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Monografias e Trabalhos Procedimentos e Práticas Médicas em Santa Luzia na Segunda Metade do Século XIX.
Procedimentos e Práticas Médicas em Santa Luzia na Segunda Metade do Século XIX. PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Janaína Mara Soares Ferreira   
Qua, 21 de Outubro de 2009 19:08

I - INTRODUÇÃO

“Não é só por sua história, pela riqueza do seu folclore, suas lendas e tradições que, sem duvida alguma, o Rio das Velhas é um dos mais importantes de Minas. A fauna, a flora e a riqueza do solo fértil da Bacia do Rio das Velhas fizeram da região, em passado recente, um foco criador de riquezas, de cultura e um verdadeiro orgulho de sua gente”. Japhet Dolabella

Santa Luzia antes chamada de Arraial de Bom Retiro1, originou-se, assim como outros municípios mineiros, pela exploração do ouro na época colonial, sendo fundada pelos bandeirantes, nesse caso, pelos remanescentes da bandeira do sertanista Manuel Borba Gato.

 

 

As construções que deram origem aos povoados e vilas, as margens do Rio das Velhas, são datados do início do século XVII, como é o caso do Arraial de Santa Luzia. Não podemos deixar de dar ênfase ao Rio das Velhas, às margens do qual essas vilas foram se estruturando, devido à descoberta e exploração de lavras e minas de ouro, como nos mostra Dolabella (1984): “foram às suas margens arenosas que outrora as pepitas e lâminas das faisqueiras, rivalizando com os raios dourados do sol, atraíram os olhares cheios de cobiças do sertanista Borba Gato”.(Dolabella, 1984:35)

 

O Rio das Velhas, esse de tão grande importância e extensão2, foi fator importante para que Santa Luzia se destacasse, não só pelo ouro, mas por estar em um lugar privilegiado que servia de passagem natural de circulação de riquezas, rota de comércio entre o norte e o sul do país. As barcas desciam o rio levando o ouro e traziam mercadorias para o abastecimento das Minas Gerais. Traziam também, senhores e escravos, além de homens livres e pobres, que iam povoando a Capitania e o Arraial de Bom Retiro, que, com o aparecimento da Virgem de Santa Luzia no Rio das Velhas, em 1744, passou a se chamar Santa Luzia do Rio das Velhas.

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1- “Localizada, à principio, no atual povoado de Bicas, em 1695 foi aquele núcleo destruído por enchentes do Rios da Velhas, o que resultou na sua retirada para a colina fronteira. Nessa colina ergueu-se em 1697 o novo e definitivo povoado, que recebeu o nome de Bom Retiro, nome que se originou do asilo e abrigo que este local foi para a povoação.” DOLABELLA, Jophet. Santa Luzia Nasceu no Rio... . Belo Horizonte. Imprensa Oficial, 1984. P. 50

2 - Ibidem. p.35 “(...) Banha extensa região do Estado de Minas, desde as escarpadas serranias nas proximidades de Ouro Preto até a barra do Guaicui, no Médio São Francisco. As terras por ele irrigadas são férteis e ubérrimas.”

Justamente pelo seu crescimento, já em 1761 sua população desejava que se tornasse vila deixando ser um distrito de Sabará.

 

“O aumento gradativo da região em que se acham já trezentos vizinhos e se continuam no aumento que estes, juntos aos imediatos nos seus subúrbios, com famílias e fábricas, é numeroso povo, de sorte que, tendo o dito arraial, como na verdade tem, duas igrejas, havendo nelas quatro, cinco ou mais missas que se dizem e se enchem estas... que fora destas igrejas, há mais cinco, muito vizinhas e chegadas... Que também passa por esse arraial a estrada tão famigerada como geral, de todos os sertões do Rio São Francisco, Bahia, Pernambuco e Maranhão e numeroso comércio para todas as Minas Gerais. Como também para as minas de Paracatu e capitania de Goiás” (Barbosa, 1995:296).

 

Mesmo com esses argumentos, Santa Luzia só foi elevada a vila separando-se do município de Sabará, em 1847 e só pode estabelecer-se oficialmente como vila, em 1856, e como cidade, em 1858, como nos mostra Oliveira (2004), em seu artigo “Santa Luzia do Rio das Velhas: Projeto de Implantação do Arquivo Público Municipal”.

