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Grupo destinado a discussão das estratégias relacionadas a captação e retenção de alunos.Anúncios
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Esta semana, no clipping, saiu uma matéria falando sobre o nÃvel de inadimplência no ensino superior. A coisa parece estar feia, batendo na casa de 20%.
Inadimplência é mesmo um assunto chato. E evasão é outro. Claro que são duas oportunidades para abordar o assunto aqui e no grupo de IES Management.
Já me debrucei sobre o tema para tentar colaborar com alternativas por onde passo. É possÃvel acabar com a inadimplência? Por que a indadimplência acontece? Por que a evasão acontece? Quais são os vetores que levam a ambos?
Ainda não vi estudos profundos sobre esses dois temas. Até entendo o porquê. Provavelmente porque os dois assuntos são sazonais. Já vi alguns questionamentos do tipo "como pode, se damos um monte de bolsas, aderimos a todos os programas do governo?". Vou contar um caso do qual participei ativamente.
Mais ou menos cinco anos atrás participei de um grupo interno numa das maiores IES privadas da América Latina, que estava buscando formas de atuar sobre os vetores da inadimplência e da evasão. Isso foi antes do IPO, quando a equipe ainda estava motivada para buscar soluções. Na nossa equipe havia uma psicopedagoga muito experiente, inclusive no ensino fundamental, que dizia sempre assim: "o aluno dá sinais, antes de decidir, de que tem algumas coisa errada com ele e com a vida dele". Durante cinco encontros, nos debruçamos e "queimamos o muflo" para levantar todos os vetores e sairmos em busca de verificá-los. Nos dividimos em grupos e por agrupamento de vetores.
Encontramos uma lista bastante extensa de motivos. Eu, particularmente, não estava muito interessado nos motivos. Queria encontrar os "sinais", a que nossa psicopedagoga estava se referindo, para poder atuar sobre eles, antes que o aluno fosse às vias de fato.
Resumindo, o aluno dá sinais claros de que tem coisa errada com ele em sala de aula. E sabe quem é o primeiro a receber a informação? É o nosso querido e amado professor, que não a repassa à coordenação. Os motivos pelos quais ele não faz isso nós também listamos, e todo mundo aqui nesta rede sabe quais são.
O sinal está tão evidente, está na nossa frente todos os dias! O diário de classe é o local onde sabemos como está o aluno. Nossa psicopedagoga estava se referindo ao diário de classe. Nós só compreendemos o que ela queria dizer quando soubemos que ela havia trabalhado mais de dez anos no ensino fundamental. Só para nos relembrar, nos ensinos básico e médio a escola toda está de olho em você. Eles sabem tudo da sua vida e te acompanham, para poder cumprir seu papel como escola. Mas, no ensino superior é diferente. Cada um por si e seja o que Deus quiser. Ou seja, não estamos nem aà para o que está acontecendo com o aluno, a menos, é claro, que ele venha nos procurar.
Para concluir. Criamos um programa de capacitação de docentes e uma nova rotina para eles, para os coordenadores, para a secretaria acadêmica e para a tesouraria... consultoria de graça é como pescar em barril!
Certamente que os procedimentos que vou relatar, alguns de vocês já devem estar adotando. Quando o aluno atinge entre 10% e 15% de faltas (dependendo da quantidade de créditos da disciplina), o professor faz a primeira abordagem, sempre no fim da aula e com "tato de psicólogo". Ele sonda e depois repassa a informação para a coordenação naquele mesmo dia. Os coordenadores receberam um programinha em Access onde cadastravam todas as informações repassadas e as encaminhavam para as psicopedagogas. No Centro de Apoio Psicopedagógico foram criados alguns programas permanentes, e de procura espontânea, com atividades planejadas para o aluno "se soltar". E as psicopedagogas faziam também abordagens diretas, quando a situação estava mais crÃtica. Para a tesouraria, também criamos uma sub-rotina no programa financeiro, de modo que o coordenador fosse avisado quando do não pagamento da segunda boleta, atrasada mais de 10 dias. Neste caso, o aluno era chamado no CAP e as psicopedagogas trabalhavam para encontrar os motivos e os repassavam para os coordenadores e daà para cima, em busca de soluções.
