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Edições Anteriores 213 Os desafios de se gerir o ensino superior no Brasil
Os desafios de se gerir o ensino superior no Brasil PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Luiz Eduardo da Silva Amaro   
Qua, 03 de Fevereiro de 2010 00:00

No dia 27 de novembro foi divulgado o censo anual da educação superior realizado pelo INEP, órgão vinculado ao Ministério da Educação. Com base em dados coletados entre março e junho de 2009, a pesquisa traz conclusões que merecem a atenção dos dirigentes de qualquer instituição de ensino superior (IES) no país. Pela primeira vez, desde que o estudo começou a ser feito, houve diminuição no número de IES. Esse ponto de inflexão mostra o início de um processo de concentração no setor, que, segundo o MEC, deverá ser confirmado nos próximos anos, com a troca de mãos ou com a saída do mercado das instituições menos preparadas para enfrentar as exigências do governo ou o recrudescimento da concorrência. Tal processo imita o ocorrido nos Estados Unidos, na década de 70, quando o ensino superior desse país também passou por uma “seleção natural” que acarretou o fechamento ou a venda de centenas de faculdades que não perceberam a tempo as mudanças ocorridas no ambiente.

 


Ainda conforme o censo, de cada 100 vagas oferecidas, praticamente a metade não foi preenchida, com um crescimento de 11% sobre o censo do ano passado. Por outro lado, sabe-se que, de cada 100 brasileiros entre 18 e 24 anos, apenas 14 estão no ensino superior (no RS, 20 em cada 100). Embora pareça um contra-senso ter tanta vaga sobrando e tantos jovens fora da faculdade, isso não é falta de vontade de estudar e, sim, falta de dinheiro, já que as vagas que sobram são oferecidas principalmente por IES privadas. Pesquisas feitas há cerca de dez anos mostravam que os jovens das classes A e B que queriam fazer uma faculdade já estavam fazendo. Agora são os jovens das classes C e D que tentam ingressar no ensino superior, mas, para isso, têm recursos limitados e pouco acesso a fontes de crédito. Esses jovens serão conquistados por instituições que ofereçam ensino que os prepare para a vida profissional a um custo que possam suportar, ou seja, algo entre 400 e 500 reais por mês, no máximo.


Para atuar lucrativamente nessa faixa de preço, serão necessários gestores que conheçam o cada vez mais complicado mercado dos serviços educacionais, extremamente intangíveis e, por isso, de difícil percepção da relação custo x benefício. Portanto, para conseguir oferecer um serviço que agregue valor aos olhos desse mercado, as IES terão que conhecer a origem e o destino de cada centavo que passe pelos seus caixas e administrar cada produto estrategicamente, com o apoio da tecnologia da informação e de outras ferramentas gerenciais.


Seus profissionais deverão ter visão eclética - indo da formação didática à intimidade com números - e experiência suficiente para tomarem decisões rápidas, tão logo (pres)sintam mudanças nos ambientes onde estão inseridas suas instituições de ensino. Isso significa aceitar o risco das suas decisões como “ossos do ofício”, sob pena de se mostrarem, mais adiante, omissos. No rol das competências exigidas para a efetiva gestão das IES, com certeza não haverá espaço para o senso comum ou para passionalidades: constatada a inviabilidade de um produto, mesmo após ações corretivas, medidas muitas vezes amargas deverão ser tomadas. Caso contrário, corre-se o risco de se perder os dedos, na esperança de se salvar os anéis. Luiz Eduardo Amaro, professor universitário, coordenador do curso de Administração das Faculdades Integradas São Judas Tadeu – Porto Alegre (RS)

 
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