 

Borba Gato e Fernão Dias Paes foram os responsáveis pelo povoamento da Região do Rio das Velhas com a exploração dessa zona aurífera que, posteriormente, deu origem à Capitania das Minas Gerais. A partir daí começou a vir gente de todas as regiões do país e do exterior que cobiçavam esse metal precioso. Como conseqüência dessa ocupação, fortalecida com as outras atividades exercidas por homens brancos e negros, escravos ou não, começaram a surgir doenças, tanto as respiratórias, provenientes da mineração, como também epidemias e moléstias de outra natureza,

“(...) entre as doenças mais freqüentes encontravam-se as afecções e doenças infecciosas, doenças respiratórias, osteoartrites, doenças gastrointestinais, urinarias e ginecológicas, doenças dermatológicas e nervosas, além de perturbações metabólicas e de desenvolvimento” (Fiqueiredo, 2002:95).

 

 

Minas atraía também viajantes de diversos lugares que vinham com o intuito de estudar e/ou explorar doenças. Observavam pessoas do local que praticavam a cura através de conhecimentos práticos passados de gerações a gerações, pelas crenças, rituais e costumes. Somente, mais tarde, no século XIX, principalmente nos últimos cinqüenta anos, começa a surgir em Minas, um maior número de médicos com formação científica.

 

É nesse contexto dos últimos cinqüenta anos do século XIX, que nos vêm algumas questões apresentadas neste projeto de pesquisa. Os estudos dedicados às doenças e às práticas de cura em Minas servirão como auxiliares para entendermos e problematizarmos o universo da cura e das afecções que caracterizaram a sociedade de Santa Luzia naquele momento.

 

Este projeto pretende pesquisar as seguintes questões: quais eram as doenças mais comuns que acometiam a população? Quais os recursos disponíveis na recuperação do equilíbrio do corpo? Quem eram os “profissionais de saúde” nessa época? Que propostas de cura esses homens possuíam e como intervinham no corpo doente?

 

Devido à especificidade desse projeto, escolhemos a linha de pesquisa, ciência e cultura na historia, já que trabalhar procedimentos e práticas médicas na segunda metade do século XIX, nos obriga a trabalhar a ciência de forma mais ampla, principalmente como produto cultural e ainda sua interferência direta na sociedade e da sociedade nas “ciências médicas”, pois os “médicos” lidavam com todo tipo de cultura e a sociedade respondia de forma diferente as práticas médicas. Além, de sabermos que a ciência faz parte do nosso cotidiano e que nos afeta e nos influencia diretamente devido suas diversas inserções, seja ela: histórica, social, econômica, cultural, por isso nos é permitido uma ampla comunicação entre ciência e sociedade. Esse é um dos motivos que a História da ciência passa a ser um diferencial para nós professores / pesquisadores, em que nos proporciona condições teóricos-metodológicos adequadas pra aprofundarmos nossos conhecimentos na ciência como um processo histórico, social econômico, cultural e etc., e ainda nos proporciona um processo multidisciplinar em que temos a oportunidade de interagirmos com outras áreas do conhecimento.

 

II – JUSTIFICATIVA

 

Para entendermos o avanço que a medicina alcançou no séc. XIX, não podemos deixar de falar da importância da Revolução Científica3, já que foi ela a grande responsável pelos avanços e mudanças tanto sociais, quanto econômicas, culturais e políticas, abrindo espaço para debates e pesquisas, buscando explicar os vários fenômenos existentes, agora através da razão e da experimentação e não mais através do sobrenatural4.

 

Por isso, o século XIX, além de destacar-se pela transformação da mentalidade em que o homem tenta explicar “tudo” pela razão,

“As plantas tropicais, depositárias de um conteúdo maravilhoso que as aproximavam das coisas divinas, agora eram destrinchadas por naturalistas que pareciam se afastar de uma visão fantástica do mundo assumindo uma postura onde o método científico proporcionaria as condições par uma definição do mundo e do homem.” (Grossi, 156:2005)

 

Destaca-se também por surpreendentes inovações tecnológicas e grandes avanços científicos, mas ainda prevalecem em muitos momentos à associação do organismo à máquina5. Esse século é um marco para a história da medicina, quando se dará início a uma nova concepção de doença, de doente e de intervenção ao corpo doente.

