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Edições Anteriores 232 Prova final educa, é punição, pra quem?
Prova final educa, é punição, pra quem? PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Maria do Rosário Stotz   
Qua, 14 de Julho de 2010 15:45

Educação, ensino, aprendizagem... Palavras que às vezes são proferidas ao vento sem o cuidado que merecem. Nessa época do ano – final de semestre – os corredores das instituições de ensino estão repletos de descontentes. Muitos, muitos. E dos mais variados tipos e modelos. Alunos que se queixam da rigidez de seus professores que não consideram o esforço que fizeram por virem esporadicamente às aulas. E o resultado foi terem que fazer mais uma avaliação – avaliação final. Final de linha, nessa época. Afinal, o que é avaliado em uma “sala de aula” – em uma instituição de ensino, que talvez melhor fosse chamar de instituição para a educação? Será que a avaliação é pelo esforço. OK, prestamos a atenção no esforço e no empenho do aluno, sem dúvida.

E isso também é importante, mas temos a obrigação – nossa consciência nos obriga – a avaliar o processo de aquisição de conhecimento e podermos avisar a esse aluno – melhor dizendo – aprendiz – que ele precisa se aproximar um pouco mais sobre determinado conteúdo. É nosso papel de professor/educador sermos sinceros. Pelo menos, eu acredito nisso.

Por que ficar em avaliação final é uma punição? E se fosse, para quem seria? Educação é processo – em que estão envolvidos professor e aluno, portanto ambos são avaliados. E devo confessar – dói, dói na alma, no corpo, na consciência e faz com que reflita e muito sobre qual meu papel de educadora, educadora para quem? Talvez para quem me autorize a ocupar essa função, mas quantos de nossos alunos e mesmo de nossos colegas professores me autorizam a ocupar o lugar de educadora? Sou reconhecida entre meus pares como Educadora? Ou sou uma idiota por querer educar? Ou uma sonhadora? Talvez no mínimo acreditem que estou no lugar errado. OK. É um desabafo! Eu concordo. Coisa de final de semestre. Mas eu ainda fico indignada com algumas coisas. E por segundos penso – o que estou fazendo aqui?
Mas a resposta vem e não demora. E vem aos gritos...

Estou fazendo o que acredito que saiba fazer, o que gosto de fazer. Ser educadora é meu ofício. Escolhi a docência como profissão. Não estou aqui a passeio e muito menos para ser trampolim para qualquer outra atividade. Seria mais fácil “fazer de conta”, fazer de conta que ensino, e pedir gentilmente – trocando por notas – que os alunos fizessem de conta que aprendem. Não aprendi a fazer isso. Não sei ser assim. E sei que sou tantas vezes criticada por ser radical, inflexível, às vezes autoritária. E sinceramente, às vezes – com frequencia – concordo, sou mesmo. Sou radical porque acredito que a educação pode levar a algum lugar, ao lugar da reflexão, da possibilidade de escolha, ao desejo a ser realizado. Sou inflexível em relação às minhas convicções e não pretendo que concordem comigo, muito pelo contrário – adoro quando discordam de um posicionamento e isso serve para discutirmos, para estudarmos, para refletirmos. Afinal o que se aprende é para usar criticamente...

Se sou autoritária? Confesso, sou autoritária e defendo com unhas e dentes minhas convicções. Pago um preço por isso? Alto, muito alto. Porque tenho coragem e dou a cara a tapa. Acredito ainda na possibilidade de a universidade ser um lugar de trocas significativas que possam fazer com que o conhecimento e o saber possam emergir. E talvez isso seja o único legado que deixo para meus alunos. Uma inquietação do tamanho de mim mesma. Eu ainda quero aprender, ainda preciso ser educada, mais e mais. Você deve estar pensando: com quem essa destrambelhada professora está tão indignada? Eu respondo: em primeiro lugar – comigo. Em segundo: comigo... em t...
Mas vou me perdoar por mais essa e continuarei seguindo o único caminho que por enquanto acredito – ser educadora.

 
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