O IGC (Índice Geral de Cursos) de 2009 mostrou que além das 15 IES (Universidades e Centros Universitários) que terão que apresentar um Plano de Providências de Saneamento das Deficiências, uma série de outras IES do mesmo porte só não está na mesma lista por um detalhe. Essas IES estão também em uma situação crítica, se considerarmos o quesito IGC como indicador de qualidade. Vejamos, o IGC igual a 2 tem um valor contínuo que vai de 95 a 194. Se considerarmos esse intervalo e acrescentarmos um valor equivalente a um quarto do que representa a sua totalidade (ou seja, 25 pontos de um total de 100 que compreende o intervalo) ao limite máximo (194) teremos um IGC contínuo estendido até 219.

Entre os Centros Universitários podemos constatar a existência de 35 instituições com IGC contínuo entre 196 e 219, que lhes garante um IGC fechado igual a 3. Entre as Universidades, existem 28 instituições nesse mesmo intervalo de IGC contínuo. Somando as duas categorias de IES temos 63 com IGC contínuo entre 196 e 219 que apesar de conferir a elas um IGC fechado igual a 3 não garante que as mesmas tenham qualidade de ensino superior se comparadas com as 15 IES punidas por esse mesmo critério (embora tenha sido considerado o triênio 2007-2009).

O quadro fica ainda pior se considerarmos as Universidades e Centros Universitários que mesmo com IGC fechado igual a 2, em 2009, não foram para a lista negra do MEC ainda. Nessa situação (crítica) temos nove (9) Universidades (já excluídas as quatro punidas) e mais outros 15 Centros Universitários (excluídos os 11 punidos). Somados, aqui, totalizam 24 instituições e somadas com as de IGC contínuo até 219 totalizam 87 IES (Universidades e Centros) em situação crítica. Para finalizar nossas somas, acrescentando as 15 IES punidas, temos 102 instituições em estado crítico de avaliação. Sobreviverão?

Lembro que foram divulgados IGC de 179 Universidades e 157 Centros Universitários, totalizando 336 instituições desse porte. Logo, temos 30,3% (quase um terço) de Universidades e Centros com avaliação ruim.

O que me chama a atenção é o seguinte: pela legislação educacional brasileira, uma Universidade só pode ser credenciada como tal, diretamente, se for uma instituição pública (credenciada ou criada por Decreto Federal). Se for particular tem que trilhar o caminho Faculdade – Centro – Universidade. Uma Universidade pela sua definição é uma instituição de ensino superior pluricurricular, que deve primar pela excelência baseada na tríade ensino-pesquisa-extensão. Isso exige docentes titulados e em tempo integral, pesquisa consolidada e uma pós-graduação (mestrado e doutorado) bem avaliada pela CAPES. Isso sem contar com o aspecto de infra-estrutura.

Na outra ponta estão as Faculdades que não precisam ser pluricurriculares e nem precisam atender aos requisitos exigidos das Universidades. No meio dessas duas categorias de IES surgiram os Centros Universitários que, por concepção, deveriam ser instituições de ensino pluralistas, com docentes titulados e em tempo integral (em menor proporção que as Universidades), com pesquisa centrada na iniciação científica e, desejável, a criação de uma pós-graduação  a nível de mestrado (pelo menos).

Esperava-se que esses Centros Universitários tivessem vocação para serem, em um futuro não muito distante, as novas Universidades. No entanto, para a decepção do MEC, a maioria desses Centros tornou-se uma Faculdade inchada de cursos de graduação, sem a menor preocupação com o quesito qualidade. Pesquisa e pós-graduação stricto sensu? Nem pensar, pois custam caro! Vejam no que deu e no que vai dar.

Lembrando agora de um folclórico personagem de Chico Anysio, o Alberto Roberto com seu famoso bordão “te cuida Latorraca”, concluo: “te cuidem Centros e Universidades”!