 

 

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3- Uma expressão “Plissémica”, já que é tratada e entendia de várias maneiras por diferentes autores, nesse caso escolhemos, John Henry que conceitua a revolução científica da seguinte forma: “Revolução cientifica é o nome dado pelos historiadores da ciência ao período da história européia em que, de maneira inquestionável, os fundamentos conceituais, metodológicos e institucionais da ciência moderna foram assentados pela primeira vez. O período preciso em questão varia segundo o historiador, mas em geral afirma-se que o foco principal foi o século XVII, com períodos variados de montagens do cenário no século XVI e de consolidação no século XVIII. De maneira similar, a natureza precisa da revolução, suas origens, causas, campos de batalha e resultados variam muito de autor para autor. Tal flexibilidade de interpretação indica claramente que a revolução cientifica é, sobretudo uma categoria conceitual do historiador. Mas o fato de a revolução cientifica ser uma expressão de conveniência para historiadores não significa que ela seja um meio produto de sua imaginação sem nenhuma base na realidade histórica”. HENRY, John. A Revolução Cientifica e as origens das ciências modernas. Trad. Maria Luiza X. de A Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.p.13.

4 - “(...) Ora, o conhecimento mais relevante no século XVIII, quando nasceu a ciência, dizia respeito a Deus, ao Diabo, ao céu e ao inferno. Se alguém interpretasse mal as conjecturas sobre assuntos de teologia, a conseqüência do erro era a condenação eterna. O conhecimento teológico não pode ser falível: tem de estar para além da duvida. Ora, o iluminismo achava que éramos falíveis e ignorantes sobre quentões de natureza teológica. Não há teologia cientifica e, portanto, não há conhecimento teológico. (...)”.LAKATOS, Imre. Historia da Ciência e Suas Reconstruções Racionais. Trad. Emília Picado Tavares Marinho Mendes. Biblioteca de Filosofia Contemporânea: Edições 70.p.13.

5 - “(...) admite que explicitamente ou não, que há profunda uniformidade básica entre os seres vivos, que a maquinaria básica é a mesma em todos. Este é, indiscutivelmente, um dos grandes resultados a que chegou a Biologia moderna. (...)” BONDI, Herman et al., Problemas da Revolução Cientifica – Incentivos e Obstáculos das Ciências..Belo Horizonte: Itatiaia Limitada, 1976. p. 15.

A doença, a dor, a cura, a prevenção e o alívio da dor sempre estiveram presentes na vida do homem. O que muda é a forma como esses males e curas são tratados no decorrer dos tempos. Com o avanço da tecnologia e da ciência, no século XIX, os profissionais da saúde, passam a ter um novo domínio nessa área. O século XIX é um precursor no campo de novas tecnologias médicas. Nesse século foram permitidas, através de pesquisas, várias inovações técnicas, como por exemplo, as cirurgias que, passaram a ter intervenções anestésicas. Da mesma forma, a prática de métodos anti-sépticos e assepsia, o estabelecimento da etiologia de certas infecções e conseqüentemente a identificação e isolamento dos agentes patogênicos ampliou a perspectiva de explicação de intervenção e sucesso da medicina.

“O século XIX é o século de inovações tecnológicas sem duvida surpreendentes para a época, abrangendo a área das comunicações, da química, da física, dos transportes e da biologia. A marca do avanço associada ao progresso é inquestionável. A imagem construída em torno da técnica e da ciência representava a possibilidade – ilimitada – de planejar as máquinas, inventos e técnicas do futuro” (Figueiredo, 2002:43).

 

Foi nesse século que se criaram no Brasil as Escolas de Medicina, inicialmente em Salvador e no Rio de Janeiro, e que, posteriormente, se tornaram faculdades. Passa-se então à institucionalização6 do conhecimento acadêmico e a delimitação do campo da saúde e dos seus profissionais, aqueles que não tinham formação científica ou acadêmica, já que a cura sempre foi praticada por homens e mulheres, independente de terem-na como atividade profissional ou de possuírem aprendizado formal para seu exercício. Esses práticos, que passaram seus conhecimentos de gerações a gerações, estão presentes até hoje: são os raízeiros (com vários codinomes), os curandeiros, os benzedeiros, as parteiras e outros. Essa “medicina não científica” enfrentou, no século XIX, seus rivais que a menosprezaram, desqualificaram e tentaram apagá-la, transformando sua prática em caso de polícia. No entanto, não conseguiram destruí-la.

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6 - Com a institucionalização dos profissionais da cura, essas pessoas tinham que ter uma licença para exercer a profissão. É o que nos mostra Boschi (1998) no manuscrito nº 3852, de 16/09/1746. “Carta de Gomes Freire de Andrade Governador de Minas Gerais, para D’ João V, informando sobre o cumprimento da provisão régia pela qual se dava liberdade a Câmara para nomear o cirurgião. A política fiscalizadora portuguesa tentava manter o controle desses profissionais autorizados através de registros controlados pela câmara local: “médicos cirurgiões e boticários deviam ser examinados pelas autoridades médicas e, caso aprovado, podiam exercer o ofício. As câmaras realizavam o controle local destes profissionais a partir do registro dos mesmos em seus livros (...)”.”. BOSCHI, Caio C. Inventário dos Manuscritos Avulsos Relativos a Minas Gerais Existentes no Arquivo Histórico Ultramarino (Lisboa). Belo Horizonte: Sistema Estadual de Planejamento/Fundação João Pinheiro/Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1998. 3v. p.207.

