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Escrito por Angelo Fonseca Nogueira Junior   
Qua, 03 de Novembro de 2004 21:00
O Fantástico mostrou, no último domingo, que o programa Bolsa Família - a vitrine do governo petista - não está beneficiando apenas as famílias a que se destina: gente pobre e miserável. Os repórteres concluíram que funcionários das prefeituras têm preferência para conseguir o benefício; quem assistiu, que os "apadrinhados" também.

O governo criou o BF para unificar os programas assistenciais do governo anterior: Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação, Bolsa Escola e Auxílio Gás. Como contrapartida, seriam cobrados das famílias beneficiadas freqüência das crianças na escola e acompanhamento de saúde. Louvável! A única possibilidade de garantir que programas assistencialistas tenham apenas o caráter temporário que devem ter, é que façam parte de um projeto maior que garanta, no futuro, uma sociedade produtiva e auto-sustentável. Sem priorizar a educação, isso é impossível. Mas... e o controle?

O orçamento da educação para todo o ano de 2005 é de R$ 7,6 bilhões. O governo pretende destinar R$ 6,7 bilhões para o BF, prioridade absoluta. Lula declarou que a meta é atender "11 milhões de famílias até o final de 2006". Isso significa que, para o governo, cerca de 54 milhões de brasileiros passam fome. Como chegou a tão formidável número?

Fácil! O cadastramento das famílias é feito pelas prefeituras. Ora, o municipalismo brasileiro combina descentralização administrativa com dependência de recursos federais. Na prática, isso significa que nossas prefeituras rateiam entre si 15% de toda a arrecadação nacional - a média mundial é de 6% -, sem mecanismos efetivos de controle. Não é por acaso que, em agosto, mês de decolagem das campanhas eleitorais, o BF teve o maior número de inclusões de beneficiários dos últimos seis meses: 273 mil famílias.

Em setembro, auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União revelou que "as ineficiências dos programas sociais anteriores foram ampliadas" a partir da implementação do BF, que ele não passa de "um mero programa de transferência de renda", uma vez que não fiscaliza as contrapartidas exigidas das famílias nem o destino do dinheiro. É o chamado desvio de finalidade que, trocado em miúdos, não passa do uso eleitoreiro de verbas federais.

Para justificar as falhas, o Ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, alegou, na ocasião, que "fraude, corrupção e violência fazem parte da condição humana". Melhor seria para o país um ministro que enfrentasse a fraude, a corrupção e a violência como desvios da natureza humana.

Agora, o ministro alega herança do governo passado; afirma que os casos apontados representam uma minoria e que a sociedade deve fiscalizar o programa e a correta aplicação do dinheiro público.

Esquece de dizer, no entanto, que seu ministério, neste ano, não mandou os formulários de controle para nenhuma escola do país; que muitos municípios não possuem postos de saúde e que, após a unificação, os comitês formados por pessoas da sociedade civil, que ajudavam inclusive na seleção das famílias, perderam o poder de fiscalização.

Esquece ainda que este governo já está quase na metade de seu mandato e, portanto, alegar herança do governo passado é, no mínimo um argumento caduco; que o problema é grave e não se resolve com frases feitas, mas com ação via Judiciário e, principalmente, que esse dinheiro todo pertence a nós cidadãos. Queremos que ele seja usado com critério em programas que realmente alcancem seus objetivos!
 
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