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Edições Anteriores 192 Educação na pseudo-democracia: Igualdade e Identidade, Diversidade e Inferioridade
Educação na pseudo-democracia: Igualdade e Identidade, Diversidade e Inferioridade PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Nilton Bruno Tomelin   
Qua, 20 de Maio de 2009 00:00

A democracia permite e exige que todos possam exercer sua existência de forma solidária e cidadã. Esta premissa por sua vez, determina que se assumam certos valores como os conceitos de igualdade  e diversidade. Tratar a todos por igual e considerar as diferenças pode ser perigoso. Perigoso por que se todos são iguais acabam por se tornar sujeitos sem identidade. Um exército de vozes de uma nota só, um jardim de flores de um único perfume, cérebros pensando do mesmo jeito sobre as mesmas coisas.

 

Seria uma triste e dura constatação, se um dia a democracia representar uma forma sutil de igualar a todos. Uma forma cruel de modelar, formatar e oprimir pessoas oferecendo a elas a falsa sensação de liberdade. O direito de ser tratado por igual não implica necessariamente na obrigação de submeter o sujeito a regras e determinações que lhe impeça de existir, tornando um sub-existente.

 

Uma outra grande frustração seria estabelecida se o respeito a diversidade implicasse em fazer com que os sujeitos sejam julgados pelas suas peculiaridades. Considerar inferior aquele ou aquela que não possuem certa característica ou habilidade seria absolutamente desumano. Distorce-se então o sentido de diversidade e se estabelece uma hierarquia entre os seres humanos. Determina-se quem tem ou não certo direito, a quem cabe ou não cumprir certa regra ou restrição.

 

Estas compreensões equivocadas derivam da absoluta incompreensão ou distorção do sentido real de democracia. Exercer este tipo de democracia parece tão ruim quanto agir de forma ditatorial. Quando se oficializa o poder totalitário sabe-se que compreensão se tem acerca de igualdade e diversidade. Quando se estabelece um poder pseudo-democrático tem-se a impressão de ser livre, porém tal liberdade é condicionada a executar aquilo que mentes privilegiadas ordenam.

 

Desta forma ao se discutir democracia, igualdade e diversidade, é preciso inserir também a solidariedade. Por ela não se admite padronizar, hierarquizar, ignorar ou idolatrar alguns em detrimento de outros. Um Estado solidário garante a todos as mesmas condições de vida, considerando suas especificidades e suas necessidades. É pois a redenção de uma nova forma de conviver e principalmente educar. Certamente será a educação a grande mentora desta nova forma de existir.

 

Uma educação corajosa, comprometida e sensível às diferentes formas de existir. O exercício pleno da existência não permite passividade diante da indignidade cometida contra milhões de seres humanos. torna-se necessária uma educação que constantemente faça aos seres humanos, perguntas como: por que milhões de seres humanos não tem direito de saciar sua fome e outros tantos fazem regime para perder os excessos? Por que legiões de seres humanos jamais serão capazes de ler este texto? Por que outros milhares jamais nascerão, outros tantos nascidos jamais terão o prazer de ver suas mãos traçarem singelas letras ou ainda jamais envelhecerão com dignidade?

 

Certamente poucos são os que ousam responder, pois quem como eu jamais sentiu fome e até carece de regime, pode ler e até escrever este texto certamente não concebe a idéia de perda de identidade ou a sensação de inferioridade. Isto é fruto da pseudo-democracia, que ilude, engessa e anestesia, formando inúmeros universos individuais, incomunicantes e incomunicáveis. Assim democratizar o ensino pode representar a consolidação da grande diáspora de valores de seu seio.

 

A educação corajosa, comprometida e sensível é acolhedora, afável e terna porém, não compassiva e perniciosa. Uma educação para a solidariedade é também para a liberdade, para a consolidação do existir como direito pleno e absoluto de qualquer ser humano, para a planeteriedade. Uma educação para a bondade, que não (des)figure a face de seus autores e atores, transformando-os em ingênuos personagens de patéticas histórias de reflexões maniqueístas entre o bem e o mal.

 

Ser do bem  é ser democrata, gerar igualdade e constituir a diversidade como instrumentos de ação planetária permanente. Este novo perfil de humanidade a ser gestada, exige uma educação que embale sonhos e utopias de um novo tempo. Neste novo tempo as utopias não poderão ser um prato de comida para quem quer se seja ou a possibilidade de uma criança segurar um lápis entre os dedos.

 

 
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