É nesse cenário de século XIX, marcado por grandes mudanças e avanços que vamos desenvolver este trabalho. Pretendemos estudar Minas Gerais, através da medicina, doença e cura, para compreender um pouco melhor o arraial de Santa Luzia do Rio das Velhas, em específico.

 

Com o intuito de se desenvolver esta pesquisa, os avanços científicos nas áreas biomédicas, não podem deixar de ser analisados, pois a área médica, como outras áreas, só se tornou ciência no século XIX. A partir daí busca-se a anulação do trabalho de outros profissionais, que tratam a saúde, pois existe para isso um respaldo legal que reforça, não só o reconhecimento da categoria acadêmica, mas também de suas experiências para o “bem da humanidade”. A convivência entre esses profissionais não era tranqüila, “o convívio entre profissionais da cura autorizados pela Coroa e curadores informais não era nada pacífico, o conflito melhor caracterizaria esta relação”. (Grossi, 2005:149).

 

Tendo como fonte principal os registros de encaminhamento dos enfermos para internação, sua alta definitiva ou óbito, e os receituários médicos que trás além das receitas farmacológicas a serem manipuladas e seguidas, também trás os procedimentos para o tratamento das doenças mais comuns na época.

”Illmo Señr Prior do Hospital de São João de Deus. / Com o parecer médico e não estando completo o numero de duentes, seja admittida. Santa Luzia, 17 de junho de 1889. J. Frederico Moreira / Anna Maria, conhecida por Jacintha, residente nesta cidade, achando-se bastante doente e sem meios de tratar-se por ser pobre, vem muito respeitosamente solicitar de V. As um despacho favorável para que seja admittida em um dos leitos do dito Hospital, afim de receber os socorros deste santo estabelecimento. Em assim o deferir, espera. R. Caridade / Arõgo de suppe por não saber escrever ..... “ Resposta na mesma página: “Seja admittida embora esteja soffrendo de, Endocardite chronica as ma das vezes incurável. S. Luzia 18-6-1889. Pa Oliveira Lima” . (CCSL livro de entrada dos doentes do Hospital São João de Deus, 18/06/1889)

 

Fontes essas do século XIX encontradas na Santa Casa de Misericórdia, Hospital São João de Deus. Trabalharemos, “Procedimentos e Práticas Médicas em Santa Luzia, na segunda metade do século XIX”. Sabendo que o suporte bibliográfico de Santa Luzia é escasso, analisaremos essas práticas médicas em Minas Gerais levando as problematizações para Santa Luzia, por estar no mesmo espaço geográfico, e por estarmos vivendo os mesmos problemas sociais, econômicos e políticos da época. O que vai mudar serão as especificidades de cada povoado e região.

 

Na verdade, não é só a bibliografia referente à história de Santa Luzia que é escassa, é escassa também a bibliografia da história da medicina brasileira, por ser um estudo muito recente. Isso também nos incentiva a pesquisar o tema, pois trabalhar as práticas médicas abre um leque de questões, em que o pesquisador pode investigar as relações de poder, a história cultural, a história social, a história econômica, a religiosidade entre outros, interagindo com outras áreas, como: a psicologia, a literatura, a antropologia, a filosofia, as ciências exatas entre outras, com vistas ao resgate de nossa história e nossa especificidade.

 

Figueiredo (2002) em, A Arte de Curar: cirurgiões, médicos, boticários e curandeiros no século XIX em Minas Gerais, e Ferreira (2002) em, Erário Mineral, nos mostram, em várias passagens, as doenças que mais acometiam a população de Minas Gerais nessa época: a varíola, a sífilis, a tuberculose, as doenças respiratórias, o bócio, a febre amarela, a desnutrição, as doenças de pele e gastrointestinais.

 

O bócio, bem comum, acometia grande parte da população em Minas Gerais. Isso se devia à falta de iodo, por estarmos longe da orla marítima. Era uma doença, sem muita incidência em Santa Luzia. A pouca incidência do bócio, em Santa Luzia justifica-se pela alimentação, pois nessa cidade se consumia muito bacalhau português, conservado com sal grosso iodado7, o que não acontecia nas outras regiões, cuja alimentação era mais a base de farinha, toucinho, couve e mandioca.

