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Gestão Universitária

Colunas Wille Muriel Cardoso Pela construção de um conhecimento gerencial aplicável na administração de Instituições de Ensino Superior
Pela construção de um conhecimento gerencial aplicável na administração de Instituições de Ensino Superior PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Wille Muriel   
Qui, 19 de Fevereiro de 2004 21:00


O Ensino Superior brasileiro passa hoje por uma transformação sem precedentes em toda a sua história. Após a publicação da LDB 9.394/96, um novo caminho foi traçado, caracterizado pela expansão da oferta educacional, com o credenciamento de novas instituições, a autorização de novos cursos e a ampliação da oferta de vagas em cursos existentes.

Adotando uma política de desregulamentação progressiva, pela concessão de maior autonomia às Instituições que apresentassem desempenho satisfatório, segundo os diversos instrumentos de avaliação, o Ministério da Educação deu sinal verde à expansão do setor educacional em todo o país. Atualmente, para que uma empresa seja mantenedora de uma Instituição de Ensino Superior (IES), basta estar registrada na Junta Comercial. O lucro na educação foi deixando de ser encarado como algo inerente à prática mercantilista e o conceito de mercado foi sendo cada vez mais utilizado em reuniões de cúpula em universidades, centros universitários e instituições isoladas de ensino superior. Enfim, estamos numa economia de mercado...

Após um período intenso de expansão, é chegada a hora de "arrumar a casa". Mas como fazer isso? Num quadro que muitos classificariam como caótico, Instituições de Ensino Superior acotovelam-se em busca de "alunos-clientes" utilizando-se das mais variadas ações contingenciais para "apagar incêndios" de toda natureza, como quem espera o dia do Juízo Final, que, irremediavelmente, chegará para muitas IES criadas ao acaso, sem planejamento, sem conceito.

E o que é o tal "negócio educacional"? Muitos já se esqueceram, perdidos na operacionalidade dos processos, das rotinas. Outros nunca souberam, subestimando o conceito. Julgando-se "mais espertos", "mais inteligentes", promovem toda sorte de distorções na cultura do setor.

Mas andam apertados por aí, com a inadimplência, a violência nas escolas, as transferências, o abandono de cursos, os conflitos com os conselhos de classe ou com os sindicatos de professores, em ações impetradas num Judiciário ainda pouco preparado para julgar as demandas provenientes do "mercado" educacional brasileiro. O que fazer? É o que anda perguntando o gestor de IES.

Não é errado pensar, segundo essa lógica liberal, que a competitividade promoverá o desenvolvimento das organizações educacionais. Caminhamos muito. Mais que isso, corremos muito. Porém, sem um plano institucional e sem conhecer o futuro.

Por ora, bons ventos nos trazem notícias de uma política que revela uma perspectiva de continuidade do modelo por que passamos nos últimos anos. Nem poderia ser diferente, pois já não há mais como reverter um quadro consolidado. Boas novas, pela postura do Poder Executivo, em harmonia com a iniciativa privada. "Deixem-nos em concorrência", diria um investidor educacional.

Não há como querer mudar esta realidade e nem como querer agir contra ela. Nem mesmo saber, neste momento, se esta política promoverá o desenvolvimento integral de nossas organizações. Vamos quebrar as nossas bolas de cristal e observar tendências, cenários, segundo parâmetros técnicos, estabelecidos para o setor? Ou vamos continuar na administração contingencial, no "achismo-achômetro", à espera eterna que vem marcando a gestão de IES no Brasil?

Vemos que o Estado está fazendo a sua parte quando se propõe a acabar com esse paternalismo imperativo, inviabilizador da gestão eficiente e criador do medo, do desânimo, da covardia, e a abrir mão da ação intervencionista para ser um "controlador da qualidade".

Mas qual seria a nossa contrapartida?

Poderíamos começar pelo resgate de uma premissa fundamental para a atuação de qualquer IES na sociedade: a que diz que somos, antes de tudo, uma organização que constrói e que promove o conhecimento. Este já seria um grande passo para o futuro de nossas organizações educacionais.

O segundo passo, já que somos "uma organização que constrói", poderia ser a construção de um conhecimento em gestão de organizações educacionais voltado para o desenvolvimento efetivo das IES brasileiras.

 
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