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Edições Anteriores 253 Ação social e ética... com certificação!
Ação social e ética... com certificação! PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Eugênio Maria Gomes   
Qua, 15 de Dezembro de 2010 00:00

A maioria das pessoas, certamente já ouviu falar em certificação de qualidade. Sem enveredarmos para a discussão, se esta norma, efetivamente, certifica o melhor produto ou serviço, temos que concordar que possuir uma certificação ISO é importante e, por isso, acabamos por dar preferência àquilo que ela chancela.  As políticas relacionadas ao social e à ética também possuem uma certificação, desenvolvida, em 1997, nos Estados Unidos, a SA8000, que é a qualificação ética.

Esta norma internacional significa um avanço, nesta área, pois diz respeito a convenções sobre direitos humanos, para que as empresas cuidem de assuntos, como trabalho infantil, saúde e segurança, liberdade de associação, direito à negociação coletiva, discriminação, jornada de trabalho etc.

Ultimamente, observa-se, no Brasil, um movimento crescente de repúdio ao trabalho infantil, pois finalmente se reconheceu a mazela que esta odiosa prática produzirá, em longo prazo, comprometendo gravemente o futuro de toda a sociedade. Já existe, inclusive, uma lei federal, que proíbe as entidades governamentais de contratar com empresas que não respeitem a vedação constitucional do trabalho para as crianças. Essa norma da Responsabilidade Social prima pelos cuidados com que se devem desenvolver as relações de trabalho.  De acordo com TACHIZAWA e REZENDE (2000), o novo ambiente empresarial exigirá dos gestores um senso de responsabilidade, em relação aos membros do corpo funcional da organização, cujas expectativas incluem a de receberem tratamento justo.

Como na Ética, a afirmação corrente de que os meios justificam os fins nem sempre é verdadeira, constata-se que, mesmo uma vultosa aplicação financeira, em um projeto de largo alcance social, ou a presença de programas de apoio e ajuda assistencial à comunidade, jamais poderiam ser eticamente justificados, se na origem dessas aplicações estivesse a exploração de empregados, a degradação ambiental, o trabalho de menores etc.

CHEN, SAWYERS e WILLIANS (1988) esclarecem que a onda de códigos de ética, nas empresas, é um sinal do desejo da alta administração em relação à padronização das decisões, com repercussões éticas.

ARRUDA e NAVRAN (2000) dedicaram-se a um estudo pioneiro sobre indicadores de clima ético, nas empresas. Segundo estes estudiosos, os executivos têm se preocupado em conhecer a situação da empresa, em relação ao mercado, no que diz respeito à ética e, para isso, torna-se necessário conhecer o nível ético, interno, das organizações brasileiras. Neste sentido, percebe-se que algumas empresas já estão se preocupando em mostrar posturas coerentes, bem como valores e políticas convergentes, até porque, os colaboradores percebem, em primeira mão, se o discurso relativo à ética está alinhado à prática e se as relações trabalhistas são, efetivamente, democráticas.

A implementação de ações sociais - pautadas em valores e princípios éticos - acaba por tornar-se, de fato, um diferencial competitivo das organizações, com reflexo no ambiente interno das organizações, assim como em relação ao próprio mercado. O consumidor, cada vez mais exigente, começa a priorizar produtos e serviços oriundos de empresas preocupadas com questões relacionadas às causas sociais, ao meio ambiente etc. Por isso é que, na área específica do Marketing, deve ser ressaltada a necessidade de que os meios utilizados correspondam aos fins buscados. Se os profissionais de marketing social buscam saúde, justiça e liberdade para aqueles de que tratam então os meios que eles utilizam devem, também, corresponder a esses fins.

Logo, abordagens ou meios enganosos para se resolverem problemas sociais são, à primeira vista, díspares, em relação aos fins que os profissionais de marketing buscam e aos anseios da sociedade. A promoção e a divulgação das atividades sociais desenvolvidas pelas empresas devem também estar pautadas em determinados valores e métodos moralmente valiosos e aceitáveis. É bem provável que, assim como ocorreu com a Certificação de Qualidade (ISO), a Certificação das Ações Sociais e da Ética (SA) passará, daqui a pouco, a fazer parte da nossa rotina, recomendando produtos e serviços de organizações socialmente responsáveis. Também é possível que, assim como ocorreu com o processo de qualidade, a Responsabilidade Social passe a ser, em curto período de tempo, pré-requisito para que as organizações atinjam o sucesso.

 
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