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7 - “Santa Luzia, apesar de se localizar entre os dois arraiais, não tinha papudos na mesma proporção e nem no tamanho dos papos, por uma causa muito simples; a alimentação. Parece até insensatez referir-se a este fator, já que esses arraiais acham-se na mesma região geográfica, conhecidamente bocígena. A população luziense, principalmente a pobreza, se acostumara desde cedo a consumir os baratos bacalhaus portugueses, ricos em sal grosso iodado, o que não acontecia, nem no Curral Del Rey, nem no angu Duro, cuja dieta era: angu (daí o nome), farinha, toucinho, couve e mandioca”. DOLABELLA. Japhet. Santa Luzia Nasceu no Rio... . Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984. p.122

 

O que nos faz investigar, o por quê, de os médicos (científicos ou práticos) darem tanta importância à alimentação como uma forma no tratamento das doenças, ou na prevenção de muitas delas. Ou melhor, não só os médicos associavam a falta de saúde com a escassez de alimentos, grande parte da população também enxergava dessa forma, a boa saúde era relacionada com uma mesa farta8.

A população dessa época, não só os escravos, mas os outros habitantes rurais e urbanos, sofriam com a falta de alimentos. Muitas pessoas morriam de fome, e não eram poucas as que sofriam com a desnutrição, já que em Minas Gerais não havia essa riqueza e opulência na época aura da abundância de ouro e sim pobreza, fome e atraso econômico, “Uma vez detectada a pobreza e entendida as Minas como o seu cenário elabora-se a formulação de que o fausto era falso, de que a natureza do ouro é intrinsecamente enganadora” (Souza, 1993:35). E e ainda “(...) apanágio de poucos, consagrada pela ritualização barroca a opulência, filha da fome de muitos e escamoteada, através dos tempos, pelo tema da decadência (...)”(idem, p.40). A alimentação, quando disponível, era pouco nutritiva, já que a mesa, diariamente, era composta de alimentos à base do milho (angu, farinha, bambá, mingau, curau e etc.), feijão e mandioca.

 

“E a carne? Na região aurífera o problema da alimentação foi grave especialmente nos primeiros tempos da exploração mineral, e não só para a população escrava, como também para os homens livres. O milho e o feijão eram o único e ordinário sustento da classe servil e o mesmo acontecia aos senhores brancos que não viviam nas vilas ou arriais onde havia açougues. Gêneros essenciais à subsistência eram em primeiro lugar os cereais, o sal, o açúcar e o toucinho. Em segundo lugar, queria-se a carne, escassa e cara, mas que o proprietário de lavras podia pagar com as suas oitavas de ouro”. (Frieiro, 1966:203).

 

 

 

 

 

 

 

 

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8 – Ver em, FRIEIRO, Eduardo. Feijão, angu e couve: ensaio sobre a comida dos mineiros. Belo Horizonte: Itatiaia, 1966.

 

Carne bovina e suína praticamente não era consumida, principalmente pelos pobres que, quando comiam carne, era de galinha, mesmo assim, não todos os dias. “Ainda somos uma terra em que matar uma galinha é para os dias de festa” (Frieiro, 1966:11). Através da alimentação também se podiam distinguir os grupos sociais, os que tinham boas condições financeiras eram os que se alimentavam bem.

 

Para estudarmos Santa Luzia, pretendemos entender um pouco Minas Gerais no que diz respeito à doença no século XIX. Por isso temos que compreender que existem várias maneiras de tratar e lidar com a doença. Pode haver controvérsias na interpretação do corpo doente, dependendo do período histórico, da cultura e dos grupos sociais, pois cada período entende os males de uma determinada maneira. “Nas Minas, a compreensão do universo da cura também remetia às concepções portuguesas relativas à doenças.” (Grossi,143: 2005.)

 

Segundo Figueiredo (2002)9, doenças e curas, ainda que sejam de uma mesma região, são susceptíveis a várias formas de interpretações. Alguns acreditavam que o corpo doente era o resultado de um desequilíbrio orgânico ou biológico, fazendo com que o organismo tivesse um mau funcionamento: para ser curado era preciso recuperar esse equilíbrio; outros acreditavam que o desequilíbrio era provocado por algo exterior, um mal, que entrava no corpo do homem: a cura se efetivava com a retirada do mal, para isso os melhores “médicos” eram os benzedores; a doença era vista também como algo externo quando se referia à alimentação, à higiene, à saúde publica e medidas sanitárias, às condições morais e até mesmo as religiosas.

