmente não tem acesso a este novo universo, como pela incapacidade de perceber as intenções de determinadas informações ou conteúdos. Independente da forma, a exclusão se revela cruel e desumana, pois incide sobre a massa menos favorecida, fortalecendo o domínio da minoria sobre a maioria.

Assim, o educador do século XXI será um sujeito (trans)formado e comprometido com valores éticos e humanos. Mais do que saber conteúdos, necessita ser um sujeito apto a discutir saberes científicos e a analisar informações com base em valores. É fundamental que seja capaz da analisar a historicidade, o contexto e a intencionalidade de informações disseminadas através das mídias, transformando-as num rico espaço de desenvolvimento da criatividade, curiosidade e criticidade. Isto será possível através de uma postura ética do educador, que fará do educando um sujeito de esperança, de compaixão, de solidariedade em favor de uma sociedade em que todos convivam dignamente.

 
Comentários (1)
1 Qua, 16 de Fevereiro de 2011 08:46
nilza prata bellini
Muito bom, Nilton.
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