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O Jardineiro Fiel e o E-learning PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Revista Gestão Universitária   
Qua, 26 de Outubro de 2005 21:00
Adaptando adequadamente linguagem, recursos técnicos e comportamento do usuário, qualquer mídia pode levar ao sucesso na educação à distância.


É preciso deixar de lado esta bobagem de encarar a televisão como um eletrodoméstico nocivo. Ela é hoje no Brasil uma ferramenta insubstituível se quisermos recuperar o atraso educacional no qual vivemos.

Calma! A opinião acima foi sentenciada em 1990, ou seja, há 15 anos atrás, no Seminário Rede Imaginária Televisão e Democracia, coordenado pela Assessoria de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, pelo então diretor de filmes publicitários Fernando Meireles, muito antes do sucesso mundial de Cidade de Deus e do recém-lançado e já igualmente festejado O Jardineiro Fiel.

Meirelles, na época, discorria sobre o inédito (em termos de educação infantil pela TV) sucesso obtido com o programa Rá Tim Bum. Exibido na TV Cultura em SP e no resto do Brasil pela TVE naquele ano, diferia em absolutamente tudo dos tradicionais programas infantis da época e, tristemente constatado, dos de hoje em dia também - com sua fórmula básica de uma apresentadora, um auditório e desenhos animados entre jogos e merchandisings.

O programa Rá Tim Bum tinha como objetivo suprir ou complementar a formação pré-escolar, abordando conceitos como lateralidade, proporcionalidade, raciocino lógico-matemático, percepção rítmica e espaço-temporal, iniciação alfabética e coordenação motora, entre demais noções que são adquiridas pelas crianças dos 3 aos 6 anos de idade.

Apoiados por uma equipe de pedagogos e psicólogos, a equipe de Meirelles chegou a um formato que conseguiu atingir as metas de modo atrativo e eficaz. Fragmentação, agilidade e diversidade foram alguns dos preceitos definidos a partir da constatação do que seria necessário para manter a atenção da criança na frente da TV e alcançar os objetivos pedagógicos de cada programa.

Interessante notar, então, como o programa conseguiu, conhecendo o comportamento de seu público-alvo, adaptar a linguagem às suas características, obtendo assim, êxito na finalidade de iniciá-lo em habilidades que se constituem como passos iniciais para o aprendizado e a alfabetização.

Hoje, quando (ainda) estamos discutindo formatos instrucionais via web, soa absurdo que em 1990 - 40 anos após a chegada da TV no Brasil, ainda se percebia preconceitos a se transpor e dúvidas quanto à melhor forma de se usar a televisão para educar.

Será o destino do e-learning? Esperamos que não. A informática e a Internet foram recebidas (não por todos os educadores, faz-se mister a ressalva) como soluções para vários dilemas da educação a distância, como a interatividade e a facilidade da atualização de conteúdo, só para ficarmos em dois exemplos.

Logicamente, nem todos os problemas da educação fora da sala de aula já foram resolvidos com a web-educação e o leque de possibilidades parece nos levar, cada vez mais, para uma conjuntura onde não existe apenas uma solução única e definitiva.

O exemplo de Meirelles, afinal de contas, serve como um alerta e uma lição. A questão educacional do país, por mais avanços que tenham ocorrido, continua sendo um grande problema. Não é, portanto, admissível que se perca nem mais um segundo pensando se a Rede Mundial serve ou não para educar.

Devemos, sim, aplicar tempo e energia buscando formatos eficazes, atrativos e acessíveis para o e-learning. Adaptar linguagem e conteúdo, moldando-os de acordo com o comportamento do aluno diante da web.

Já se sabe hoje, só para frisar a força dessa mídia, que crianças e adolescentes já passam tanto tempo na frente da TV quanto na Internet (4 horas em média, de acordo com pesquisa realizada pela ONG Midiativa e pelo instituto de pesquisa MultiFocus, que levantou o comportamento diante dos meios de comunicação de 600 entrevistados entre 12 a 17 anos em São Paulo e no Rio de Janeiro).

A grande diferença apontada pela pesquisa, e que reforça o poder da net, é que a relação entre esse público e a mídia se dá de modo muito mais intenso e participativo. Essa ligação estreita com o meio, então, não parece ser uma condição mais que propícia para o aprendizado? O que não diria Mirelles hoje sobre essa grande oportunidade para o ensino no país... Autor: Heloísa Monteiro
 

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