 

 

 

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9 - Ver em, FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves. O corpo, a dor, a doença, o remédio e a morte. In: A arte de curar: Cirurgiões, médicos, boticários e curandeiros no século XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Vício de Leitura, 2002. p,.91-137. Cap. II.

 

Pela crença religiosa podia-se acreditar na doença como um castigo divino pelas ações e pecados do enfermo, uma forma de punição. Para o restabelecimento eram necessários as reflexões, as penitências e o arrependimento. Se o arrependimento fosse merecido alcançava-se a cura, se não, a morte, ou ainda uma reincidência da doença. Havia também a visão, difundida entre a população negra, de que algumas doenças dos brancos eram castigos dados pela forma de tratamento ao homem negro.

 

Ao se falar em cura havia várias formas de se tratar, dependendo da doença e do “profissional” escolhido. Isso é visto, tanto nas obras de Figueiredo (2002), quanto na obra de Ferreira (2002), que discorrem sobre os profissionais mais comuns que lidavam com o corpo doente: médicos práticos, médicos acadêmicos (poucos), curandeiros, raízeiros, boticários e parteiras, em que havia várias técnicas interessantes utilizadas por eles.

 

Uma conclusão plausível seria a de que, em um mesmo espaço e em um mesmo período, a relação doença versus cura é entendida de várias formas diferentes. O mesmo vale para o tratamento e a conseqüente cura. Isso nos leva a acreditar que, em Santa Luzia, também deveria haver uma variedade de formas de interpretações para o fenômeno, o que talvez possa ser diferente de um lugar para o outro é a porcentagem de pessoas acometidas com determinadas patologias e os profissionais disponíveis na região. Por Santa Luzia ser uma área bastante comercial e de passagem para outras comarcas, deveria haver uma diversidade de doenças, talvez maior que a existentes nos outros arraiais.

 

Nessa especificidade nota-se que Santa Luzia destacava-se do restante da Capitania, devido ao seu tino comercial, por abastecer as regiões mineradoras, “Luiz Gomes Ferreira chegou às minas por volta de 1710, vindo de Salvador pelo caminho do rio São Francisco. Essa rota de acesso às minas continuaria ainda por mais vinte anos a ser a principal via de abastecimento da região da mineração”.(Ferreira, 2002:45). A cidade atraía, por isso, muitos forasteiros e ainda era via de passagem para outras comarcas, provocando trânsito de muitas pessoas de outras localidades. Por isso, nos registros do Hospital João de Deus havia uma porcentagem significante de pessoas de outras regiões, “(...) a quantidade de pessoas assistidas de outras localidades (33,7%) reforça a idéia da presença no arraial de uma grande quantidade de forasteiros atraídos por oportunidades econômicas”. (Oliveira, 2004:99). O que nos faz pensar também na hipótese de ser essa uma região que apresentasse uma diversidade significativa de moléstias, visto o contato freqüente com gente de outras regiões.

 

III - OBJETIVOS

 

GERAL

  • Pesquisar os procedimentos e práticas médicas em Santa Luzia na segunda metade do século XIX.

ESPECÍFICOS

  • Verificar as técnicas de cura utilizadas por médicos práticos, médicos acadêmicos, curandeiros, raizeiros, benzedores e boticários;
  • Apontar as funções dos diversos agentes de saúde no processo de cura na sociedade – hierarquia, formação, conhecimento, atuação prática e teórica;
  • Analisar a posição dos “práticos” diante da Medicina Institucionalizada e da população;
  • Pesquisar a relação entre esses profissionais da cura e seus pacientes e vice-versa;
  • Identificar o conceito de doença para os agentes de saúde e para os próprios doentes.

IV - METODOLOGIA

Para se analisar procedimentos e práticas médicas em Santa Luzia, precisamos pesquisar mais sobre essa área, já que é essa a presente proposta. Em primeiro lugar, pretendemos fazer um levantamento bibliográfico rigoroso da história da medicina e seus avanços no século XIX, estabelecendo um diálogo entre os autores da História da Medicina Brasileira, ciência tardia, no Brasil, se comparada à Europa. Mesmo sendo fundadas as escolas de medicina no Brasil, elas continuaram seguindo os padrões europeus, “Muitos dos remédios e das curas válidas para Portugal deixaram de sê-lo na região do ouro. Outro era o clima, outros eram, as plantas. O meio geográfico pedia remédios diferentes” (Ferreira, 2002:57), esquecendo-se de particularidades brasileiras. Por isso, muitas vezes, mereceu o descrédito da população.

