Login

Sugestões

Faça o login e visualize as sugestões

Usuários on line

Nós temos 2392 webespectadores online

Revista

Gestão Universitária

Edições Anteriores 190 A arte de adestrar animais, cultivar plantas e educar crianças
A arte de adestrar animais, cultivar plantas e educar crianças PDF Imprimir E-mail
Avaliação do Usuário: / 6
PiorMelhor 
Escrito por Nilton Bruno Tomelin   
Qui, 23 de Abril de 2009 00:00
 

Caro leitor, prezada leitora! Longe de pretender igualar animais, plantas e crianças, partimos do pressuposto que os três iniciam sua trajetória de convívio com humanos através do adestramento, cultivo e educação. É assim que os adultos procedem ao mesmo tempo em que ensinam aos pequenos que animais devem ser adestrados, plantas cultivadas e crianças educadas. Até aí não há problema! É deste jeito que aprendemos e ensinamos a ser gente!

 

O grande problema se dá quando os procedimentos se invertem. Imagine com seria o adestramento de crianças! Todas são ensinadas a fazer as mesmas coisas, ao mesmo tempo, respeitando comandos rígidos sem mesmo saber por quê. Crianças ensinadas a obedecer e se não obedecer, castigo! Se obedecer é premiada com “comidinhas”. O adestramento, felizmente, já prefere ao estímulo diante do acerto, ao castigo diante do erro. A criança já faz mais pela recompensa do que pelo medo do castigo.

 

Noutra perspectiva, imagine o cultivo de crianças. Todas plantadas distantes umas das outras, para que cresçam sem se tocar, crescendo robustas e o mais rapidamente possível, para ser abatidas. As que não crescem com o mesmo vigor, são sumariamente eliminadas pois não terão chance de disputar com “as grandes”. As copas destas árvores serão muito parecidas e suas sombras também, assim com seus odores e suas flores. Verdadeiros exércitos imóveis aguardando a oportunidade de tombar.

 

Mas felizmente crianças existem para ser educadas. Educadas para contribuir com suas qualidades e habilidades e receber àquilo que é necessário para viver e para que os outros também possam viver. Educadas para perceber sua existência como um compromisso de cuidado com o planeta, com os animais e com as plantas. Enfim educadas para serem felizes.

 

Assim não se admite mais que seres humanos pensem de acordo com as ordens que recebem esperando recompensas e temendo castigos. As “comidinhas” não podem ser suficientes para saciar os famintos por dignidade e felicidade. Muito menos as “migalhas” que costumam sobrar nos grandes banquetes dos arrogantes e prepotentes. Seria um espetáculo desesperador, tanto quanto ver animais humilhados participando de “espetáculos” circenses.

 

Não se admite também enfileirar milhares de criaturas enrijecidas aguardando ordens e esperando um lugar para, abatidas, descansar em paz. Crianças com a mesma expressão, uniformizadas, produzindo as mesmas coisas e outras apequenadas e sufocadas pelas “grandes”. Cultivadas para fornecer como seus frutos, as diferentes habilidades para o trabalho em grande abundância.

 

Mas como não se pretende comparar crianças, a animais e a árvores, a educação vem de distanciando do adestramento e do cultivo, embora seja necessário dizer que com certa resistência. Não se está propondo que seres humanos sejam abandonados a própria sorte, sem limites, regras de convivência e responsabilidades. Ao contrário, para conviver e aceitar a sua individualidade e a dos outros cada ser humano necessita conhecer seus limites e a maneira mais adequada possível de conviver, além de assumir responsavelmente as conseqüências de seus atos. Isto é educar.

 

Limites, regras de convivência e responsabilidades, precisam ser compreendidos a assumidos como forma de garantir dignidade e respeito para todos. Não serão obstáculos, mas alicerces que consolidam a caminhada de cada ser humano neste planeta. Precisamos de crianças que cumpram menos ordens e saibam assumir compromissos. Ordens são de efeito imediato e curto, compromissos são de efeito a longo prazo, por toda a vida. Se uma criança é proibida de jogar lixo na rua pode até cumprir esta ordem enquanto estiver sendo vigiada. Se for convencida de que o lixo lançado na rua pode causar tragédias ambientais e humanas, é provável que adote o hábito de não sujar em qualquer circunstância.

 

Definitivamente crianças, são crianças. Precisam e merecem ser tratadas como crianças.  Elas serão adultas no futuro, mas não são necessariamente o futuro. São o presente, o aqui e o agora.

  

Prof. Nilton Bruno Tomelin

Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

 
Please register or login to add your comments to this article.

Copyright © 2013 REDEMEBOX - Todos os direitos reservados

eXTReMe Tracker