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Premissas e Práticas do Professor de Administração Dentro de Sala de Aula PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Luiz Eduardo da Silva Amaro   
Qua, 10 de Março de 2010 00:00

Diante de um mundo complexo, instável e, até mesmo, imprevisível, as organizações vêm exigindo recursos humanos cada vez mais qualificados. No entanto, elas têm reclamado da dificuldade de encontrar profissionais com os requisitos necessários para os cargos disponíveis. No meio desse problema, estão as instituições de ensino superior (IES) e seus cursos de Administração, responsáveis por formar os gestores de que as organizações necessitam. Completando o quadro, tem-se os professores, cujas atuações dentro de sala de aula podem ser decisivas para a superação desse problema.

Para a Administração - uma ciência social aplicada destinada a formar gestores organizacionais -, o equilíbrio entre teoria e prática é requisito para a boa docência, que deverá saber conciliá-lo, também, com um ensino humanista e ético. Portanto, cada curso de Administração – e, por extensão, de outras ciências sociais aplicadas – deve questionar-se para que finalidades o trabalho docente deve estar orientado. Isto é, o quanto de teoria, prática, emoção e valores deve haver na atividade de seus professores.

Porém esse é um exercício difícil, devido ao contexto dos últimos 40 anos: uma era de descontinuidades globais, caracterizada por mudanças drásticas e repentinas, cujo desafio reside, principalmente, na sua interpretação e no seu manejo, dada a falta de precedentes. Ou seja, o que está em jogo é o próprio conceito de competência, no que se refere, primeiro, ao conhecimento (o que) e, segundo, à habilidade (como) para se atingir qualquer objetivo, seja ele educar pessoas ou gerenciar organizações. Ressalte-se, ainda, que, para o desenvolvimento de competências diante de tal contexto, são necessárias atitudes favoráveis à iniciativa e ao risco calculado, características típicas do espírito empreendedor.


Dito de outra forma, o professor de Administração precisa ter uma visão estratégica da sua atuação em sala de aula, se quiser que seus alunos ajam estrategicamente no mundo que os aguarda. É pertinente pensar na construção de uma visão convergente e transdisciplinar, não só como força mobilizadora para a ação docente, mas para qualquer intento humano. Tal visão estratégica ou quadro do futuro, quando bem contextualizado, reduz riscos e incertezas, além de proporcionar menor uso de recursos para se atingirem os mesmos objetivos.


Sobre esse assunto, artigo deste autor e da professora Ilsa Lemos, publicado na Revista da ANGRAD (v. 10, 2009), explora as premissas e as práticas do professor de Administração em sala de aula, em relação a dois dos quatro pilares concebidos pelo relatório Delors/UNESCO (2001) para a educação do século XXI: o saber conhecer e o saber fazer. Lidando com uma amostra composta por 57 professores de 13 cursos de Administração de IES privadas da região metropolitana de Porto Alegre, o estudo permite supor que há muito ainda a ser feito, em termos de competência docente, caso se queira fazer do trabalho do professor de Administração em sala de aula algo efetivamente estratégico.


 Com uma baixa carga horária (54% têm até 12 horas por semana), pouco ou nenhum tempo disponível fora de sala de aula (46% da amostra) e pouco preparando suas aulas (27% nunca ou às vezes as preparam), a amostra acredita que os processos de ensino e de aprendizagem devem se dar basicamente em sala de aula, de maneira rotineira, visando formar especialistas que, na sua opinião, já sabem como aprender. Tais respostas permitem formular a seguinte hipótese: uma parcela nada desprezível dos professores de Administração (entre 30 e 40% deles) não sabe como formar gestores que produzam resultados efetivos no mundo organizacional.


Além disso, a heterogeneidade de muitas das respostas - refletida nos altos coeficientes de dispersão calculados - sugere a necessidade premente de se debater, entre os professores de Administração, o que seja ensinar para um mundo dinâmico e complexo, onde as organizações de todos os tipos e tamanhos desempenham papel preponderante. Como 49% da amostra do estudo desconhecem, em parte ou totalmente, a atuação dos demais colegas dentro de sala de aula, o trabalho pedagógico em equipe, se bem orientado, poderia tornar-se uma excelente oportunidade para tal tarefa, na tentativa de superar práticas já anacrônicas para a educação do século XXI. Mas, para isso, o professor de Administração terá que mostrar que, de fato, quer aprender e as IES particulares deverão demonstrar que, realmente, desejam ensiná-los. Afinal, ninguém nasce mestre e a aprendizagem continuada é um requisito tanto profissional quanto pessoal.

 
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