 

Após esse dialogo e atingidas algumas conclusões e impressões, a pesquisa será fundamentada nas bibliografias (obras, artigos, dissertações e teses) que trazem como objeto à doença, a cura e as práticas médicas, em Minas Gerais no século XIX, já que é esse o marco temporal. Serão usadas ainda algumas fontes, como o Erário Mineral, de Luís Gomes Ferreira (2002), de grande importância por ser o primeiro tratado de Medicina Brasileira das experiências práticas do cirurgião-barbeiro, na Capitania de Minas Gerais e ainda, o Inventário dos Manuscritos Avulsos Relativos a Minas Gerais Existentes no Arquivo Histórico Ultramarino (Lisboa), coordenado por Caio C. Boschi (1998), dentre outros.

 

Um levantamento será feito no Arquivo Público Mineiro sobre alguns viajantes do século XIX, que presenciaram e relataram os procedimentos e práticas médicas com a intenção de curar, ou ainda, a maneira como eram percebidos os charlatões, como se viam as doenças, a relação paciente/ “médico” e vice-versa. Levantaremos também as licenças e ordens legais para sabermos como as autoridades viam as práticas não acadêmicas e como eram dadas suas punições.

 

Finalmente faremos as transcrições com todo material pesquisado fazendo um cruzamento das informações das práticas médicas em Minas com os receituários e encaminhamento dos enfermos encontrados na Santa Casa de Misericórdia, Hospital São João de Deus, em Santa Luzia, a fim de alcançar a proposta inicial do trabalho.

 

Por fim, após a concretização do trabalho, ofereceremos o resultado deste a outros pesquisadores para pesquisas futuras.

 

 

CRONOGRAMA

 

ANO DE 2007 e 2008

20xx 2008

 

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1- Levantamento bibliográfico

2- Leitura Bibliográfica

3- Pesquisa documental

4- Analise documental

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5- Leitura Bibliográfica

6- Redação

7- Revisão

8- Defesa

VI - REFERÊNCIAS

BIBLIOGRAFIAS

 

1. BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatiaia, 1995.

  1. BONDI, Herman et al., Problemas da Revolução Cientifica – Incentivos e Obstáculos das Ciências. Belo Horizonte: São Paulo, 1976. 125 p. (Coleção, o Homem e a Ciência).
  2. DOLABELLA, Japhet. Santa Luzia Nasceu no Rio... . Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984.
  3. EUGÊNIO, Alisson. As Doenças de Escravos Como Problema Médico em Minas Gerais no Final do Século das Luzes. Vária História. Belo Horizonte, n. 23, p.154-163, jul. 2000.

FARIA, Fernando Antonio. Querelas Brasileiras: homeopatia e política Imperial. 3 ed. Rio de Janeiro: Notrya, 1994.

  1. FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves. A Arte de Curar: cirurgiões, médicos, boticários e curandeiros no século XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Vício de Leitura, 2002.
  2. FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves. O Doutor de capa preta: Chernoviz e a medicina no Brasil do século XIX. Revista UNI-BH, Belo Horizonte: Uni-Bh, v.1, p. 95-109, mai.2001.

FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves, CONDÉ, Mauro Lúcio Leitão (orgs). Ciência, história e teoria. Belo Horizonte: Argvmentvm Editora, 2005.

FIGUEIREDO, Luciano Raposo de Almeida. Barrocas Famílias: Vida familiar em Minas Gerais no Século XVIII. São Paulo: HUCITEC, 1997.

FOUCAULT, Michel. O nascimento da clinica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitaria, 1980. 241p.

FOUCAULT, Michel; MACHADO, Roberto. Microfisica do poder. 14. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999. 295p

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Petrópolis: Vozes: Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1972. 260p.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir : nascimento da prisão. 5. ed. Petropolis: Vozes, 1987. 277p.

  1. FRIEIRO, Eduardo. Feijão, angu e couve: ensaio sobre a comida dos mineiros. Belo Horizonte: Itatiaia, 1966.
  2. GROSSI, Ramon Feranandes. A arte da cura: uma contribuição para o estudo da medicina na Capitania das Minas (1750 – 1808). CRONOS: Revista de História. Pedro Leopoldo, n. 8, p. 141-164, Abr. 2005.
  3. HENRY, John. A Revolução Cientifica e as origens das ciências modernas. Trad. Maria Luiza X. de A Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. (Coleção Ciência e Cultura).
  4. LAKATOS, Imre. Historia da Ciência e Suas Reconstruções Racionais. Trad. Emília Picado Tavares Marinho Mendes. Biblioteca de Filosofia Contemporânea: Edições 70.

