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Edições Anteriores 228 Tecnologia: para que serve?
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Escrito por Luiz Fernando Gomes Guimarães   
Qua, 16 de Junho de 2010 00:00

Um grande desafio para os gestores das instituições de ensino são os investimentos em tecnologia e a utilização eficiente da tecnologia da informação nos ambientes acadêmicos e administrativos. Não é fácil nem barato manter o parque tecnológico atualizado, não só em termos de hardware e muitos menos quando se fala de softwares. Por conta disso, esses investimentos devem ser muito bem pensados e planejados, pois corre-se o risco de se jogar dinheiro fora em função de demandas desnecessárias por parte de docentes e/ou técnicos administrativos.

Como exemplo, cito a utilização de multimídias durante as aulas. Já vivi situação onde o professor se recusou a ministrar sua aula pelo fato do equipamento de “data-show” da sala de aula ter se estragado e não ter outro para substituí-lo. O equipamento deixa de constituir um apoio e passa a ser o centro do processo. Um verdadeiro absurdo! A esse tipo de profissional os alunos, com razão, costumam denominar de “professor power point”...

Não podemos nos esquecer que a tecnologia é um importante suporte, mas não substitui o conhecimento e a didática dos docentes. E, infelizmente, é isso que anda ocorrendo. Dá pena passar por uma sala de aula, especialmente se for de curso noturno, e ver os alunos assistirem uma cansativa e enfadonha apresentação na tela... Muitos chegam a usufruir de um belo “cochilo”. E o que é pior. O (a) professor (a) não dá a mínima importância..

Por conta dessa demanda excessiva e às vezes injustificável, a pressão sobre a administração da instituição é enorme. E o dirigente se esfalfa para comprar mais datas-show, mais lousas eletrônicas, e mais e mais recursos tecnológicos. Sei que são úteis e que tê-los em quantidade suficiente é importante. O que não pode acontecer é priorizar este tipo de investimento em detrimento de qualquer outro. Sabemos que muitos desses equipamentos serão subutilizados ou pior, servirão somente para dar um espetáculo em multimídia com um conteúdo muito pobre. Existem exceções, com certeza. Mas a regra situa-se neste cenário.

Infelizmente, a aquisição de periódicos e novos títulos para as bibliotecas muitas vezes ficam em segundo plano dada a necessidade de se mostrar os equipamentos e utilizá-los como instrumento de marketing. Lamentavelmente, ter esses equipamentos em sala rende mais em termos de imagem para a instituição. Afinal, para nossa tristeza, as bibliotecas não são tão freqüentadas e utilizadas por alunos e professores. 

Por outro lado, existe um aspecto da tecnologia que não pode ser desprezado. Trata-se das plataformas e aparatos necessários à utilização de metodologias de ensino a distância. Esta é uma realidade da qual não poderemos escapar. Cada vez mais essa modalidade de ensino ocupará espaços de destaque no universo da educação brasileira. Seja através de cursos realizados totalmente a distância, seja através de modelos híbridos, onde parte do currículo será desenvolvido a distância e parte de forma presencial. Nesses casos os desafios que se apresentam são singulares. Sem entrar no mérito das bases tecnológicas a serem utilizadas, quero me referir a questões mais prosaicas como as dificuldades para o serviço de secretaria acadêmica, em se tratando de organizar e manter atualizados os registros de milhares de alunos. Ainda, o desafio de organizar os processos seletivos para atender a milhares de alunos espalhados por todo o país. A delicadeza da questão dos direitos autorais e de imagem dos materiais elaborados pelos docentes. A dificuldade de formulação e aplicação das avaliações nos pólos presenciais, além do próprio controle desses pólos e dos serviços de tutoria. Enfim são múltiplas a dificuldades a serem enfrentadas, mas, em minha opinião, não há como fugir delas.

Também não importa a modalidade ou o nível de formação. No ensino médio, ensino superior, educação corporativa, na educação de jovens e adultos (supletivos) e na formação profissional, cada vez mais as ferramentas de ensino a distância serão utilizadas. Em cada situação mudarão as formas e materiais adequados ao nível pretendido. Mas em todas elas, o conceito e a tecnologia apropriada ao ensino não presencial se farão presentes.

Interessante notar que há pouco tempo atrás, essa modalidade de ensino era vista com muita desconfiança, embora instituições de respeito, como a Open University, na Inglaterra e o SENAC, aqui no Brasil, já dela se utilizassem há mais de 50 anos.

Meu pai dirigiu o SENAC de Minas Gerais por muitos anos, na década de 60. Eram tempos heróicos, onde tudo estava se iniciando. Lembro-me como se fosse hoje, como me divertia nos meus períodos de férias, ajudando os funcionários da instituição a colar e selar os envelopes com o material didático que seria enviado aos alunos. Como o SENAC, outras escolas privadas por aqui também se utilizavam dos Correios para os seus cursos a distância. Quem não se lembra do Instituto Universal Brasileiro? Eu mesmo iniciei nesta organização um curso de radio técnico. Não terminei por me faltarem, na época, os requisitos essenciais para quem faz escolha por essa modalidade de ensino. A disciplina e a maturidade. Esta é uma excelente solução para estudantes mais maduros e que tenham a disciplina necessária para dedicarem algumas horas do dia ao estudo individual. Mas esta é outra história... Nos dias atuais a tecnologia a tudo facilita, especialmente a internet com sua banda larga e outras mídias.  Espera-se que o quanto antes estes recursos sejam acessíveis a todas as classes sociais.

As tele-aulas e a dinâmica exigida por um relacionamento virtual, onde professor e alunos têm como interface uma máquina ou outras mídias impressas, exigem novas pedagogias e novos formatos. É mais uma oportunidade que vejo de novos espaços para profissionais na área educacional! Para suprir as demandas desta modalidade de ensino, novos e mais qualificados especialistas deverão ser preparados. Interessante é que durante algum tempo ouvi de colegas manifestações de preocupação quanto ao futuro da profissão com o advento dessas novas tecnologias. Nada é mais tolo. O professor nunca será substituído. Poderá assumir novos papéis, mas sempre será figura essencial na tarefa de ensinar e formar.

A verdade é que a modalidade do ensino a distância veio para ficar e as instituições de ensino devem se preparar para essa realidade. Inclusive pelo fato de que, as aulas preparadas nessa modalidade de ensino, para a aprendizagem de novos conteúdos, reforço ou nivelamento, poderão enriquecer de forma muito interessante as disciplinas ministradas no modelo presencial. Enfim, a incorporação dessas tecnologias poderá ajudar o crescimento da instituição educacional em todos os aspectos e facilitar a aprendizagem de seus alunos de maneira notável.

(*) Texto retirado do livro: “Ensinando para aprender, aprendendo para viver”- Ed.Literato – Belo Horizonte – 2010

(**) O Prof. Luiz Fernando Gomes Guimarães, é educador, gestor de instituições de ensino e consultor na área da educação básica e superior.

 
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