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Edições Anteriores 38 A educação na ótica da globalização
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Escrito por Marcelo Freitas   
Qua, 10 de Novembro de 2004 21:00

O segmento do Turismo no Brasil está experimentando um momento de euforia marcante. Nunca, na história do país, tantos investimentos foram direcionados para este segmento como nos últimos anos. E a tendência é de que continue ainda assim por um longo período...

Segundo estimativas da Embratur divulgadas recentemente, existe hoje, no país, um total de 300 hotéis e pousadas em construção ou em fase de acabamento.
Calcula-se que empresas privadas terão aplicado um total de seis bilhões de dólares em obras turísticas entre 1998 e 2002. Isso representa 140.000 empregos diretos que deverão se somar ao milhão de pessoas já vinculadas ao setor hoteleiro em função do Turismo no país. Mais que isso: são milhares de oportunidades para empreendedores de todos os tipos e ramos de atividade - de fornecedores de móveis e utensílios a construtores.

O segmento de Turismo movimenta 52 setores diferentes da economia. No Brasil, os negócios do setor, no ano passado, chegaram a movimentar 20 bilhões de dólares, o equivalente a 4% do Pib brasileiro.

Dentro desse contexto, um dos fatores que impedem o país de atingir um padrão word class no setor é o fator humano. Segundo especialistas do ramo, existe uma grande carência de profissionais qualificados para atuar no segmento, nas várias atividades que ele congrega. Além disso, nossas escolas têm se concentrado na formação de profissionais de nível superior, como bacharéis em Turismo ou atividades afins, relegando a segundo plano a formação de técnicos.

As estatísticas mostram que mais de 80% das atividades necessárias para movimentar essa indústria requerem profissionais deste nível. Cozinheiros, camareiras, copeiras, técnicos em alimentos e bebidas e várias outras atividades: muitas vezes, exigem dos ocupantes desses cargos, além do conhecimento técnico, vivência internacional e o domínio de uma língua estrangeira. E essa não é uma exigência exclusiva do segmento de Turismo. A cada dia, este é mais um pré-requisito do mercado de trabalho em geral.

E como as nossas escolas estão lidando com isso?

É óbvio que as tradicionais aulas de inglês, francês ou espanhol que compõem o currículo escolar já não são suficientes (se é que já foram algum dia...). O advento da Internet trouxe o mundo para dentro da nossa casa, mas o exercício da convivência com outras culturas vai além, muito além disso.

Não é à toa que o relatório da Comissão Internacional de Educação para o século XXI, elaborado para a Unesco por uma seleção de notáveis comandada pelo francês Jacques Delors elege o aprender a viver juntos como um dos quatro pilares da educação para este novo século. A vivência do pluralismo é uma das questões primordiais para uma cidadania global.

Nesse sentido, algumas escolas têm tido boas iniciativas no que concerne formar parcerias estratégicas com institutos de idiomas e, principalmente, com instituições de intercâmbio. Essas entidades proporcionam aos estudantes e aos profissionais em geral a oportunidade de vivenciar uma outra realidade, não apenas no tocante ao exercício de outra língua, mas principalmente no que se refere à experiência de viver numa sociedade caracterizada por traços culturais diferentes.

Na formação de cidadãos globalizados, um pré-requisito da chamada Nova Economia é o convívio com a diversidade cultural, representado pelo contato com os costumes e outras características locais, como a gastronomia, o folclore e a religião. Os programas no exterior criam uma situação ideal para que o estudante esteja apto a lidar com o heterogêneo em suas mais diversas formas e manifestações. Além disso, para o país, configura-se numa eficaz ferramenta de desenvolvimento contribuindo, ao mesmo tempo, para a formação de um batalhão de profissionais capazes de suprir segmentos estratégicos como o Turismo, além de favorecer a organização de uma sociedade cada vez mais aberta às diferenças.

Conhecer o outro, suas necessidades e virtudes, antes de mais nada, pode ser um fator de vantagem competitiva, quando isso se transforma em insumo para uma campanha de Marketing ou para o desenho de um novo produto de escala global. É, portanto, de suma importância, que as escolas afinadas com as novas demandas de uma sociedade cada vez mais marcada pela diversidade e por relacionamentos complexos, incluam em sua carteira de serviços a prática de formação no exterior, tornando-a, para os seus alunos, uma fonte complementar de conhecimento no presente e empregabilidade no futuro.

 

Autor deste artigo: Marcelo Freitas - participante desde Sex, 29 de Outubro de 2004.

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