Na secretaria acadêmica, criamos um "bate-e-volta" com os coordenadores, tipo corrida de obstáculos, para dificultar ao aluno trancar o curso sem que tomássemos conhecimento.
Depois de um trabalho de quase dois semestre, colheu-se o resultado: em 2004.1, a inadimplência estava na casa de 12% e o pacotinho evasão/trancamento/transferência estava em 9%. Em 2004.2, a inadimplência havia caÃdo para 10% e o pacotinho para 8%. Mas, em 2005.1, a inadimplência havia baixado para 7% e o pacotinho para 5%. A instituição também ajudou, criando várias alternativas de pagamento, bolsas de diversos tipos, criou programas de emprego e recoloção profissional, estágio remunerado e uma série de outras ações.
Uma literatura que me ajudou muito a compreender esse universo das IES foi "Nos bastidores da Disney", de Tom Connellan, Ed. Futura. Quem já teve a oportunidade de ler vai se lembrar dos "multiplos postos de escuta". Quem não leu, fica a dica.
Concordo em parte contigo, César.
Penso que é complicado a gente acompanhar a geração Y. As demandas deles são bem diferentes da minha, e certamente da sua, quando estavávamos no lugar deles.
Tenho lido bastante coisa a respeito da importância do professor em sala de aula. Como em qualquer atividade profissional, o ser humano aumenta a qualidade do que faz na medida em que vai adquirindo mais experiência, ou seja, na medida em que vai ficando mais velho. O paradoxo está extamente aqui. Quanto mais velho, mais experiente, menos resiliente. Essa moçada está entrando com um gás totalmente novo e com expectativas fora da realidade das nossas escolas. Suas construções mentais são por conexões mais velozes e sua forma de expressar também, por vezes, são radicalmente diferentes das nossas.
Mas a gente deve se lembrar de um aspecto importante: a universidade é a instituição que coloca o sujeito na caixinha. É a universidade que dá condições dessa molecada se encaixar nos nossos sistemas empresariais altamente hierarquizados, verticalizados. Claro que há os Facebooks da vida, as Microsofts da vida, empresas onde há liberdades e tudo é muito horizontal. Mas essas ainda são excessões.
E um outro aspecto, que considero importante, é que para acompanhar essas mudanças as IES teriam que ter muita grana para capacitar professores e dotar as salas de aula de recursos tecnológicos que ajudem na interação. Quanto custaria uma mensalidade nestas condições?
Acho importante a gente deixar bem marcado no terreno o ideal e o real. Estou no magistério superior há 15 anos, mas tenho amigos que já deveriam ter parado e continuam aÃ, colaborando. Para mim, que estou na faixa dos 40, já está difÃcil acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas, imagine para os meus mestres!
Essa galera não vai evadir em massa. Eles também vão precisar da nossa ajuda para ingressar no mercado de trabalho. E para isso acontecer, também vão precisar ser resilientes.
Abraços.
Atuo a mais de 10 anos como professora universitária tanto na graduação como na pós graduação, presencial e a distância e tenho identificado e minhas pesquisas comprovam que um dos fatores para captar e reter o acadêmico é a competência do professor, desta forma se faz necessário capacitar, pensar na formação continuada desse professor, não de forma instrumental, mas pensando em uma visão mais crÃtica da educação. Outro ponto é perceber que nossos acadêmicos, na sua grande maioria são nativos digitais, desta forma pensam e agem conforme a demanda do contexto atual e a IES e os professores, falam outra linguagem.
É isso mesmo, Kenia. Os dados disponÃveis na Secretaria Acadêmica devem ser usados para definição de estratégias que impeçam a evasão, por exemplo, e promovam a manutenção do aluno na IES.