MACHADO, Roberto (Org.). A arte de curar os males na colônia. In: Danação da Norma. Rio de Janeiro: GRAAL, 1978.

MENESES, José Newton Coelho. O Continente Rústico: abastecimento alimentar nas Minas Gerais setecentistas. Diamantina: Maria Fumaça, 2000.

MIRANDA, Mônica Liz. De “Albergue de Doentes” à Hospital Moderno: Estudo do Processo de Estruturação da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (1899 – 1916). Belo Horizonte: 1996. (Dissertação de Mestrado)

  1. MIRANDA, Tiago C. P. dos Reis. Óleo de ouro: as Minas e seus tesouros médicos e minerais. Vária História. Belo Horizonte, n. 26, p.156-163, jan. 2002.

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REIS, João José. O Cotidiano da Morte no Brasil Oitocentista. In: NOVAIS, Fernando A (Coord.). História da Vida Privada no Brasil: Império. São Paulo: Companhia das Letras. 1997. V.2, cap.2.

RIBEIRO, Marcia Moises. A ciência dos trópicos: a arte médica no Brasil do século XVIII. São Paulo: Hucitec, 1997

  1. SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do Ouro: A Pobreza Mineira no Século XVIII. Rio de Janeiro: Graal, 1993.

 

FONTES DE PESQUISA

1. Livros de entrada e saída de convalescentes, apontando o local de domicilio, a etnia e a condição social (se era escrava, forro ou pobre que não poderia custear as despesas médicas) e os livros em que eram prescritos as receitas médicas a serem administradas aos pacientes, e os procedimentos de tratamento das moléstias mais comuns da época encontrados em Santa Luzia na Santa Casa de Misericórdia, Hospital São João de Deus do século XIX e que hoje se encontra na Casa de Cultura de Santa Luzia;

2. Pesquisar no Arquivo Público Mineiro, as licenças e ordens legais para atuação das práticas médicas e alguns viajantes que relataram e presenciaram as práticas médicas em Minas Gerais no século XIX;

3. Testamento do Barão e da Baronesa de Santa Luzia, por ter sido eles que fundaram a Santa Casa de Misericórdia.

4. Luís Gomes Ferreira, Erário Mineral, Júnia Ferreira Furtado (org), Belo Horizonte/Rio de Janeiro, Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais/Fundação Osvaldo Cruz, 2002.

5. BOSCHI, Caio C. Inventário dos Manuscritos Avulsos Relativos a Minas Gerais Existentes no Arquivo Histórico Ultramarino (Lisboa). Belo Horizonte: Sistema Estadual de Planejamento/Fundação João Pinheiro/Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1998. 3v. (Coleção Mineiriana. Série obras de referencia).

6. CHERNOVIZ, Pedro Luiz Napoleão. A grande farmacopéia brasileira: formulário e guia médico: um guia das plantas medicinais brasileiras. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1996. 1475 p.

7. ____________, Pedro Luiz Napoleão. Formulário e guia medico. Paris: A. Roger, 1904.

8. ____________, Pedro Luiz Napoleão. Dicionário de Medicina Popular. Paris: 1882.

9. BARRETO, Abílio. Belo Horizonte: história Antiga e História Média. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1995.

10. SAINT-HILAIRE, Auguste. Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo , 1822. Belo Horizonte: 1974. 125p.

11. _______________, Auguste de. Viagem a Curitiba e província de Santa Catarina. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1978. 209p.

12. _______________, Auguste de. Viagem a província de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Província Cisplatina e Missões do Paraguai. São Paulo: Liv. Martins, 1940. 375p.

13. _______________, Auguste de. Viagem as nascentes do Rio São Francisco e pela província de Goiás. São Paulo: Nacional, 1944. 2v

14. _______________, Auguste de. Viagem pelo distrito dos diamantes e litoral do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Belo Horizonte: Itatiaia, 1974. 233p.

 

 

SUMÁRIO

I -

INTRODUÇÃO -

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­-----------------------------------------------------------------

03

II -

JUSTIFICATIVA -

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06

III -

OBJETIVOS -

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13

IV -

METODOLOGIA -

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14

V -

CRONOLOGIA -

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15

VI-

REFERÊNCIAS -

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16

 

 

 

 

Autor deste artigo: Janaína Mara Soares Ferreira - participante desde Qua, 18 de Fevereiro de 2009.

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